quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como Analisar Riscos no Trabalho e Prevenir Incêndios


Análise de Risco do Trabalho
É um método sistemático de análise e avaliação de todas as etapas e elementos de um
determinado trabalho para:
·         Desenvolver e racionalizar toda a seqüência de operações que o trabalhador executa;
·         Identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais;
·         Identificar e corrigir problemas de produtividade;
·         Implementar a maneira correta para execução de cada etapa do trabalho com segurança.
Envolve totalmente empregados, supervisores, chefes e profissionais de segurança no
desenvolvimento de praticas seguras de trabalho, criando novas motivações, eliminado o desinteresse.
A ART bem implementada torna os trabalhadores mais participativos com:
·         Novas sugestões;
·         Alertas acerca de outros  riscos;
·         Certeza de que o programa de segurança é confiável e efetivo.
A analise de risco de trabalho, como uma técnica de solução de problemas, pode ajudar-nos a:
·         Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleção de equipamentos ou na elaboração do layout do local de trabalho;
·         Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no produto produzido ou etapas do processo;
·         Avaliar possíveis maneiras para prevenir acidentes, paradas de produção, deficiências na qualidade e reduções no valor do produto.
Resumindo, uma ART é uma maneira sistemática para o reconhecimento de:
·         Exposições a riscos ou acidentes.
·         Possíveis problemas e incluindo produção, qualidade ou desperdício.
·         Desenvolver maneiras corretas para realização das tarefas de forma que atos inseguros, condições inseguras, acidentes, falhas, retrabalhos e desperdícios não ocorram.
·         Fazer da maneira certa sem perdas de qualquer espécie.

PAE - Plano de Ação de Emergência

Objetivos e características básicas de um Plano de Ação de Emergência:

A finalidade de um Plano de Ação de Emergência é fornecer um conjunto de diretrizes, dados e informações que propiciem as condições necessárias para a adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos, estruturados para serem desencadeados rapidamente em situações de emergência, para a minimização de impactos à população e ao meio ambiente.
O PAE deve definir claramente as atribuições e responsabilidades dos envolvidos, prevendo também os recursos, humanos e materiais, compatíveis com os possíveis acidentes a serem atendidos, além dos procedimentos de acionamento e   rotinas de   combate às emergências, de acordo   com a tipologia dos cenários acidentais estudados.

Rota de Fuga
É um mapa que representa, através de símbolos apropriados, o trajeto a ser seguido pelo indivíduo no caso de necessidade urgente de evacuação do local, em função de incêndio, desabamentos ou outros casos fortuitos.
A falta de indicadores de rotas de evacuação poderá ocasionar situações de pânico em emergências, onde o fator tranqüilidade é preponderante para a prevenção de acidentes graves.
Prevenção de Incêndio
Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber como agir corretamente no momento em que eles ocorrem. Uma das principais providências que a Comissão Interna de Biossegurança pode tomar, para que qualquer acidente seja controlado, é alertar todos os trabalhadores sobre as devidas precauções quando ocorrer algum distúrbio ou tumulto, causados por incidentes, como por exemplo vazamentos de gás, fumaça, fogo e vazamento de água. O primeiro passo é detalhar em procedimentos operacionais padrões que deverão ser distribuídos para todos os trabalhadores, contendo informações sobre todas as precauções necessárias, como: os cuidados preventivos; a conscientização sobre o planejamento de como atuar na hora do abandono do local de trabalho (Rota de Fuga); a indicação de medidas práticas sobre o combate e a retirada.
Regras Básicas
● Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros - 193
● Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeitas condições de uso e somente as utilize em caso de incêndio.
● Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso, devidamente carregados e revisados (periodicamente).
● Revisar periodicamente todas as instalações elétricas do prédio, procurando inclusive constatar também a existência de possíveis vazamentos de gases.
● Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis.
● Evitar a falta de ventilação.
● Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta corta-fogo ou outras saídas para áreas livres. Nem obstruí-las com materiais ou equipamentos.
● Tomar cuidado com cera, utilizada nos piso,s quando dissolvida. Não deixar estopas ou flanelas embebidas em óleos ou graxas em locais inadequados.
● Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) e sobre o cuidado de atirar fósforos e pontas de cigarros acessos em qualquer lugar.
Instruções Complementares
Ø  Desligue imediatamente o equipamento que estiver manuseando e feche as saídas de gás.
Ø  Procure sempre manter a calma e não fume, não tire as roupas, dê o alarme.
Ø  Mantenha, se possível, as roupas molhadas.
Ø  Jogue fora todo e qualquer material inflamável que carregue consigo.
Ø  Em situações críticas feche-se no banheiro, mantendo a porta umedecida pelo lado interno e vedada com toalha ou papel molhados.
Ø  Em condições de fumaça intensa cubra o rosto com um lenço molhado.
A prevenção de incêndios consiste em evitar que ocorra fogo, utilizando-se certas medidas básicas, que envolvem a necessidade de conhecer, entre outros itens:
a.      Características do fogo;
b.     Propriedades de riscos dos materiais;
c.      Causas de incêndios;
d.     Estudo dos combustíveis.
Quando, apesar da prevenção, ocorre um principio de incêndio, é importante que ele seja combatido de forma eficiente, para que sejam minimizadas suas conseqüências. Para que esse combate seja eficaz, deve-se, ainda:
·        conhecer os agentes extintores;
·        saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios;
Os conhecimentos apresentados a seguir objetivam fornecer subsídios para prevenir e proteger as edificações em geral contra incêndios; as características dos serviços, dos materiais empregados, dos processos de fabricação, etc., e determinar as soluções mais adequadas a cada situação.
 Pode-se definir o fogo como conseqüência de uma reação química, denominada combustão, que produz calor ou calor e luz. Para que ocorra essa reação química, devesse-a Ter no mínimo dois reagentes que, a partir da existência de uma circunstância favorável, poderão combinar-se. Os elementos essenciais do fogo são:
·        COMBUSTÍVEL
·        COMBURENTE
·        FONTE DE CALOR
Triângulo do fogo:
Quando os três elementos se apresentam em um determinado ambiente, sob condições propícias, temos o chamado triângulo do fogo.
 Classes de incêndio
De acordo com a NBR 7532, os incêndios são classificados em 4 classes principais:
Classe A
Fogo em materiais como papel, madeira, tecidos. Deixam cinzas e sua extinção se dá através do processo de resfriamento.
  Classe B
Fogo em líquidos inflamáveis como gasolina, querosene, álcool, etc. Sua extinção se dá através do processo de abafamento.
Classe C
Fogo em aparelhos elétricos ou instalações com corrente ligada. Sua extinção ocorre pelo abafamento.
 Classe D
 Fogo em ligas metálicas combustíveis, sua extinção ocorre através de agentes extintores e métodos especiais.
Proteção Contra Incêndio
O conhecimento das causas de incêndio consagrou certas práticas como recomendáveis para maior segurança do trabalhador e das instalações. Por exemplo:
a) Armazenagem de material;
b) Manutenção adequada;
· Instalação elétrica em condições precárias, Instalações elétricas mal projetadas, Pisos antí-faisca, Instalação mecânica.
c) Ordem e limpeza;
d) Instalação de pára-raios;
 Basicamente a extinção de um incêndio é feita por ação de resfriamento, abafamento ou união das duas ações.
· Ação de resfriamento: Pela diminuição da temperatura
· Ação de abafamento: Resultante da retirada do oxigênio;
Tipos de agentes extintores: Água (jato pleno - neblina - vapor), Agentes extintores de Espuma, Agentes extintores de Gás Carbônico, Agentes extintores químicos secos, Agentes extintores halogenados.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Causas e Prevenção de Acidentes no Trabalho


Causas do acidente de trabalho

Em todo acidente no trabalho estão presentes os seguintes elementos:
1.      Agente: é o objeto ou substância (máquina, o local) diretamente relacionado com a lesão – podem estar adequadamente protegidos;
2.      À parte do agente: é a parte do agente que esta diretamente associada ou relacionada com o acidente – exemplo o piso molhado;
3.      O tipo de acidente: é a forma ou modo de contato entre o agente do acidente e o acidentado, ou o resultado desse contato;
4.      Ato inseguro: é o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, carregar materiais pesados de maneira inadequada;
5.      Condição Insegura: é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador. São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados, máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com materiais inadequados. A programação de trabalho e a fadiga afetam os índices de acidentes. Os acidentes acorrem menos durante as primeiras cinco ou seis horas da jornada de trabalhado, sendo que, com a fadiga aumentam os riscos com as mesmas horas trabalhadas.
Faz-se necessário minimizar as condições inseguras. As causas dos atos inseguros podem ser atribuídas a certas características pessoais que predispõem aos acidentes, como: ansiedade, agressividade, falta de controle emocional, a personalidade, a motivação, a tendências de assumir riscos e tomar atitudes inadequadas. Essas tendências de comportamento levam a atos inseguros, como desatenção e falhas em seguir procedimentos, e aumentam a probabilidade de acidentes.
Os acidentes no trabalho são classificados em:
1.      Acidente sem afastamento: tipo de acidente que não provoca afastamento do trabalho nem é considerado nos cálculos dos coeficientes de freqüência (CF) e de gravidade (CG), embora deva ser investigado e anotado em relatório, além de exposto nas estatísticas mensais;
2.      Acidente com afastamento: é o acidente que provoca o afastamento do empregado no trabalho. Pode ser classificado em:
a.             Incapacidade temporária: provoca a perda temporária da capacidade para o trabalho e suas seqüelas se prolongam por um período menor que um ano. No retorno ao trabalho, o empregado assume sua função sem qualquer redução de sua capacidade de trabalho;
b.            Incapacidade parcial permanente: provoca a redução parcial e permanente para o trabalho e suas seqüelas se prolongam por período maior do que um ano. É geralmente motivada por:
·              Perda de qualquer membro ou parte deste;
·              Redução da função de qualquer membro ou parte deste;
·              Perda da visão ou redução funcional de um olho;
c.             Incapacidade permanente total: provoca a perda total, em caráter permanente, da capacidade de trabalho. É geralmente motivado por:
·              Perda da visão em ambos os olhos;
·              Perda da visão de um olho com redução em mais da metade da visão do outro;
d.            Morte: O acidente provoca a morte do empregado.
Como prevenir acidentes
Prevenir acidentes é dever de todos e  responsabilidade geral. Na prática, todo programa de prevenção de acidentes focaliza duas atividades básicas: eliminar as condições inseguras e reduzir os atos inseguros.
1.           Eliminação das condições inseguras: é o papel dos funcionários da primeira linha de defesa. Engenheiros de segurança desenham cargos para eliminar ou reduzir os riscos físicos dos ocupantes. Os supervisores e gerentes de linha assumem importante papel na redução das condições inseguras.
● Mapeamento das áreas de risco: trata-se da avaliação constante e permanente das condições ambientais que podem provocar acidentes dentro de uma empresa.
● Análise profunda dos acidentes: todo relatório de acidente, com ou sem afastamento do trabalho deve ser submetido a uma profunda análise para que se descubra as suas possíveis causas, como condições ou atos inseguros, para assim sinalizar as providências no sentido de eliminar essas causas para prevenir novos e futuros acidentes.
● Apoio irrestrito da alta administração: todo programa bem-sucedido de prevenção de acidente repousa no compromisso da alta direção. Esse compromisso é importante para ressaltar a importância que a alta direção coloca no programa de profilaxia contra acidentes na empresa.
2.           Redução dos atos inseguros: os acidentes são similares a outros tipos de desempenho pobre. Estudos psicológicos sugerem que não se devem selecionar as pessoas que apresentam tendências para acidentar-se em cargos específicos.
● Processo de seleção de pessoal: as técnicas de seleção procuram identificar certos traços humanos (como habilidade visual ou coordenação motora) relacionados com acidentes em certos cargos. Pesquisas sugerem testes sobre traços relacionados com acidentes, como:
Ø        Estabilidade emocional e testes de personalidade.
Ø        Medidas de coordenação muscular.
Ø        Testes de habilidade visual.
Ø        Testes de maturidade emocional, desempenho seguro e cuidadoso.
Ø        Suscetibilidade à exposição a produção tóxicos.
● Comunicação interna: propaganda e cartazes sobre segurança no trabalho podem ajudar a reduzir atos inseguros.
● Treinamento: o treinamento de segurança reduz acidentes, principalmente quando envolve novos empregados, no sentido de instruí-los em práticas e procedimentos para evitar potenciais riscos e trabalhar desenvolvendo sua percepção em relação à segurança no trabalho.
● Reforço positivo: os programas de segurança baseados no reforço positivo podem melhorar a segurança no trabalho. Objetivos de redução de acidentes devem ser formulados em conjunto com os funcionários e com ampla divulgação e comunicação dos resultados. Muitas empresas adotam o lema zero em acidentes  e passam a ostentar cartazes com o número de dias sem acidentes. É importante adotar as reuniões periódicas com grupos de empregados (DDS) para discussão de casos e exemplos.
 Medidas Preventivas
● Educação: criar uma consciência de segurança através de sinalização com slogans em locais de passagem, artigos sobre segurança na correspondência ou a comunicação de dias sem acidentes.
● Treinamento em habilidade: incorporar as medidas de prevenção em processo de aprendizagem.
● Engenharia: prevenir acidentes através do desenho de equipamentos ou tarefas, incluindo os fatores que promovem fadiga, sono ou monotonia.
● Mapeamento de riscos: localização de áreas de riscos, providências para eliminação de riscos de acidentes, inspeções periódicas, relatórios freqüentes e atenção da alta administração são imprescindíveis.
● Proteção: proporcionar equipamentos com proteção. Isto inclui todos os equipamentos de proteção individual como sapatos ou botas de segurança, luvas, capacetes, óculos, mascaras, aventais, protetores de ouvido etc... Também inclui a proteção externa e a manutenção preventiva do equipamento.
● Regras de reforço: os melhores regulamentos e regras são ineficientes na redução de acidentes se não forem continuamente reforçados e aplicados. Devem proporcionar algum tipo de retroação.
Estatísticas de acidentes
1.        Coeficiente de Freqüência (CF): significa o número de acidentes com afastamento ocorrido em cada milhão de homens/horas trabalhadas durante o período de tempo considerado. Esse período pode ser mensal ou anual.
a.             Número médio de empregados no período de tempo considerado. Envolve todo pessoal da organização, isto é, de todas as áreas e níveis. As empresas também utilizam para comparações internas.
b.            Homens/horas trabalhadas é a multiplicação numero médio de empregados pelo total de horas de trabalho do período considerado. São as horas que o empregado estão sujeitos a acidentes. No numero de homens/horas trabalhadas devem ser incluídas as horas extras e excluídas as horas remuneradas não trabalhadas, tais como: faltas abonadas, licenças, férias, enfermidades e descanso remunerado. Consideram-se oito horas por dia trabalhado.
2.        Coeficiente de Gravidade (CG): significa o numero de dias perdidos e computados em cada um milhão de homens/horas trabalhadas durante o período de tempo considerado  (mensal ou anual).É um índice que relaciona o tempo de afastamento em cada milhão de homens/horas trabalhadas. O cálculo se baseia nas seguintes informações:
a.       Número de dias perdidos por afastamento: é total dos dias no quais os acidentados ficam incapacitados para o trabalho em conseqüência de acidentes com incapacidade temporária. Os dias perdidos são contatos a partir do dia imediatamente  a seguir ao do acidente até o dia da alta médica;
b.      Dias perdidos transportados: é o total dos dias perdidos por afastamento durante o mês anterior ou meses anterior, quando o CG abrange o período anual; 
c.       Dias computados e debitados: é o total dos dias computados por redução da capacidade ou morte dos acidentados.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Para que serve a Filosofia?




Mito da caverna de Platão

O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal.

“Imaginemos homens que vivam numa caverna cuja entrada se abre para a luz em toda a sua largura, com um amplo saguão de acesso. Imaginemos que esta caverna seja habitada, e seus habitantes tenham as pernas e o pescoço amarrados de tal modo que não possam mudar de posição e tenham de olhar apenas para o fundo da caverna, onde há uma parede. Imaginemos ainda que, bem em frente da entrada da caverna, exista um pequeno muro da altura de um homem e que, por trás desse muro, se movam homens carregando sobre os ombros estátuas trabalhadas em pedra e madeira, representando os mais diversos tipos de coisas. Imaginemos também que, por lá, no alto, brilhe o sol. Finalmente, imaginemos que a caverna produza ecos e que os homens que passam por trás do muro estejam falando de modo que suas vozes ecoem no fundo da caverna.

         Se fosse assim, certamente os habitantes da caverna nada poderiam ver além das sombras das pequenas estátuas projetadas no fundo da caverna e ouviriam apenas o eco das vozes. Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditariam que aquelas sombras, que eram cópias imperfeitas de objetos reais, eram a única e verdadeira realidade e que o eco das vozes seriam o som real das vozes emitidas pelas sombras.
Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes consiga se soltar das correntes que o prendem. Com muita dificuldade e sentindo-se frequentemente tonto, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com muita dificuldade e sentindo-se perdido, ele começaria a se habituar à nova visão com a qual se deparava. Habituando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se por sobre o muro e, após formular inúmera hipóteses, por fim compreenderia que elas possuem mais detalhes e são muito mais belas que as sombras que antes via na caverna, e que agora lhes parece algo irreal ou limitado.                                                         .

         Suponhamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz; depois, habituando-se, veria as várias coisas em si mesmas; e, por último, veria a própria luz do sol refletida em todas as coisas. Compreenderia, então, que estas e somente estas coisas seriam a realidade e que o sol seria a causa de todas as outras coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das causas últimas das coisas. Assim, ele, por amor, voltaria à caverna a fim de libertar seus irmãos do julgo da ignorância e dos grilhões que os prendiam. Mas, quando volta, ele é recebido como um louco que não reconhece ou não mais se adapta à realidade que eles pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras. E, então, eles o desprezariam....”

A narrativa expressa dramaticamente à imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa ilumina um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas,  como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas. Os prisioneiros fazem, inclusive, torneios para se gabarem, se vangloriarem a quem acertar as corretas denominações e regularidades.



Imaginemos agora que um destes prisioneiros é forçado a sair das amarras e vasculhar o interior da caverna. Ele veria que o que permitia a visão era a fogueira e que na verdade, os seres reais eram as estátuas e não as sombras. Perceberia que passou a vida inteira julgando apenas sombras e ilusões, desconhecendo a verdade, isto é, estando afastado da verdadeira realidade. Mas imaginemos ainda que esse mesmo prisioneiro fosse arrastado para fora da caverna. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão imediatamente e só depois de muito habituar-se com a nova realidade, poderia voltar a enxergar as maravilhas dos seres fora da caverna. Não demoraria a perceber que aqueles seres tinham mais qualidades do que as sombras e as estátuas,  sendo, portanto, mais reais. Significa dizer que ele poderia contemplar a verdadeira realidade, os seres como são em si mesmos. Não teria dificuldades  em perceber que o Sol é a fonte da luz que o faz ver o real, bem como é desta fonte que provém toda existência (os ciclos de nascimento, do tempo, o calor que aquece etc.).

Maravilhado com esse novo mundo e com o conhecimento que então passara a ter da realidade, esse ex-prisioneiro lembrar-se-ia de seus antigos amigos no interior da caverna e da vida que lá levavam. Imediatamente, sentiria pena deles, da escuridão em que estavam envoltos e desceria à caverna para lhes contar o novo mundo que descobriu. No entanto, como os ainda prisioneiros não conseguem vislumbrar senão a realidade que presenciam, vão debochar do seu  colega liberto, dizendo-lhe que está louco e que se não parasse com suas maluquices acabariam por matá-lo.

Este modo de contar as coisas tem o seu significado: os prisioneiros somos nós que, segundo nossas tradições diferentes, hábitos diferentes, culturas diferentes, estamos acostumados com as noções sem que delas reflitamos para  fazer juízos corretos, mas apenas acreditamos e usamos como nos foi transmitido. A caverna é o mundo ao nosso redor, físico, sensível em que as imagens prevalecem sobre os conceitos, formando em nós opiniões por vezes errôneas e equivocadas, (pré-conceitos, pré-juízos). Quando começamos a descobrir a verdade, temos dificuldade para entender e apanhar o real (ofuscamento da visão ao sair da caverna) e para isso, precisamos nos esforçar, estudar, aprender, querer saber. 

O mundo fora da caverna representa o mundo real, que para Platão é o mundo inteligível por possuir Formas ou Idéias que guardam consigo uma identidade indestrutível e imóvel, garantindo o conhecimento dos seres sensíveis. O inteligível é o reino das matemáticas que são o modo como apreendemos o mundo e construímos o saber humano. A descida é a vontade ou a obrigação moral que o homem esclarecido tem de ajudar os seus semelhantes a saírem do mundo da ignorância e do mal para construírem um mundo (Estado) mais justo, com sabedoria. O Sol representa a Idéia suprema de Bem, ente supremo que governa o inteligível, permite ao homem conhecer e de onde deriva toda a realidade (o cristianismo o confundiu com Deus).

Portanto, a alegoria da caverna é um modo de contar imageticamente o que conceitualmente os homens teriam dificuldade para entenderem, já que, pela própria narrativa, o sábio nem sempre se faz ouvir pela maioria ignorante.

Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP


domingo, 11 de dezembro de 2011

Segurança do Trabalho


O que é ?
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
Responsabilidade de linha e a função staff.
A Higiene, Segurança e Qualidade de Vida no trabalho é uma responsabilidade de Linha e uma função de Staff. Gerentes de Linha e Especialistas de RH têm  responsabilidades legais e morais de assegurar um local de trabalho livre de riscos desnecessários e de condições ambientais que possam provocar danos à saúde física e mental das pessoas.
Programas de segurança, requerem as seguintes etapas:
Ø    Estabelecer sistema de indicadores e estatísticas de acidentes;
Ø    Desenvolver sistemas de relatórios de providências;
Ø    Desenvolver regras e procedimentos de segurança;
Ø    Recompensas aos gerentes e supervisores pela administração eficaz da função de segurança.
O papel da Segurança do Trabalho.
ü    Eliminar as condições inseguras e os atos inseguros para possibilitar a redução dos acidentes e as doenças ocupacionais;
ü    Elaborar procedimentos visando que as atividades exercidas sejam efetuadas com total segurança.

O que faz o profissional de Segurança do Trabalho?
Organiza programas de prevenção de acidentes, orienta a CIPA, os trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, elaborando planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspeção de segurança, laudos técnicos e ainda organizando e dando palestras e treinamento.

 Como minimizar os custos com a Segurança do Trabalho?
A melhor maneira de minimizar os custos da empresa é investir na prevenção de acidentes. Diminuir  investimentos em equipamentos de proteção individual, contratação de pessoal de segurança do trabalho e medidas de segurança,  pode trazer inúmeros prejuízos à empresa. O acidente leva a encargos com advogados, perdas de tempo, materiais, produção e  a indenizações por acidentes de trabalho. Com certeza seria muito mais simples investir em prevenção e em regularização da segurança nesta empresa, evitando futuras complicações legais.
Segurança do Trabalho
Segurança e Higiene do Trabalho são atividades interligadas que percutem diretamente sobre a continuidade da produção e sobre o moral dos empregados.
Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instituindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. Seu emprego é indispensável para o desenvolvimento satisfatório do trabalho. O serviço de segurança tem a finalidade de estabelecer normas e procedimentos, pondo em prática os recursos possíveis para conseguir a prevenção de acidentes e controlando os resultados obtidos.Muitos serviços de segurança não obtêm resultados, pois não estão apoiados em diretrizes básicas bem delineadas e compreendidas pela direção da empresa ou porque não foram devidamente desenvolvidos em seus vários aspectos.
O que é acidente de trabalho?
Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Equiparam-se aos acidentes de trabalho:
1.      o acidente que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho
2.      o acidente que acontece quando você estiver em viagem a serviço da empresa
3.      o acidente que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa.
4.      doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho).
5.   doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Cuidados com o Ambiente de Trabalho e as Consequências do Estresse


Cuidados Importantes com o Ambiente de Trabalho
Os principais itens do programa de higiene do trabalho estão relacionados com:

1.           Ambiente físico de trabalho:
·                                     Iluminação: luminosidade adequada a cada tipo de atividade;
·                                     Ventilação: remoção de gases, fumaça e odores desagradáveis;
·                                     Temperatura: manutenção de níveis adequados de temperatura;
·                                     Ruídos: remoção de ruídos ou utilização de protetores auriculares.
2.           Ambientes psicológicos de trabalho:
·                                     Relacionamentos humanos agradáveis;
·                                     Tipo de atividade agradável e motivadora;
·                                     Estilo de gerência democrático e participativo;
·                                     Eliminação de possíveis fontes de estresse.
3.           Ampliação de princípios de ergonomia:
·                                     Máquinas e equipamentos adequados às características humanas;
·                                     Mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas;
·                                     Ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano.
4.           Saúde ocupacional:
·         Ausência de doenças;
·         Os riscos físicos, biológicos, tóxicos e químicos, assim como as condições estressantes, podem provocar danos às pessoas no trabalho;
·         Podemos dizer que saúde é um estado físico, mental e social de bem-estar;
·         Um funcionário excelente e competente, mas deprimido e com baixa auto-estima, pode ser tão improdutivo quanto um funcionário doente;
·         A saúde ocupacional esta relacionada com assistência médica preventiva, que instituiu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que exige o exame médico pré-admissional, periódico, retorno ao trabalho (afastamentos superior a 30 dias), mudança de função, transferência, exames demissional (15 dias que antecedem o desligamento).
OBS: Um ambiente de trabalho agradável pode melhorar o relacionamento interpessoal e a produtividade, assim como reduzir acidentes, doenças e rotatividade do pessoal.
O Programa de Medicina Ocupacional envolve os exames médicos exigidos legalmente, além de executar programas de proteção da saúde dos funcionários, palestras de medicina preventiva, elaboração do mapa de riscos ambientais, relatório anual e arquivos de exames médicos com avaliação clínica e exames complementares, visando à qualidade de vida dos funcionários e maior produtividade da organização. Os programas de saúde começaram a atrair a atenção. As conseqüências de programas inadequados são perfeitamente mesuráveis: aumento dos afastamentos por doença, aumento dos custos de seguros, aumento do absenteísmo e rotatividade do pessoal, baixa produtividade e baixa qualidade, além de pressões sindicais.
Um programa de saúde ocupacional requer as seguintes etapas:
Ø  Estabelecimento de um sistema de indicadores, abrangendo estatísticas de afastamentos e acompanhamento de doenças;
Ø  Desenvolvimento de sistemas de relatórios médicos;
Ø  Desenvolvimento de regras e procedimentos para prevenção médica;
Ø  Recompensas aos gerentes e supervisores pela administração eficaz da função de saúde ocupacional.
Os principais problemas de saúde nas organizações estão relacionados com:
Ø  Alcoolismo e dependência química de drogas, medicamentos, fumo etc...
Ø  Estresse no trabalho
Ø  Exposição a produtos químicos perigosos
Ø  Exposição a condições ambientais frias, quentes, contaminadas, secas, úmidas, barulhentas, pouco iluminadas;
Ø  Hábitos alimentares inadequados
Ø  Vida sedentária, sem contatos sociais e sem exercícios físicos;
Ø  Automedicação sem cuidados médicos adequados.
Como tornar saudável o ambiente de trabalho.
Ø  Assegurar que as pessoas respirem ar fresco;
Ø  Evite materiais suspeitos que emitam odores ou toxinas;
Ø  Proporcione um ambiente livre de fumaça;
Ø  Adote dutos limpos e secos;
Ø  Registrar as reclamações dos funcionários para tomada de providências quanto à higiene do trabalho;
Ø  Proporcione equipamentos adequados, evite traumas físicos com uso da ergonomia.
        Ergonomia significa adequação do ambiente e condições de trabalho com o indivíduo. Cada pessoa é diferente e requer o uso de equipamentos que se ajustem às suas características individuais.
      Estresse no Trabalho
É um conjunto de reações físicas, químicas e mentais de uma pessoa a estímulos estressantes no ambiente. O autoritarismo do chefe, a desconfiança, a pressão das exigências e cobranças, o cumprimento do horário de trabalho, a falta de perspectiva de progresso profissional e a insatisfação pessoal não somente perturbam o bom humor das pessoas, como também provocam estresse no trabalho. Podemos dizer que estresse é a soma das perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por diversos agentes agressores como trauma, emoções fortes, fadiga, exposição a situações conflitivas e problemáticas.
Existem duas fontes principais de estresse no trabalho: ambiente e pessoal.  Primeiro, uma variedade de fatores externos e ambientais podem conduzir ao estresse no trabalho. Incluem a programação do trabalho, maior ou menor tranqüilidade no trabalho, segurança no trabalho, fluxo do trabalho e o número e natureza dos clientes internos e externos a serem atendidos. Pesquisas revelam que o ruído ambiental decorrente de máquinas funcionando, pessoas conversando e telefones tocando (Bolsa de Valores) contribuem para o estresse em 54% das atividades de trabalho.
O estresse no trabalho provoca sérias conseqüências tanto para o empregado como para a organização.
As conseqüências humanas do estresse incluem:
Ø  Ansiedade;
Ø  Depressão;
Ø  Angustia;
Ø  Conseqüências físicas como distúrbios gástricos e cardiovasculares;
Ø  Dores de cabeça, nervosismo e acidentes.
O estresse também afeta negativamente a organização ao interferir na quantidade e qualidade do trabalho, no absenteísmo e rotatividade e na predisposição e queixas, reclamações e greves.
Como reduzir o estresse no local de trabalho:
·         Permita que os funcionários conversem amigavelmente: funcionários, habituados a uma atmosfera livre e aberta, em que possam consultar-se com colegas sobre assuntos de trabalho, enfrentam o estresse com bom humor;
·         Reduza conflitos pessoais no trabalho: comunicações abertas, negociações e respeito mútuo, tratar os empregados eqüitativamente e definir claramente as expectativas quanto ao seu trabalho;
·         Dê aos empregados o controle sobre como devem fazer no seu trabalho: os trabalhadores sentem-se orgulhosos e produtivos quando têm controle sobre o que fazer em seus cargos;
·         Assegure adequada assessoria e orçamento de despesas: os funcionários podem contribuir com sugestões, conciliando a necessidade de economia coma necessidade de assessoria;
·         Fale abertamente com os funcionários: manter seus subordinados informados sobre as boas e más novidades, dando-lhes a oportunidade de participação;
·         Apóie os esforços dos funcionários: pergunte regularmente como estão indo em suas atividades e indague sobre assuntos relacionados;
·         Proporcione benefícios pessoais competitivos: os funcionários que dispõem de tempo para relaxar, recarregar suas energias após um trabalho duro, são menos passíveis de desenvolver doenças relacionadas com estresse;
·         Mantenha os níveis atuais de benefícios aos empregados: cortes em benefícios como seguro de saúde, seguridade social, férias e afastamento por doença acrescentam estresse aos funcionários;
·         Reconheça e recompense os funcionários: uma palavra pública de reconhecimento, uma promoção ou um bônus pelo cumprimento ou contribuição de um funcionário podem funcionar como alavancadores de elevado moral e produtividade do pessoal.
Métodos para reduzir o estresse:
·         Planejamento: disponha de tempo para planejar seus objetivos pessoais e de carreira. No trabalho, tenha tempo para planejar suas atividades do dia seguinte;
·         Exercícios físicos: exercícios regulares contribuem para a saúde física e ajudam a ultrapassar o estresse;
·         Dieta: estresse prolongado pode reduzir seus suprimentos de vitaminas, tornando-o suscetível a doenças;
·         Biofeedback: é uma técnica terapeuta utilizada no tratamento de dores de cabeça, alta pressão sanguínea, tensão muscular e outros problemas;
·         Medição ou relaxamento: filosofia e técnicas asiáticas incluem meditação;
·         Psicoterapia: uma ampla variedade de técnicas interpessoais é usada para reduzir o estresse com ajuda de um psicoterapeuta;
·         Psicanálise: é uma forma de psicoterapia, durante a qual o psicanalista analisa os estratos mais profundos da personalidade para descobrir as raízes do comportamento anormal.