quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cuidem das Crianças para que quando Homens, não sejam punidos. Deixe um Legado!

Herdeiro da Pampa Pobre

http://www.youtube.com/watch?v=X5gue56zkzA

Engenheiros do Hawaii

Composição: Gaucho da Fronteira - Vaine Darde
 
Mas que pampa é essa que eu recebo agora
Com a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a história
Não me deixaram nem sequer matizes?

Passam às mãos da minha geração
Heranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pão
Onde a ganância anda de rédeas soltas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Mas que pampa é essa que eu recebo agora
Com a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a história
Não me deixaram nem sequer matizes?

Passam às mãos da minha geração
Heranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pão
Onde a ganância anda de rédeas soltas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Herdei um campo onde o patrão é rei
Tendo poderes sobre o pão e as águas
Onde esquecido vive o peão sem leis
De pés descalços cabresteando mágoas

O que hoje herdo da minha grei chirua
É um desafio que a minha idade afronta
Pois me deixaram com a guaiaca nua
Pra pagar uma porção de contas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
Eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Liderança: Dom ou Preparação?


LIDERANÇA: DOM OU PREPARAÇÃO?
DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS AOS TIPOS LÍDERES

Frank Maurício de Almeida


RIO DE JANEIRO
2009
                                      Monografia
apresentada à Fundação Técnico Educacional Souza Marques como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.
                                                           Prof.(a) Orientador (a) – José Cláudio R. Guerra


Dedico este trabalho,
A Elaine, minha amada esposa, que soube ser compreensível e suprir a minha necessária ausência no nosso lar durante esta caminhada. Ao meu filho Kevin, que mesmo sem a consciência de sua importância nessa conquista, foi também fundamental, por hoje mais do que nunca querer construir um futuro melhor para ele. A minha Mãe, que mesmo sem muito estudo me ensinou muitas coisas valiosas. A todos aqueles que me fizeram evoluir para tornar tal trabalho tão prazeroso e de sumo valor a minha trajetória nestes quatro anos de dedicação e muita luta, com a plena certeza de ter buscado sempre o melhor e me envolvido com todo o coração até o final dessa estrada.

AGRADECIMENTOS
A Deus, que de forma muito particular agiu sobre minha vida para tornar possível mais esta realização. A todos os formandos do curso 2009.2, que tornaram tal grupo tão especial, principalmente ao Amigo Nilton, ao Amigo Rodrigo e a Amiga Sheilla, que juntos a mim formaram um Grupo da qual construímos trabalhos tão maravilhosos e os espero carregar através da amizade por toda a vida. Aos mestres, que nos conduziram com sabedoria nesta jornada, em especial ao Coordenador J. C. Guerra pelas melhorias e mudanças realizadas no curso, que com astúcia trouxe ao seu lado uma pessoa das quais muito admiro, além de ter sido nosso professor e também Coordenador Luiz Henrique, um baita ser humano. A empatia e sintonia dos Professores Flávio e Carlos César com a turma muito evidenciada nos últimos períodos. Enfim, as lições que aprendemos, as transformações que sofremos, sejam como pessoas seja como profissionais. Agradeço por tudo e pelo imenso prazer e a satisfação de ter convivido, na Souza Marques, com cada um de vocês.    

EPÍGRAFE
“Há sete pecados no mundo: Riqueza sem trabalho, Prazer sem consciência, Conhecimento sem caráter, Comércio sem moralidade, Ciência sem humanidade, Adoração sem sacrifício e Política sem princípios.”
Mahatma Gandhi.


RESUMO


O Trabalho foi desenvolvido com o objetivo de demonstrar como as Teorias Administrativas contribuíram para a formação dos conceitos de liderança, que por sua vez, forneceram as organizações questões relevantes à formação dos conceitos atuais dos líderes, assim como, ao transcorrer essas teorias expor como a liderança não é exclusiva do campo da administração e necessita da integração de diversas áreas.
Das teorias, partimos para esclarecer os estilos de liderança, que percorreu o caminho de demonstrar as características dos líderes e os tipos de líderes. Identificou-se assim, quais os principais atributos e habilidades que cabe aos melhores líderes, firmando seu papel como condutor de pessoas na organização além de evidenciar as características que direcionam o líder ao sucesso e ao fracasso.
Do tema central, que é a busca pela resposta se a liderança é um dom ou pode-se adquiri-la, sendo para todos possíveis de se tornarem grandes líderes, abandonou-se as teorias administrativas e os estilos de liderança, para mergulhar no campo filosófico, trazendo esclarecimentos sobre a ética, os principais valores e armadilhas que um líder deve enfrentar.
Com os mitos elucidados e a conclusão apresentada, através das referências utilizadas vimos que a virtude da liderança é o fator chave para que da sua prática e desenvolvimento surjam grandes líderes cada vez mais essenciais ao contexto atual de constantes mudanças.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................
2. O Panorama Geral da Liderança.............................................
2.1 A Liderança e a Administração..........................................................................................
2.1.1 Teoria da Administração Científica.................................................................................
2.1.2 Teoria Clássica da Administração...................................................................................
2.1.3 Teoria das Relações Humanas.........................................................................................
2.1.3.1 Conceitos de Liderança.................................................................................................
2.1.3.2 Teorias sobre liderança.................................................................................................
2.1.4 Teoria da Burocracia........................................................................................................
2.1.5 Teoria Comportamental da Administração......................................................................
2.1.5.1 Novas Proposições sobre Liderança.............................................................................
2.1.6 Teoria da Contingência....................................................................................................
2.1.6.1 Teoria Contingencial de Liderança...............................................................................
3. TIPOS DE LIDERANÇA...........................................................................
3.1 Características dos Líderes..................................................................................................
3.2 Tipos de Líderes e seus estilos............................................................................................
3.3 Amarrando as pontas...........................................................................................................
4. DOM E PREPARAÇÃO............................................................................
4.1 Dom e Virtude.....................................................................................................................
4.1.1 A Virtude e a Ética...........................................................................................................
4.1.1.2 As Virtudes Básicas......................................................................................................
4.1.1.3 Os Vícios.......................................................................................................................
4.2 Inquietações sobre Liderança..............................................................................................
4.3 Mitos sobre Liderança.........................................................................................................
5.CONCLUSÃO................................................................................................ REFERÊNCIAS

1. Introdução

A liderança tem se tornado um assunto cada vez mais discutido atualmente, seja dentro das organizações os nos diversos papéis que os indivíduos representam perante a sociedade. Um dos dilemas principais sobre o tema é se os grandes líderes já nascem com o dom da liderança ou as pessoas podem ser grandes líderes se buscarem a preparação adequada a sua formação. Daí surge diversas opiniões e como é um assunto amplamente discutido se criam diversas interpretações que muitas vezes de forma equivocada acabam por confundir mais do que esclarecer a verdadeira essência da liderança.
Para situar e direcionar todo o trabalho utilizou-se num primeiro capítulo, apresentar as contribuições das Teorias Gerais de Administração, transcorrendo as abordagens clássicas, as abordagens humanísticas, principalmente a Teoria das Relações Humanas, seguindo com a abordagem neoclássica da Administração, com seus principais autores e pesquisadores, assim como os princípios que deram a liderança seus principais conceitos, com uma leve passagem pela história da liderança e destaque para alguns líderes do passado.
Com o capítulo seguinte evidenciaram-se os principais estilos de liderança e as características que devem os líderes possuir a fim de serem grandes líderes. Mostrando seu papel na escala de decisão e seus relacionamentos som as situações organizacionais e seus liderados. Através de um eneagrama, demonstraram-se os nove estilos de liderança e os pontos fortes e fracos que cada estilo pode apresentar, além de trazer a tona a importância no relacionamento com do líder com seus liderados.
O último capítulo caminhou mais pelo campo filosófico, que tornou possível esclarecer a pergunta principal deste trabalho: A liderança é um dom ou qualquer pessoa pode se tornar um líder?
A resposta dessa pergunta é o que justifica o presente trabalho e desmistifica alguns mitos que atrapalham o entendimento da importância da liderança e as inquietações que dificultam ao líder saber que virtudes e valores devem ser seguidos para ser um grande líder. 

2. O Panorama Geral da Liderança

A História sempre foi marcada por grandes líderes e suas influências marcaram de forma positiva ou negativa uma sociedade, um grupo e até o Mundo. Assim a liderança exercida pelos líderes pode ser responsável por feitos nobres, como a condução adequada das pessoas em prol de um mesmo objetivo, ressaltando de forma surpreendente, sua influência na capacidade de alguns indivíduos se comoverem e se inspirarem, como na mobilização de massas populares, sendo vitais às conquistas da humanidade. Em contrapartida, os líderes também podem conduzir pessoas a feitos negativos, como o uso de sua influência e poder a fim de dominar os mais fracos e menos favorecidos socialmente.
Essa influência está relacionada à Habilidade Humana, como conceitua de CHIAVENATO (2003, p. 03): Estão relacionadas com o trabalho com pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais e grupais. Com essas habilidades, busca-se o desenvolvimento da cooperação dentro da equipe e, por meio dessa interação entre as pessoas, encorajá-las a participação através da confiança e de um maior envolvimento dos indivíduos, como o mesmo autor retrata: Saber trabalhar com pessoas por meio das pessoas.
Como enfatiza RODRIGUES, Thaise (2009, p.03):
                                                                É fato que Adolf Hitler foi uma pessoa decisiva para o século em que vivemos.... Ele promoveu uma das maiores atrocidades de que se tem notícia na história da humanidade com o apoio (mesmo que, em muitos casos, passivo) de milhões de pessoas que acreditaram em suas idéias racistas e autoritárias. Mas como ele conseguiu incitar as massas a acreditarem numa idéia tão radical, a crerem na superioridade absoluta de uma raça e na necessidade da exterminação de outra? Costumo dizer que Hitler era um gênio do Mal, pois, analisando friamente, percebe-se que ele e sua "equipe" conseguiram manobrar populações com artimanhas muito eficazes a partir de idéias inconsistentes que não encontravam respaldo lógico. E é repugnante perceber que ele conseguiu levar a cabo suas intenções, matando milhões de pessoas, especialmente judeus inocentes, e praticando um dos crimes mais repulsivos da história.

Contudo foram vários os fatores que influenciaram os Líderes e as Formas de Liderança, como as influências religiosas e militares, podemos destacar na cultura ocidental a filosofia de Jesus Cristo, na Enciclopédia Bíblica: A confissão de fé em Cesareia de Filipo (Mt 16:13-20) marcou um importante ponto de viragem no relacionamento dos discípulos com Jesus.... Agora, pela primeira vez deram sinais de uma compreensão mais madura e de um apreço por essa missão.
Já na filosofia de Sun Tzu com a Arte da Guerra na cultura Oriental, CLAVELL (1999, p.11) argumenta: Se as ordens de comando não forem bastante claras, se não foram totalmente compreendidas, então a culpa é do General. Porém se as ordens são claras e os soldados, apesar disso, desobedecem, então a culpa é dos seus oficiais. Existe a lenda, que Sun Tzu tenha inspirado Napoleão em suas táticas de guerra para dominar parte da Europa, segundo o mesmo autor.

2.1 A Liderança e a Administração

Dentro da origem histórica da humanidade, voltamos no tempo para explicitar o desencadeamento da evolução do convívio social do Homem. Seguindo esta mesma linha, CHIAVENATO (2000, p. 03) nos remete a tempos remotos da história e nos apresenta que: Desde os primórdios da humanidade, o homem associou-se a outros para conseguir por meio do esforço conjunto, atingir determinados objetivos. Desse esforço conjunto surgiram as empresas rudimentares que remontam a época dos assírios, babilônios, fenícios e egípcios etc.
Contudo, a história da administração é relativamente recente e teve como fator disseminador o aparecimento da grande empresa, mas o fenômeno que provocou o seu aparecimento e da moderna administração, foi a Revolução Industrial, que ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo do século XIX, chegando ao limiar do século XX.
O fenômeno da Revolução Industrial trouxe rápidas e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas. Seu início foi na Inglaterra, com a invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776. A aplicação desse invento no processo de produção provocou um grande surto de industrialização, que se espalhou por toda a Europa e Estados Unidos rapidamente.
          Um dos pais da Administração coloca que: Para obter dos chefes de serviço, nessas condições, uma colaboração real e ativa, é necessário um hábil condutor de homens, que não tema nem o trabalho nem as responsabilidades. Reconhece-se o líder na dedicação dos subordinados e na confiança dos superiores. FAYOL (1990, p.10).
Dentre os Princípios Gerais da Administração de Taylor, podemos destacar princípios que deram formalidade a liderança no ramo da Administração: O Princípio da Autoridade e Responsabilidade; O Princípio da Hierarquia e o Princípio da Unidade de Comando. Princípios esses, apresentados por CHIAVENATO (2000, p.07), que começaram a desenhar o desenvolvimento e a importância das lideranças nas organizações, demonstrados a seguir:
- Princípio da Autoridade e Responsabilidade: Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de exigir obediência, aspectos indispensáveis à atividade administrativa. A Autoridade emana do superior para o subordinado, enquanto a responsabilidade emana do subordinado perante o superior. A Autoridade (frente aos subordinados) deve corresponder à Responsabilidade (frente ao superior) e vice-versa. Ambas devem ser equivalentes e balanceadas. O enunciado deste princípio é de que deve haver uma linha de Autoridade e de Responsabilidade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo até a base da organização empresarial.         
                                                            - Princípio da Hierarquia ou Cadeia Escalar: A Hierarquia representa o volume de autoridade e responsabilidade de cada pessoa ou órgão da empresa. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta o volume de autoridade e responsabilidade. Quanto maior a empresa, maior o número de níveis hierárquicos. Normalmente, a organização de uma empresa representa uma cadeia de níveis hierárquicos sobrepostos, formando uma pirâmide.
                                                            - Princípio da Unidade de Comando: Cada pessoa deve subordinar-se a um e somente único superior. Funciona para evitar duplicidade de chefia e conseqüência confusão de ordens de vários chefes para um único subordinado. Assim, cada subordinado deve ter apenas um chefe e receber somente dele as ordens de trabalho.

A Liderança começa a ter destaque na Teoria das Relações Humanas, mas antes de merecer este destaque, vamos mostrar as teorias que antecederam essa teoria, onde a liderança não foi citada de forma direta, mas que mesmo assim não deixaram de ter sua contribuição ao seu desenvolvimento e sua conceituação.

2.1.1 Teoria da Administração Científica

Assim, a Teoria Geral da Administração começou com a ênfase nas tarefas, com a Administração Científica de Frederick Winslon Taylor (1856-1915), que buscou substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos e por Taylor, que se voltou para a racionalização do trabalho dos operários, com a Organização Racional do Trabalho (ORT), que tem como destaque o aspecto da Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos.

2.1.2 Teoria Clássica da Administração

A preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a Teoria Clássica de Henry Fayol (1841-1925), que foi a corrente administrativa predominante na primeira metade do século XX, que visava a estrutura organizacional e os princípios universais de administração, que define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Seus princípios complementaram os princípios de Taylor, sistematizando-os sem muita originalidade, porquanto os coletou de diversos autores de sua época.
Assim, mesmo que a questão da liderança não tenha sido citada nas Teorias da Administração Científica e Clássica, ambas tiveram sua contribuição, pois representaram um marco no campo da administração. Elas influenciariam as teorias posteriores até chegarem às teorias que deram destaque a importância da Liderança nas Organizações.

2.1.3 Teoria das Relações Humanas

Com a abordagem humanística, surge a Teoria das Relações Humanas, vinda da crítica às teorias anteriores, sendo a corrente administrativa iniciada com a Experiência de Hawthorne e que enfatiza a importância das pessoas, dos grupos sociais e da organização informal em contraposição aos pressupostos formais da Teoria Clássica. Essa Teoria buscou corrigir a tendência à desumanização do trabalho com a aplicação de métodos científicos e precisos.
Assim da decorrência da Teoria das Relações Humanas, constatou a influência da liderança sobre o comportamento das pessoas, já que a Teoria Clássica não se preocupou com a liderança e suas implicações, pois os autores clássicos apenas se referiram superficialmente à liderança, pois ela não chegou a constituir um assunto de interesse.
2.1.3.1 Conceitos de Liderança

Em qualquer tipo de organização humana, a liderança é necessária, seja nas empresas, seja em cada um de seus departamentos, seja em grupos sociais. A liderança é essencial a todas as funções da Administração, pois o administrador precisa estar se relacionando constantemente com as pessoas e para isso precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, ou seja, liderar.
A conjuntura que se delineou no passado, caracterizada pelo líder totalitário, não é mais aceita com o advento e consolidação da democracia, principalmente nos países ocidentais. A mudança do líder de nação observou mudanças também no líder das empresas e organizações, onde mãos de ferro dão lugar a flexibilidade e a ponderação. A liderança, portanto vai ganhando outras facetas. É neste contexto contemporâneo onde se observa o conceito de liderança e as características de um líder.
Assim, para os humanistas, a liderança pode ser visualizada sob diversos ângulos, sendo necessária em todos os tipos de organização humana, tanto nas empresas quanto em cada um de seus departamentos. Sua ligação principal a administração é que a lideranças é essencial em todas as funções da Administração, levando a necessidade do administrador conhecer a natureza humana e saber assim, conduzir as pessoas, isto é, liderar.
Assim CHIAVENATO (2003, p.122) nos apresenta a seguir, os ângulos que foram adotados pelos humanistas da Teoria das Relações Humanas sobre os conceitos de liderança:
1- Liderança como um fenômeno de influência interpessoal. Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. A liderança ocorre como um fenômeno social exclusivamente nos grupos sociais. Ela é decorrente dos relacionamentos entre as pessoas em uma determinada estrutura social. Nada tem a ver com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência significa uma força psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de maneira modificar o comportamento de outra de modo intencional. A influência envolve conceitos como poder e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se provocam mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos sociais. O controle representa as tentativas de influência bem-sucedidas, isto é, que produzem as conseqüências desejadas pelo agente influenciador. O poder é potencial de influência de uma pessoa sobre outras; é a capacidade de exercer influência, embora isso não signifique que essa influência seja realmente exercida. O poder é um potencial influencial que pode ou não ser realizado. A autoridade (o conceito mais restrito destes todos) é o poder legítimo, isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu papel ou posição em uma estrutura organizacional.  É, portanto, o poder legal e socialmente aceito.
2- Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo. O grau em que um indivíduo demonstra qualidade de liderança depende não somente de suas próprias características pessoais, mas também das características da situação na qual se encontra. Liderança é um processo contínuo de escolha que permite à empresa caminhar em direção à sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa capaz de dar maior assistência e orientação (que defina ou ajude o grupo a escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus objetivos. A liderança é uma questão de redução de incerteza do grupo, e o comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, isto é, a tomada de decisões. Nesse sentido, o líder é um tomador de decisões ou aquele que ajuda o grupo a tomar decisões adequadas.                          .
3- Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinados. Liderança é uma função das necessidades existentes em uma determinada situação e consiste em uma relação entre um indivíduo e um grupo. A relação entre líder e subordinados repousa em três generalizações:
· A vida para cada pessoa pode ser vista como uma contínua luta para satisfazer necessidades, aliviar tensões e manter o equilíbrio.
· A maior parte das necessidades individuais, em nossa cultura, é satisfazer por meio de relações com outras pessoas e grupos sociais.
· Para a pessoa, o processo de usar relações com outras pessoas é um processo ativo – e não passivo – de satisfazer necessidades.
A pessoa não espera que a relação seja capaz de lhe proporcionar os meios de satisfazer uma necessidade que ocorra naturalmente, mas ela própria procura os relacionamentos adequados ou utiliza os relacionamentos já existentes com o propósito de satisfazer suas necessidades pessoais.  Há uma relação funcional em que o líder é percebido pelo grupo como possuidor dos meios para a satisfação de suas necessidades. Segui-lo pode constituir para o grupo um meio par aumentar a satisfação de suas necessidades ou de evitar sua diminuição. O líder surge como um meio para a consecução dos objetivos desejados por um grupo. Assim, o líder é um estrategista que sabe indicar os rumos para as pessoas.                        .
4- Liderança como processo em função do líder, dos seguidores e de variáveis da situação.  Liderança é o processo de exercer influência sobre pessoas os grupos nos esforços para a realização de objetivos em uma determinada situação. A liderança depende de variáveis no líder (l) nos subordinados (s) e na situação (v). Ela pode ser definida pela equação: L= f(l,s,v). A liderança existe em função das necessidades existentes em determinada situação e da conjugação de características pessoais do líder, dos subordinados e da situação. Trata-se de uma abordagem situacional. O líder é a pessoa que sabe conjugar e ajustar todas essas características. Assim, não há um tipo único e exclusivo para cada situação.
2.1.3.2 Teorias sobre liderança

A liderança constitui um dos temas mais pesquisados e estudados nas últimas décadas. Existem várias teorias sobre liderança, porém de acordo com a Teoria das Relações Humanas foram classificadas em três grupos:

a) Teorias de traços de personalidade - São as teorias mais antigas a respeito da liderança. Um traço é uma qualidade ou característica distinta da personalidade. Segundo essa teoria, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas.

·   Traços físicos: como energia, aparência pessoal, estatura e peso.
·   Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança.
·   Traços sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa.
·   Traços relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa.

A teoria dos traços é criticada por diversas razões, que ocorrem pelo fato desta teoria não ponderar a importância de determinados traços que deveriam ter mais destaque do que outros; a não consideração da influência dos subordinados em sua reação com a liderança; não consideram a relevância dos traços de acordo com os tipos de objetivos e o fato de considerar o líder incondicional.
b) Teorias sobre estilos de liderança - São as teorias que estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, isto é, maneiras pelas qual o líder orienta sua conduta. Muito importante, enquanto a abordagem dos traços se refere aquilo que o líder é, a abordagem de liderança se refere aquilo que o líder faz, isto é, seu estilo de comportamento para liderar.
A teoria mais conhecida que explica a liderança por meio de estilos de comportamento, sem se preocupar com as características pessoais de personalidade se refere aos três estilos de liderança:

Os Três Estilos de Liderança
Autocrático
Democrático
Liberal (laissez-faire)
·   líder fixa as diretrizes sem qualquer participação do grupo.


·  O líder determina as providências para a execução das tarefas, cada um por vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo.

·  O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho.

·  O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.
·  As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder.

·  O grupo esboça as providências para atingir o alvo e é aconselhado pelo líder, que sugere alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates.

·  A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus companheiros de trabalho.

·  O líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito. O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” as críticas e elogios.
·  Há liberdade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima participação do líder.

·  A participação do líder é limitada, apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que os pedissem.

·  A divisão das tarefas e escolha dos colegas fica totalmente a cargo do grupo. Absoluta falta de participação do líder.

·  O líder não avalia o grupo nem controla os acontecimentos. Apenas comenta as atividades quando perguntado.
Tabela 01 – Os três estilos de liderança – Chiavenato (2003 p. 125)
Figura 01 - As diferentes ênfases decorrentes dos três estilos de liderança, Chiavenato (2003, p. 126)

c) Teorias Situacionais de Liderança
As teorias situacionais procuram ser menos limitadas e simples como as teorias anteriores, pois explicam a liderança dentro de um contexto mais amplo, partindo do principio de que não existe um único estilo de liderança válido para toda e qualquer situação e sim que cada situação requer um tipo de liderança para alcançar eficácia dos subordinados.
Essa teoria passou a ganhar predominância na tória administrativa, já que é mais atrativo aos administradores por oferecer maiores possibilidades de mudar as situações para adequá-las a um modelo de liderança ou então mudar o modelo de liderança para adequá-lo a situação, servindo a condições mais variadas.
A localização de um líder depende da posição estratégica que ele ocupa dentro da cadeia de comunicações e não apenas de suas características de personalidade.
O administrador possui com essa teoria uma ampla gama de padrões de comportamento de liderança que pode escolher para as suas relações com os subordinados. Cada tipo de comportamento está relacionado com o grau de autoridade utilizado pelo líder e o grau de liberdade disponível para os subordinados, como podemos observar no quadro a seguir: Continuum de padrões de liderança.