BASEADO NUMA HISTÓRIA
REAL
O
filme tem início com o professor de história Burt Ross explicando aos seus
alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio praticado
pelos nazistas.
Os questionamentos dos alunos levam o professor a realizar
uma arriscada experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de
aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan “Poder, Disciplina e
Superioridade”, um símbolo gráfico para representar “A onda”,
O
professor Ross se declara o líder do movimento da “onda”, exorta a disciplina e
faz valer o poder superior do grupo sobre os indivíduos. Os estudantes o
obedecem cegamente. A tímida recusa de um aluno o obriga a conviver com
ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida no fanatismo d’A
onda, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter
perdido o controle da experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da comunidade escolar.
O
desfecho do filme é dado pelo professor ao desmascarar a ideologia totalitária
que sustenta o movimento d’A onda , denuncia aos estudantes o sumiço dos
sujeitos críticos diante de poder carismático de um líder e do fanatismo por
uma causa
FICHA TÉCNICA
Ano:
1981 Dublado em Português mas com legendas em
holandêsDuraçao: 46 Minutos Direçao: Alex Grasshoff
ELENCO:
Bruce Davison Lori Lethin
John Putch Johnny Doran Pasha Gray Wesley Pfenning Larry
Keith Teri Ralston Marc Copage Jamie Rose Frank Lloyd
Matthew Dunn
Leiam o excelente comentário abaixo sobre o filme.
O filme “A onda” [The wave] tem início com o professor de história
Burt Ross explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a
ascensão e o genocídio nazista. Os questionamentos dos alunos levam o
professor a realizar uma arriscada experiência
pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo:
usariam o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade”, um
símbolo gráfico para representar “A onda”, etc.
O professor Ross se declara o líder do movimento da
“onda”, exorta a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os
indivíduos. Os estudantes o obedecem cegamente. A tímida recusa de um aluno o
obriga a conviver com ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida
no fanatismo d’A onda, até que um
casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter perdido o controle da
experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da
comunidade escolar.
O desfecho do filme é dado pelo professor ao
desmascarar a ideologia totalitária que
sustenta o movimento d’A onda ,
denuncia aos estudantes o sumiço dos sujeitos críticos diante de poder
carismático de um líder e do fanatismo por uma causa.
Embora o filme seja uma metáfora de como surgiu o
nazi-fascismo e o poder de seus rituais, pode conscientizar os estudantes sobre
o poder doutrinário dos movimentos ideológicos políticos ou religiosos. O uso de
slogans, palavras de ordem e a
adoração a um suposto “grande líder” se repetem na história da humanidade:
aconteceu na Alemanha nazista, na Itália fascista, e também no chamado
‘socialismo real’ da União Soviética, principalmente no período stalinista, na
China com a “revolução cultural” promovida por Mao Tsé Tung, na Argentina com
Perón, etc. Ainda, recentemente, líderes neo-populistas da América Latina,
valendo-se de um discurso tosco anti-americano, conseguem enganar uma parte da
esquerda resistente a aprender com a história.
Experiência pedagógica e
política
Feito
para a televisão, ‘A onda’ [The
wave], foi baseado em um incidente real ocorrido em uma escola secundária
norte-americana em 1967, em Palo Alto, Califórnia. Antes de virar filme, foi
romanceado em livro. A idéia do filme, com 45 minutos, era para fazer parte do
currículo da escola, para estudar, refletir e se prevenir contra a onda
nazi-fascista que começou no final da década de 30. Com a derrota do
nazi-fascismo na 2ª. Guerra Mundial e o surgimento da ‘guerra fria’, filmes
assim, podem funcionar como alerta
contra pregações doutrinárias que fazem
apologia aos totalitarismos de direita ou de esquerda. Muitas vezes, o doutrinamento
pró-totalitarismo ocorre no âmbito universitário, como se fosse ensino
‘científico’, onde a democracia é considerada uma má invenção ‘burguesa’ e a
política uma prática a ser superada por um ‘novo’ sistema desenhado pelo
abstracionismo teórico.
“A Onda” é uma metáfora que se aplica, mais ou menos,
a qualquer movimento de massa respondente aos apelos de um líder carismático ou
de uma causa mítica irracional. Foi assim com os atos criminosos da Ku Klux
Klan, o macartismo que desencadeou a “caça às bruxas” perseguindo todos os supostos
“comunistas” nos EUA, os governos de direita da América Latina com traços
totalitários como foi o de Pinochet (Chile), o regime de apartheid da África do Sul (antes de
Nelson Mandela), o processo de “limpeza
étnica” conduzida pelos sérvios nos Bálcãs, os grupos neonazistas skinheads espalhados pelo mundo, os
carecas do ABC paulista, e o movimento separatista do Iguaçu, no Paraná, entre
outros menos conhecidos. Também, os partidos políticos neonazistas abrigados no
regime democrático, na Áustria, chefiado por J.Haidern, e na França, por Jean Marie Le Pen. Devem ser, ainda,
incluídos os líderes com traços protofascistas (Eco, 1995): Berlusconi,
que passou pelo governo da Itália, e líderes totalitários com traço imperial,
como King Jon Il (Coréia do Norte), Assad (Síria), ou de milícias que ocupam o
vazio do Estado (Hizbolá, Hamas, FARC, PCC) cujos atos truculentos faz
semelhança com tantos movimentos fascistas italiano, espanhol, e mesmo o
integralismo, no Brasil. No período da
ditadura militar, depois 1964, no Brasil, surgem grupos de
extrema-direita, como a TFP (Sociedade da Tradição, Família e Propriedade) e o
CCC (Comando de Caça aos Comunistas), ambos com intenções de causar uma ‘onda’
de cooptação dos jovens para a sua luta ideológica e até terrorista.
Também líderes eleitos democraticamente, mas cujas
manobras deixam transparecer traços totalitários (George W. Bush, Hugo Chávez,
Mahmoud Ahmadinejad). Notamos que o traço comum entre estes líderes é a
capacidade de fanatizar as massas por uma causa racional ou irracional, se
valendo de métodos antidemocráticos como a censura, perseguições, prisões
arbitrárias, elogios aos feitos do suposto ‘grande líder’, etc.
Também podem ser incluídos, hoje, como parte da onda
protofascista (sic) os movimentos
fundamentalistas (cristão, judaico, islâmico). O ‘fundamentalismo’ é a interpretação restrita do livro sagrado de forma a repudiar tudo e
todos que não concordem com tal interpretação; trata-se de um “terrível
simplificador” que pretende explicar e fornecer uma moral para o passado, o
presente e o futuro da humanidade. Lembrando alguns traços do fascismo ou
‘protofascimo’ elaborado por Umberto Eco (1995), têm conquistado visibilidade na
mídia as paradas dos “homens-bomba”, (que incluem crianças e mulheres), e as
escolas de doutrinação islâmica ou madrassas, usadas como perversão do
islamismo e impondo à população a cultura obscurantista Talibã, no Afeganistão. O auge de visibilidade dos efeitos da
doutrinação islamofascista parece ser representado pela organização global da Al
Qaeda, cujo líder Bin Laden, que nada tem de socialista ou marxista, diz lutar
por uma causa supostamente “santa”
contra os “infiéis do mundo ocidental”.
A atitude fascista não
morreu
O
nazi-fascismo foi derrotado na 2ª. Grande Guerra, em 1945, mas ele não morreu. O
que hoje acontece no cenário mundial nos leva a suspeitar que “ele não morrerá entre nós”, alerta o
psicanalista francês C. Melman (2000).
A fundação do Partido Nazista, nos EUA, é de 1970.
Recente levantamento realizado nos
EUA contou 474 grupos de extrema direita,
organizados naquele país, alguns agindo abertamente em diversos setores
governamentais, inclusive com atos contra a democracia e ao governo
legitimamente constituído. A “Nação Ariana’ e a ‘Identidade Cristã’, são
considerados pelo FBI como os dois grupos mais perigosos e ameaçadores dos EUA.
O ataque terrorista que destruiu todo o edifício do governo federal, em Oklahoma
City, em 1995, foi ato de um membro da extrema direita com ligações com o grupo
‘Identidade Cristã’. “O uso da religião para propósitos fascistas e a
perversão da religião em um instrumento de propaganda de ódio, como um cruzada
antidemocrática em nome da salvação da democracia, é uma tática disseminada
entre os grupos de extrema direita” (Carone, 2003).
Balizas para comentar esse
filme:
Nosso olhar sobre o filme “A onda” focaliza três
linhas de análise para comentários visando estimular o debate: (1) o nazi-fascismo como ideologia política
totalitária de direita; (2) a psicologia de massas e a servidão voluntária dos indivíduos a um
líder, grupo ou causa mítica; (3) a propaganda política e ideológica
(4) o recurso da ‘experiência
pedagógica’, como meio de ir para além do mero aprendizado de conceitos
teóricos. Notar que o professor do filme adota a experimentação com grupo
como recurso didático ‘vivencial’ [Dinâmica de Grupo e Sociodrama], que sempre
implica em algum risco de perder o controle da experiência pedagógica. O
“sócio-grupo” seria o grupo tarefa estruturado e orientado em função da execução
ou cumprimento de uma tarefa, e o “psico-grupo” ou grupo estruturado, orientado
e polarizado em função dos próprios membros que constituem o grupo, foram
criados por Kurt Lewin – judeu alemão emigrado para os EUA - tinham como
propósito serem não somente técnicas de aprendizagem alternativa à aula
tradicional, considerada chata ou enfadonha mas de efetivamente trabalhar a
dimensão afetiva e emocional de cada grupo enquanto gestalt, onde estão presentes
preconceitos, dogmatismo, coesão, fé cega num líder, bloqueios, filtragens,
enganos e auto-enganos na comunicação entre seus membros etc.
Apesar de
não ser um grande filme, e ainda prejudicado com o uso de cópias desgastadas,
gravadas da televisão aberta, “A onda’ têm a virtude de levar o
telespectador a não ficar indiferente aos fenômenos de massificação, fanatismo e intolerância do ser humano. Contudo,
o filme é um sério alerta para: a) o
risco do “sujeito” perder a “liberdade” e “autonomia”, submetendo-se
incondicionalmente ao poder do grupo, sua “causa absoluta” veiculadas por slogans e palavras que ordenam uma ação
automática, fazendo desaparecer o sujeito ; b) problematiza a possibilidade de
ressurgimento do nazi-fascismo, ou dos totalitarismos de direita ou de esquerda,
tendo em vista o desgaste das democracias representativas de nossa época; c) conscientiza a formação de grupites de adolescentes e gangues
potencialmente intolerantes e criminosas. Há uma tendência narcisista nesses
grupos que, geralmente, são atraídos pela proposta de igualdade e novo sentido
existencial-no-mundo, a fundação na vivência da territorialidade, o
desenvolvimento de um código de linguagem próprio onde os atos de rejeição dos
“mais fracos”, “desgarrados” ou “diferentes” parecem legítimos e morais. Basta
ver o recreio de qualquer escola onde os membros dos grupos reproduzem sua
imagem narcísica no modo de ser, vestir, falar, pensar etc. Evidentemente, tal atitude faz parte do
processo de desenvolvimento da personalidade em busca de identidade própria, mas
pode também ser a base para a formação de um traço de caráter ‘blindado’,
conforme o estudo de W.Reich.
O trote seria um tipo de
onda?
O
tradicional trote universitário é um
ritual de violência sádica de um grupo “mais velho” sobre os “novos” ou
calouros. O trote pode ser tipificado como uma formação protofascista, no sentido proposto por
Eco (1995), na medida em que um grupo
visa humilhar os supostamente mais fracos? Que fazer para quebrar essa “tradição
de família” presente ainda em algumas universidades? O que esse ritual de
passagem representa na cultura universitária? Será que aulas, palestras, leis,
punições, bastam para conscientizar e levar à nova geração evitar essa prática?
Será que medidas impostas pelos colegiados de cada instituição, investidos de
autoridade, devem proibir com rigor o trote violento, por exemplo, reinventando
regras com o sentido da pró-solidariedade? Que metodologia ou técnicas de ensino
e aprendizagem poderiam ser usadas para quebrar essa tradição e instaurar uma
consciência verdadeiramente crítica e historicamente elaborada sobre tal
fenômeno?
Ascensão do irracional?
O retorno
do irracional em forma de ‘onda’ ou de ‘massa’ parece ser uma resposta
desesperada de algumas culturas resistindo à modernização ocidental
liberal-burguesa-democrática; a globalização econômica em que pese o seu sentido
capitalista excludente também tem produzido novas idéias e tecnologias que
beneficiam toda a humanidade, embora causem em alguns grupos mais tradicionais o
medo de perder sua identidade comunitária, tal como analisa Castells (1999) e
Japiassu (2001).
Aos educadores, é imprescindível trabalhar junto com
os alunos, desde cedo, a ética da tolerância, o respeito à diversidade cultural
e as diferenças demasiadamente humanas, bem como o desenvolvimento do espírito
democrático e pluralista, onde a paz e a liberdade devem ser ativas.
O conhecimento científico, a informação e a
tecnologia são insuficientes para melhorar o ser humano. É preciso desenvolver
uma nova educação que encare o mundo complexo e promova, além da pesquisa que
aspira o conhecimento novo, também uma sabedoria prática para se viver a vida
pessoal e coletiva em tempos tão sombrios.
Os
sintomas atuais de ascensão do irracional humano vem se revelando não só através
de grupos nazi-fascistas que formam
uma ‘onda’ pregando a “supremacia da
raça branca”, a perseguição de judeus,
negros, índios, homossexuais, nordestinos do Brasil, feministas, esquerdistas,
democratas, etc. O fundamentalismo
religioso (cristão, islâmico e judaico), os atos dos criminosos ligados ao
narcotráfico, o terrorismo protofascista de grupos ou
de Estado, sem projeto político, podem ser considerados sintomas de “ascensão do
irracional” (em nosso artigo, em http://www.espacoacademico.com.br/004/04ray.htm, observamos
três sintomas do protofascimo no terrorismo: o desprezo do diálogo
pelo ato – do ato pelo ato; o argumento pela emoção. Para Eco (1995) é a “a ação pela ação’ e a “luta
pela luta”. Na leitura psicanalítica é representado pelo ‘mais-gozar’ da ação e
o ‘mais-gozar’ da luta sem fim).
O filme
“A onda” focaliza, por um lado, o imperativo da ordem e disciplina e, por outro,
o desejo de controlar a pulsão agressiva dos seres humanos travestido em
organização fascista aspirando ser moral.
“A onda” pode ser vista através de alguns movimentos
políticos-ideológicos de nossa história: quando atuou em nome de uma suposta
“superioridade da raça ariana”, causou o genocídio nazista; quando levantou a
bandeira da “causa do proletariado” milhares foram estigmatizados de
‘anti-revolucionários’, ‘reacionários burgueses’, ‘intelectuais inúteis’; quando
surgiu com o nome de “revolução cultural” fez o povo quase perder suas
tradições; quando “em nome de Deus” milhares são assassinados; quando “em nome
do Bem contra o Mal”, da “causa justa” ou da “democracia”, invadiu países,
destruindo prédios e vidas; Enfim, quanto o irracional está a serviço da
racionalidade, o resultado é a imoralidade, o sofrimento e a morte em massa.
Quando a intolerância quer ser reconhecida como moral e legal, justificando que
a repressão da autonomia dos sujeitos é necessária “para o bem de todos”, a
razão se faz cínica. Assim, é preciso reconhecer que ser
racional não basta para singularizar o que é ‘ser humano’, ou seja, falta saber
se ser racional é condição sine qua
non para ser razoável e capaz de estabelecer empatia
para com o nosso semelhante.
Depois do filme
Outras
experiências pedagógicas foram realizadas e filmadas depois de “A onda”, que
parecem ter sido influenciadas pelas pesquisas dos laboratórios de dinâmica de
grupo e experimentação cientificamente controlada, desde a década de 1970. Recomendamos aos pedagogos, psicólogos,
historiadores, filósofos, sociólogos, antropólogos, entre outros, assistirem aos documentários: “Olhos azuis”, coordenado pela professora Jane
Elliott e “Zoológico humano”,
conduzido pelo psicólogo P. Zimbardo (Stanford University). Ao conduzir a
experiência dos grupos, a professora Elliot evidencia o racismo, os fenômenos de
grupo, a liderança, a submissão voluntária, etc. No “Zoológico humano”,
recomendamos maior atenção para a 2ª.
Parte, que trata da submissão do sujeito
ao grupo. Em ambos, podemos observar fenômenos como ‘conformidade’,
‘disciplina’, ‘bloqueios’, ‘filtragens’, ‘contágio social’, a influência do
‘poder’, a ‘submissão’, as ‘distâncias sociais’, ‘barreiras psicológicas’, a
‘psicose de massa’, o ‘vigiar e punir” de uns contra outros para que ninguém seja a si
próprio, a delação ou dedurismo como prática corriqueira de difícil
verificação e confrontação com a verdade, o ‘narcisismo das pequenas diferenças’
proposto por Freud, a ‘regressão dos indivíduos a condição de massa ’ (conforme
dito de Adorno: o fascismo ao manipular as massas, faz
“psicanálise às avessas”), etc.
Continua sendo atual o discurso do professor Ross, proferido no final de
“A onda”:
“Vocês trocaram sua liberdade
pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons
nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que
seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma
coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós. Vocês
perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares de
inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam
envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que
a história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’.
Nossa experiência foi um sucesso. Terão ao menos aprendido que somos
responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem se interrogar: o que fazer em vez de
seguir cegamente um líder? E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a
vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter que
suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de um
sonho”.
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