sábado, 28 de maio de 2011

TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO


Ø  Organizando a Empresa
Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Científica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espraiando-se rapidamente pela Europa, a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. Na realidade, o objetivo de ambas as teorias era o mesmo: a busca da eficiência das organizações. Segundo a Administração Cientifica, essa eficiência era alcançada por meio da racionalização do trabalho do operário e do somatório da eficiência individual.
           Na teoria Clássica, ao contrário, partia-se do todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como seções, departamentos, etc.) ou pessoas (como ocupantes de cargos e executores de tarefas). A microabordagem no nível individual da cada operário com relação à tarefa é enormemente ampliada no nível da organização como um todo em relação a sua estrutura organizacional. A preocupação com a estrutura da organização como um todo constitui, sem dúvida, uma substancial ampliação do objeto de estudo da TGA. Fayol, em engenheiro francês, fundador da Teoria Clássica da Administração, partiu de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural que rapidamente suplantou a abordagem analítica da Taylor.

Ø  A ÉPOCA
A segunda década do século XX foi tumultuada. A Primeira Guerra Mundial (1914-1917) envolveu a Europa e os Estados Unidos em operações militares conjuntas. Em seguida, os meios de transporte tiveram enorme expansão, com a indústria automobilística, as ferrovias e o início da aviação militar, civil e comercial. As comunicações também passaram por enorme expansão do jornalismo e do rádio em ondas médias e curtas. E na Europa surgiu a Teoria Clássica da Administração.

Ø  A OBRA DE FAYOL
Henri Fayol (1841-1925), o fundador da Teoria Clássica, nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris, vivendo as conseqüências da Revolução Industrial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial. Formou-se em Engenharia de minas e entrou para uma empresa metalúrgica e carbonífera onde fez sua carreira. Fayol expôs sua Teoria de Administração no livro Administration Industrielle et Générale, publicado em 1916. Seu trabalho, antes da tradução para o inglês, foi divulgado por Urwick e Gulick, dois autores clássicos.

·         As funções básicas da empresa.

Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber:
a)       Funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa;
b)       Funções comerciais, relacionadas com compra, vendam e permutação;
c)       Funções financeiras, relacionadas com procura e gerência de capitais;
d)       Funções de segurança, relacionadas com proteção e preservação dos bens e das pessoas;
e)       Funções contábeis, relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas;
f)        Funções administrativas, relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas.

           Para Fayol “nenhuma das cinco funções essenciais precedentes tem o encargo de formular o programa de ação geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Essas atribuições constituem outra função, designada pelo nome de Administração”.

Ø  Conceito de Administração

Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. As funções administrativas envolvem os elementos da Administração, isto é, as funções do administrador, a saber:

Ø  As funções do administrador segundo Fayol.

  1. Previsão. Avalia o futuro e o aprovisionamento dos recursos em função dele;
  2. Organização. Proporciona tudo o que é útil ao funcionamento da empresa e poder ser dividida em organização material e organização social;
  3. Comando. Leva a organização a funcionar. Seu objetivo é alcançar o Maximo retorno de todos os empregados no interesse dos aspectos globais do negócio;
  4. Coordenação. Harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso. Sincroniza coisas e ações em proporções certas e adapta meios aos fins visados;
  5. Controle. Consiste na verificação para certificar se tudo ocorre em conformidade com  plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros no intuito de retificá-la e prevenir a recorrência.

           Esses são os elementos da Administração que constituem o chamado processo administrativo: são localizáveis no trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, tanto o diretor, o gerente, o chefe, como o supervisor – cada qual em seu respectivo nível – desempenha atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais.

Ø  Proporcionalidade das funções administrativas.
Para Fayol existe uma proporcionalidade da função administrativa: ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta cúpula. A função administrativa não se concentra exclusivamente no topo da empresa, nem é privilégio dos diretores, mas é distribuída proporcionalmente entre os níveis hierárquicos. Na medida em que se desce na escala hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa e na medida em que se sobe na escala hierárquica mais aumenta a extensão e o volume das funções administrativas.

Ø  Diferença entre administração e organização.      
Ainda que reconhecendo o emprego da palavra Administração como sinônimo de organização, Fayol faz uma distinção entre ambas as palavras. Para ele, Administração é um todo do qual a organização é uma das partes. O conceito amplo e compreensivo de Administração – como um conjunto de processos entrosados e unificados – abrange aspectos que a organização por si só não envolve, tais como previsão, comando e controle. A organização abrange apenas a definição da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada.
         
ü  A partir daí, organização passa a ter dois significados diferentes:
  1. Organização como uma entidade social na qual as pessoas interagem entre si para si alcançar objetivos específicos. Neste sentido, a palavra organização significa um empreendimento humano moldado internacionalmente para atingir determinados objetivos. As empresas constituem um exemplo de organização social;
  2. Organização como função administrativa e parte do processo administrativo (como previsão, comando, coordenação e controle). Neste sentido, organização significa o ato de organizar, estruturar e alocar os recursos, definir os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer as atribuições e relações entre eles.

Ø  Princípios gerais de Administração para Fayol.   
Como toda ciência, a Administração deve ser basear em leis ou em princípios. Fayol definiu os “princípios gerais” de Administração, sistematizando-os sem muita originalidade, porquanto os coletou de diversos autores de sua época. Fayol adota a denominação princípio, afastando dela qualquer idéia de rigidez, pois nada existe de rígido ou absoluto em matéria administrativa. Tudo em Administração é questão de medida, ponderação e bom senso. Os princípios são universais e maleáveis e adaptam-se a qualquer tempo, lugar ou circunstâncias.
         
ü  Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol, são:
  1. Divisão do trabalho. Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência.
  2. Autoridade e responsabilidade. Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
  3. Disciplina. Depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.
  4. Unidade de comando. Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única.
  5. Unidade de direção. Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo.
  6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais. Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.
  7. Remuneração do pessoal. Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.
  8. Centralização. Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.
  9. Cadeia escalar. É a linha de autoridade que vai de escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando.
  10. Ordem. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.É a ordem material humana.
  11. Equidade. Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.
  12. Estabilidade do pessoal. A rotatividade do pessoal é prejudicial para eficiência da organização.
  13. Iniciativa. A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso.
  14. Espírito de equipe. A harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças para a organização.
 
Ø  Teoria da Administração
        Os autores clássicos pretendiam criar uma teoria da administração baseada em divisão de trabalho, especialização, coordenação e atividades de linha e de staff.

  1. Administração como ciência.

O ponto de partida dos autores da Teoria Clássica é o estudo científico da Administração substituindo o empirismo e a improvisação por técnicas científicas.Fayol defendia a necessidade de um ensino organizado e metódico da Administração, de caráter geral para formar administradores.Em sua época, essa idéia era uma novidade.

  1. Teoria da organização.

          A Teoria Clássica concebe a organização como se fosse uma estrutura. Essa maneira de conceber a estrutura organizacional é influenciada pelas concepções antigas da organização (como a organização militar e a eclesiástica) tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Nesse aspecto, a Teoria Clássica não se desligou do passado. Embora tenha contribuído para tirar a organização industrial da confusão inicial que enfrentava em decorrência da Revolução Industrial, a Teoria Clássica pouco avançou em termos de uma teoria da organização. Para Fayol, a organização abrange o estabelecimento da estrutura e de forma, sendo, portanto, estática e limitada. Mooney acrescenta que “a organização é a forma de toda associação humana para realização de um fim comum. A técnica de organização pode ser descrita como a técnica de correlacionar atividades específicas ou funções em um todo coordenado”. Para Mooney, Fayol e Urwick, a organização militar é o modelo do comportamento administrativo.
           A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando, ou seja, uma linha de autoridade que interliga as posições da organização e define quem se subordina a quem.A cadeia de comando – também denominada cadeia escalar – baseia-se no principio da unidade de comando, que significa que cada empregado deve se reportar a um só superior.
             Para a Teoria Clássica, a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo (da direção para execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise), ao contrário da abordagem Cientifica.

Ø  Divisão do trabalho e especialização.
            A divisão do trabalho claramente definida constitui a base da organização, na verdade, é a própria razão da organização, conduz à especialização e à diferenciação das tarefas.
            A Teoria Clássica se preocupava com a divisão no nível dos órgãos que compõem a organização, isto é, com os departamentos, divisões, seleções, unidades. Para Teoria Clássica, a divisão do trabalho dar-se em duas direções:

ü  Vertical. A autoridade aumenta na medida em que se sobe na hierarquia da organização. Na organização há uma escala hierárquica de autoridade (princípio escalar ou cadeia escalar), denominado autoridade de linha, a qual irá significar a autoridade de comando de um superior sobre um subordinado.
ü  Horizontal. Segundo os diferentes tipos de atividades da organização no mesmo nível hierárquico, cada departamento ou seção passa a ser responsável por uma atividade específica e própria. A divisão do trabalho no sentido horizontal assegura homogeneidade, equilíbrio e é chamada de departamentalização. A homogeneidade é obtida quando são reunidos na mesma unidade, todos os que estiverem executando o mesmo trabalho, pelo mesmo processo, para a mesma clientela, no mesmo lugar. A idéia básica é, quanto mais departamentalizada a organização tanto mais ela será eficiente.

Ø  Coordenação.
            Para Fayol, é a reunião a unificação e a harmonização de toda a atividade e esforço; para Gulick, a subdivisão do trabalho é indispensável, e a coordenação é obrigatória; para Mooney, a coordenação é a distribuição ordenada do esforço do grupo, a fim de obter unidade de ação na consecução de um fio comum. A coordenação indica que há um alvo ou objetivo a alcançar.

Ø  Conceito de linha e de Staff.
            Fayol preferia a organização linear, a qual se baseava nos seguintes princípios:

ü  Unidade de comando ou supervisão única. Cada pessoa tem apenas um único e exclusivo chefe.
ü  Unidade de direção. Todos os planos devem se integrar aos objetivos da organização.
ü  Centralização da autoridade. Toda autoridade máxima deve estar concentrada em seu todo.
ü  Cadeia escalar. A autoridade deve estar em escalões hierárquicos, e todo nível hierárquico esteja subordinado ao nível hierárquico superior (autoridade de comando).

Ø  Organização Linear.
            Apresenta uma forma piramidal ocorrendo autoridade linear, baseada na unidade de comando. Os órgãos que a compõem seguem rigidamente o princípio da autoridade de comando. Para que possam se dedicar exclusivamente a suas atividades especializadas, tornam-se necessários outros órgãos prestadores de serviços especializados estranhos as atividades, denominados órgãos de staff ou de assessoria, que fornecem serviços, conselhos, recomendações, assessoria e consultoria. Esses se viços de assessoria não podem ser impostos. Os órgãos de staff não obedecem ao princípio escalar nem possuem autoridade de comando, sua autoridade é chamada de autoridade staff e é uma autoridade especialista.

Ø  Elementos da Administração.
Fayol definiu os elementos que a compõem: previsão, organização, comando, coordenação e controle. Esses elementos constituem as chamadas funções do administrador. Contudo outros autores clássicos definem o seu modo os elementos da Administração:

ü  Elementos da Administração para Urwinck:
Investigação; Previsão; Planejamento; Organização; Coordenação; Comando; Controle.

Urwick desdobrou a previsão em três elementos distintos (investigação, previsão e planejamento).

ü  Elementos da Administração para Gulick.
Planejamento; Organização; Assessoria; Direção; Coordenação; Informação; Orçamento.

Gulick enumera palnejamento, organização, comando e coordenação mencionados por Fayol, porém os elementos Assessoria, Informação e Orçamento são novos:

a)       Assessoria é a função de preparar e treinar o pessoal e manter condições favoráveis de trabalho;
b)       Informação, manter informados o respeito do que passa, aqueles perante o qual o chefe é responsável;
c)       Orçamento, elaboração, execução e fiscalização orçamentária (plano fiscal, a contabilidade e o controle).

Ø  Princípio da Organização.
            Para os autores clássicos não basta enunciar elementos da Administração, é preciso ir além e estabelecer as condições e normas dentro das quais as funções do administrador devem ser aplicadas e desenvolvidas. Obedecer às normas ou às regras de comportamento, isto é, aos princípios gerais que permitem desempenhar as funções de planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar.

ü  Princípios de Administração para Urwick.
Princípio da especialização. Cada pessoa exerce uma só função (divisão especializada do trabalho), dá origem à organização de linha, à de staff e à funcional.
Princípio de autoridade. Uma linha de autoridade claramente definida, conhecida por todos, desde o topo até a base.
Pricípio da amplitude administrativa. Cada superior deve ter certo número de subordinados. O número idela de subordinados varia segundo o nível e a natureza dos cargos, a complexidade do trabalho e o preparo dos subordinados.
Princípio da definição. Deveres, autoridade e responsabilidade de cada cargo e suas relações com os outros cargos devem ser definidos por escrito e comunicado a todos.

                    Apesar de todas as críticas, a Teoria Clássica é ainda a abordagem mais utilizada para os iniciantes em administração, pois permite uma visão simples e ordenada.
A abordagem Clássica analisa de forma minuciosa o trabalho organizacional em categorias compreensíveis e úteis, assim com os princípios, serve de base para o administrador manipular os deveres d cotidiano do seu trabalho com mais segurança e confiança.
A abordagem clássica da administração foi concebida numa época bem diferente da época de hoje, onde a estabilidade e permanência deram lugar à instabilidade e mudança, e mesmo assim a Teoria Clássica ainda é indispensável na compreensão das bases da moderna Administração.

Ø  Conclusão

O pioneiro da Teoria Clássica, Henry Fayol, é considerado juntamente com Taylor, um dos fundadores da moderna Administração. Fayol definiu as funções básicas da empresa tendo como conceito de Administração (POCCC):

§  Prever
§  Organizar
§  Comandar
§  Coordenar
§  Controlar

Com princípios gerais de Administração, Fayol, definiu procedimentos universais a serem aplicadas a qualquer tipo de organização ou empresa, de forma proporcional, as funções administrativas se repartem por todos os níveis da organização. Tendo como base a Administração como Ciência a Teria da Organização dá ênfase na estrutura, visualizando a organização como uma divisão de partes de um todo que se inter-relacionam, restringindo-se apenas a organização formal.
Com o tratamento racional da organização, caracterizou-se a divisão do trabalho, podendo essa divisão ser considerada pelos níveis de autoridade (vertical) ou pela departamentalização (horizontal), necessitando de coordenação para garantir a harmonia do conjunto, e consequentemente, a eficiência da organização.
As funções do administrador: técnicas, comerciais, financeiras, segurança, contábeis e administrativas, formam o processo administrativo da organização, o administrador com isso tem toda uma base para saber como proceder em todas as situações organizacionais.
Assim, mesmo com todas as várias críticas feitas a Teoria Clássica, que chamam a essa teoria como a teoria da máquina, devido ao mecanicismo e as críticas por essa teoria não considerar a organização informal e adotar a visualização da organização como um sistema fechado e bastante simplificado, são críticas válidas. Com tudo isso, devemos a Teoria Clássica, as bases para a moderna teoria administrativa.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA


TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o fundador da Administração Científica, nasceu na Filadélfia, nos Estados unidos. Veio de uma família de princípios rígidos e foi educado com forte mentalidade de disciplina, devoção ao trabalho e poupança. Iniciou sua carreira como operário na Midvale Steel Co., passando a capataz, contramestre até chegar a engenheiro, quando se formou pelo Stevens Institute. Na época, vigorava o sistema de pagamento por peça ou tarefa. Os padrões procuravam ganhar o máximo na hora de fixar o preço da tarefa, enquanto os operários reduziam o ritmo de produção para contrabalançar o pagamento por peça determinando pelos padrões. Isso levou Taylor a estudar o problema de produção para tentar uma solução que atendesse tanto aos patrões como aos empregados.

Ø  PRIMEIRO PERÍODO DE TAYLOR
O primeiro período de Taylor corresponde á época da publicação de seu livro Shop Managemnt (1903),sobre as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do estudo de tempos e Movimentos . Taylor começou por baixo, junto com os operários no nível de execução, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo os seus movimentos e processo de trabalho para aperfeiçoá-los  e  racionalizá-los. Verificou-se que o operário médio e com equipamento disponível produzia muito menos do que era potencialmente capaz. Concluiu que se o operário mais produtivo percebe que obtém a mesma remuneração que o seu colega menos produtivo, acaba se acomodando, perdendo o interesse e não produzindo de acordo com sua capacidade. Daí a necessidade de criar condições de pagar mais ao operário que produz mais.

Ø  SEGUNDO PERÍODO DE TAYLOR
Corresponde á publicação do seu livro, The Principles of Scientific Management (1911), quando concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser acompanhada de uma estruturação geral para tornar coerente a aplicação dos seus princípios na empresa como um todo. A partir daí, desenvolveu seus estudos sobre Administração geral, a qual denominou Administração Cientifica, sem deixar de lado sua preocupação quando á tarefa do operário.   

Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males:
  • Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção acerca de um terço da que seria normal, para evitar a redução das tarefas de salários pela gerência. Há três causas determinantes da vadiagem no trabalho:
 1)       O engano disseminado entre os trabalhadores de que o maior rendimento do homem e da máquina provoca desemprego;
2)       O sistema defeituoso de Administração que força os operários á ociosidade no trabalho a fim de proteger seus interesses pessoais;
3)       Os métodos empíricos ineficientes utilizados nas empresas, com os quais o operário desperdiça grande parte de seu esforço e tempo.
  •  Desconhecimento, pela gerência das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização.
  • Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho.
       Para sanar esses males, Taylor idealizou o Scientific Management difundido sob os nomes de Administração Cientifica, Sistema de Taylor, Gerência Científica, Organização Cientifica no Trabalho e Organização Racional do trabalho. Segundo Taylor, o Scientific Manamgement é uma evolução e não uma teoria , tendo como ingredientes 75% de análise de 25% de bom senso. Para Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer a um período de quatro a cinco anos para\ evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte dos empregados e prejuízos aos patrões. A Administração Cientifica é uma combinação de: “ Ciência em lugar de empirismo. Harmonia em vez de discórdia. Cooperação e não-individualismo. Rendimento Maximo em lugar de produção reduzida. Desenvolvimento de cada homem a fim de alcançar maior eficiência e prosperidade”.

Ø  ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA

           Para Taylor, a organização e a administração devem ser estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência: a Ciência da Administração. Como pioneiro, o mérito de Taylor reside em sua contribuição para encarar sistematicamente o estudo da organização. O fato de ter sido o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho, incluindo tempos e movimentos, a estabelecer padrões de execução, treinar os operários, especializar o pessoal; inclusive o de direção: instalar uma sala de planejamento, em resumo, assumir uma atitude metódica ao analisar e organizar a unidade fundamental de trabalho, adotando esse critério até o topo da organização, tudo isso eleva Taylor a uma altura não comum no campo da organização.
             Os elementos de aplicação da Administração Científica nos padrões de produção são: padronização de máquinas e ferramentas, métodos e rotinas para execução de tarefas e prêmios de produção para incentivar a produtividade. Embora Taylor se preocupasse mais com a filosofia – com a essência  da idéia que exige uma evolução mental tanto da parte da direção como da parte dos operários – a tendência de seus seguidores foi uma preocupação maior com as técnicas do que com a filosofia da Administração Científica.
         O Principal objetivo da Administração é esse, gerar o máximo de prosperidade ao padrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. O principio da máxima prosperidade para o padrão acompanhada da máxima prosperidade para o empregado deve ser os dois fins principais da Administração. Assim, deve haver uma identidade de interesses entre empregados e empregador.        
             

Ø  ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO

                Taylor verificou que os operários aprendiam à maneira de executar as tarefas por meio da observação dos companheiros vizinhos. Notou que isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Como há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, esses métodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e aperfeiçoados por meio de uma análise científica e um acurado estudo de tempos e movimentos, em vez. Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do trabalho (ORT)

A ORT ( Organização Racional do Trabalho ) se fundamenta nos seguintes aspectos:

  1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos.
  2. Estudo da fadiga humana.
  3. Divisão do trabalho e especialização do operário.
  4. Desenho de cargo e da tarefa.
  5. Incentivos salariais e prêmios de produção.
  6. Conceito de homo economicus.
  7. Condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto etc.
  8. Padronização de métodos e de máquinas.
  9. Supervisão funcional.
 Ø  ANÁLISE DO TRABALHO E DO ESTUDO DOS TEMPOS E MOVIMENTOS 

       O instrumento básico para se racionalizar o trabalho dos operários era o estudo de tempos e movimentos. O trabalho é executado melhor e mais economicamente por meio da análise do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários á execução de cada operação de uma tarefa. Observando metódica,mente a execução de cada operação a cargo dos operários, Taylor viu a possibilidade de decompor cada tarefa e cada operação em uma série ordenada de movimentos simples. Os movimentos inúteis eram eliminados enquanto os movimentos úteis eram simplificados, racionalizados ou fundidos com outros movimentos para proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário. A essa análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou seja, a determinação do tempo médio que um operário comum levaria para a execução da tarefa, por meio da utilização do cronograma. A esse tempo médio eram adicionados os tempos elementares. Com isso padronizava-se o método de trabalho e o tempo destinado á sua execução. Método é a maneira de se fazer algo para obter um determinado resultado. O estudo dos tempos e movimentos permite a racionalização do método de trabalho do operário  e a fixação dos tempos-padrão para execução das tarefas. Traz vantagens adicionais, a saber:

  1. Eliminação do desperdício de esforço humano e dos movimentos inúteis.
  2. Racionalização da seleção e adaptação dos operários á tarefa.
  3. Facilidade no treinamento dos operários e melhoria da eficiência e rendimento da produção pela especialização das atividades.
  4. Distribuição de uniforme do trabalho para que não haja período de tarefa ou excesso de trabalho.
  5. Definição de métodos e estabelecimento de normas para a execução do trabalho.
  6. Estabelecer uma base uniforme para salários eqüitativos e prêmios de produção.

Ø  ESTUDO DA FADIGA HUMANA
O estudo dos movimentos humanos tem uma tripla finalidade:

a.         Evitar movimentos inúteis na execução de uma tarefa.
b.         Execução econômica dos movimentos úteis do ponto de vista fisiológico.
c.          Seriação apropriada aos movimentos (princípios de economia de movimentos).

O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e na fisiologia humana. Nesse sentido, Gilbreth realizou estudos estatísticos sobre os efeitos da fadiga na produtividade do operário. Verificou que os efeitos da fadiga sobre os operários eram: diminuição da produtividade e qualidade do trabalho, perda de tempo, aumento da rotatividade do pessoal, doenças e acidentes e diminuição da capacidade de esforço, ou seja, a fadiga atua como redutor de eficiência.

Para reduzir a fadiga, Gilbreth propôs princípio de economia de movimentos, classificados em três grupos:
1.      Relativos ao uso do corpo humano.
2.      Relativos ao arranjo material do local de trabalho.
3.      Relativo ao desempenho das ferramentas e do equipamento.

A Administração Cientifica pretendia racionalizar os movimentos, eliminando os que produzem fadiga e os que não estão diretamente relacionados com a tarefa executada pelo trabalhador.

Ø  DIVISÃO DO TRABALHO E ESPECIALIZAÇÃO DO OPERÁRIO
                A análise do trabalho e o estudo do tempo e movimentos fizeram com que se reestruturassem as operações industriais nos Estados Unidos, eliminando movimentos desnecessários, economizando energia e tempo. Como decorrência deste estudo houve a divisão do trabalho e a especialização do operário a fim de elevar sua produtividade. Assim, cada operário passou a ser especializado na execução de uma tarefa, ajustando-se aos padrões descritos e às normas de desempenho definidas pelo método.
                A principal base de aplicação desta especialização consistiu na linha de montagem, onde cada operário ficou limitado a um único e repetitivo movimento. Esta idéia foi rapidamente difundida na indústria americana e estendeu-se aos outros países e a todos os campos de atividades, confinando, portanto, o operário à execução automática e repetitiva, tirando sua liberdade e iniciativa de estabelecer a própria maneira de trabalhar, pois a idéia era de que a eficiência aumenta com a especialização, quanto mais especializado for o operário, maior sua eficiência.


Ø  DESENHO DE CARGOS E TAREFAS
                A primeira tentativa de estabelecer racionalmente cargos e tarefas partiu da Administração científica, tendo Taylor como pioneiro.

·      TAREFA → toda atividade executada por uma pessoa no seu trabalho dentro da organização.
A tarefa consiste na menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização.
·         CARGO → conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva.
Desenhar um cargo é especificar suas tarefas, os métodos de executá-las e as relações com os demais cargos, ou seja, é a maneira pela qual um cargo é criado e combinado com outros para execução das tarefas.
Simplificar o desenho dos cargos permite várias vantagens como admissão de empregados com qualidades mínimas e salários reduzidos, minimizando os custos de produção, minimização dos custos de treinamento, redução de erros na execução, facilidade de supervisão, permitindo que cada supervisor controle maior número de subordinados e aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior produtividade.

Ø  INCENTIVOS SALARIAIS E PRÊMIOS DE PRODUÇÃO
                Uma vez que todas as medidas para aumentar a produtividade foram tomadas, resta fazer com que o operário colabore com a empresa e trabalhe dentro dos padrões previstos, pois muito pouco resultado se obteria sem esta contribuição. Para obter esta colaboração, Taylor e seus seguidores desenvolveram planos de incentivos salariais e de prêmios de produção, tendo como idéia básica à remuneração baseada na produção de cada operário, já que basear a remuneração no tempo (salário mensal, diário ou por hora) não estimularia ninguém a trabalhar mais. Relacionando o salário à produção, o operário que produz pouco, ganha pouco e o que produz mais, ganha mais. O estímulo salarial adicional para que os operários ultrapassem o tempo-padrão é o prêmio de produção.
Este método de remuneração conciliava os interesses da empresa – obter um custo de produção cada vez mais reduzido, maior produtividade e maior rendimento – com os interesses do operário em obter salários mais elevados. O operário americano passou a ser um dos mais bem pagos do mundo, com bom salário e bom padrão de vida, em contrapartida era necessário suportar durante muitos anos um trabalho simples, repetitivo, monótono e padronizado.

Ø  CONCEITO DE HOMO ECONOMICUS
                De acordo com o conceito de homem econômico (homos economicus), toda pessoa é concebida como influenciada exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais, ou seja, ele procura um trabalho, não porque gosta, mas como meio de ganhar a vida por meio do salário que este proporciona, sendo sua motivação o medo da fome e a necessidade de dinheiro para viver. Desta maneira, as recompensas salariais influenciam os esforços individuais no trabalho, fazendo com que o trabalhador desenvolva o máximo de produção de que é fisicamente capaz para obter um ganho maior.
Essa visão de homem econômico via o operário como um indivíduo limitado, mesquinho, preguiçoso e culpado pelo desperdício das empresas e que deveria ser controlado por meio de trabalho racionalizado e do tempo padrão.

Ø  CONDIÇÕES DE TRABALHO
                Verificou-se que o método de trabalho e o incentivo salarial não eram suficientes para a eficiência no trabalho, seria necessário também um conjunto de condições que garantissem o bem-estar físico do trabalhador e diminuíssem a fadiga.
                As condições de trabalho que mais preocuparam a Administração Científica foram:
1)       Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de equipamentos de produção para minimizar o esforço do operador e a perda de tempo na execução da tarefa;
2)        Arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo de produção;
3)        Melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não reduzam a eficiência do trabalhador;
4)        Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores, seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos inúteis.

As importâncias dadas às condições de trabalho passaram a ser muito valorizada, não porque as pessoas merecessem, mas porque são condições essenciais para a melhoria da eficiência no trabalho.

Ø  PADRONIZAÇÃO
                Além da preocupação com a análise do trabalho, estudo do tempo e movimentos, fadiga do operário, divisão do trabalho, especialização do trabalhador e incentivos salariais, a organização racional, preocupou-se também com a padronização dos métodos e processos de trabalho, com a padronização das máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias-primas e componentes, com a intenção de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo, eliminando os desperdícios e aumentando a eficiência.

Ø  SUPERVISÃO FUNCIONAL
                A especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do supervisor. Taylor propunha a chamada supervisão funcional, que nada mias é do que a existência de vários supervisores, cada qual especializado em determinada área e que tem autoridade funcional (somente sobre a sua especialização) sobre os mesmos subordinados. Para Taylor, “a característica mais marcante da administração funcional consiste no fato de que cada operário, em lugar de se por em contato direto com a administração em um único ponto, isto é, por intermédio de seu chefe de turma, recebe orientação e ordens diárias de vários encarregados diferentes, cada um dos quais desempenhando sua própria função particular”.
Essa concepção funcional de supervisão trouxe muitas críticas que partiram do argumento de que um operário não pode subordinar-se a dois ou mais chefes.
Apesar das críticas, este tipo de administração foi revolucionário, uma previsão do rumo que os problemas administrativos e empresariais haveriam de tomar com a crescente complexidade das empresas.


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
A preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever normas de conduta ao administrador, levou os engenheiros da administração Científica a pensar que tais princípios pudessem ser aplicados a todas as situações possíveis. Um princípio é uma previsão antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer àquela situação.
Dentre a profusão de princípios defendidos pelos autores da Administração Científica, os mais importantes são:

1.       PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA PARA TAYLOR
Para Taylor, a gerência deve seguir quatro princípios:

1.                   Princípio do planejamento: Utilizar métodos baseados em procedimentos científicos no lugar do critério individual do operário, da improvisação e da atuação empírico-prática. Esta substituição deve ser feita através de planejamento do método de trabalho.
2.                   Princípio de preparo: Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepara-los para produzirem melhor. Preparar máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição funcional.
3.                   Princípio do controle: Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e de acordo com o plano previsto.
4.                   Princípio da execução: distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada.


2.       PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA DE EMERSON
Harrington Emerson (1853-1931) foi um engenheiro que simplificou os métodos de trabalho. Popularizou a Administração científica e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. Os princípios de rendimento preconizados por Emerson são os que seguem:
1.       Traçar um plano bem definido de acordo com os objetivos.
2.       Estabelecer o predomínio do bom senso.
3.       Oferecer orientação e supervisão competentes.
4.       Manter disciplina.
5.       Impor honestidade nos acordos, ou seja, justiça social no trabalho.
6.       Manter registros precisos, imediatos e adequados.
7.       Oferecer remuneração proporcional ao trabalho.
8.       Fixar normas padronizadas para as condições de trabalho.
9.       Fixar normas padronizadas para o trabalho em si.
10.    Fixar normas padronizadas para as operações.
11.    Estabelecer instruções precisas.
12.    Oferecer incentivos ao pessoal para aumentar o rendimento e eficiência.

 Ø  Princípios Básicos de Ford

       Henry Ford (1863-1947), foi um dos mais conhecidos percussores da Administração Cientifica, iniciando sua vida profissional como mecânico, projetou um novo modelo de carro, fundando em 1899 a primeira fábrica de automóveis, onde mesmo tendo sido extinta, perseverante, fundou em 1903 a então Ford Motor C.o, popularizando um produto antes focado à milionários.
Ford revolucionou a estratégia comercial da época, vendendo os carros à preços populares, bem como garantindo a assistência técnica. Para tanto, necessário foi a grande inovação por ele provocada entre 1905 e 1910, com a criação da produção em massa, onde embora não seja fruto de sua criação, Ford inovou a organização do trabalho, produzindo em maior número, pelo menor custo e com garantia de qualidade, onde em 1913 já estava fabricando 800 veículos por dia.
Esta racionalização da produção, por meio da uma linha de montagem de um produto padronizado, e à custo mínimo, proporcionou a Ford a propriedade de uma das maiores fortunas do mundo.
Para obter tal esquema acelerado de produção, Ford colocou em prática três princípios básicos:

1- O princípio da intensificação, diminuindo o tempo de durabilidade com a utilização imediata da matéria prima e equipamentos com acelerada disponibilização no mercado.
2- O princípio da economicidade, reduzir ao mínimo o volume do estoque de matéria-prima em transformação.
3- O princípio da produtividade, que visa aumentar a capacidade de produção por meio da especialização e da linha de montagem.

Não obstante, Ford revolucionou o marketing, oferecendo ao mercado o que ele queria, haja vista ter concluído a possibilidade de aquisição de veículos financeiramente acessíveis.
Ø  Princípio da Exceção
Taylor adotou um sistema de controle operacional simples e baseado não no desempenho médio, mas na verificação das exceções ou desvios dos padrões normais, ou seja, tudo o que ocorre dentro dos padrões não deve ocupar excessivamente a atenção do administrador, que deve se preocupar sim com as exceções.
Este princípio visa submeter aos subordinados a rotina delegada, e deixando para os superiores a resolução dos problemas mais relevantes, sendo este um sistema de informação disponibilizados através de relatórios condensados e resumidos, quais mostram apenas os desvios ou afastamentos. Dessa forma Taylor concebeu a delegação que se tornou posteriormente um princípio de organização amplamente aceito.

Sendo Taylor o precursor da organização no trabalho, esta denominação deveria ser substituída por estudo científico do trabalho, onde mesmo suscetível de criticas, não diminuem seu mérito como pioneiro da nascente teoria da administração. Na época a mentalidade e preconceitos eram resultados da falta de conhecimento sobre os assuntos administrativos e da precária experiência industrial e empresarial.
       Na verdade, a Administração Cientifica preocupa-se com a competência técnica como o principal requisito para o gerente, adotando o pressuposto simplista de que mais engenharia, melhores métodos e melhores equipamentos produzem necessariamente melhores resultados. Essa é uma simplificação enganosa, como veremos adiante e que tem custado muito caro às organizações de hoje.

Ø  Conclusão


                Em resumo, os alicerces fundamentais da Administração Cientifica foram:

1.     Comando e controle. A gerência funciona como uma ditadura benigna inspirada nos modelos militares. O gerente planeja e controla o trabalho; os trabalhadores executam. Logo o agente tem que mandar  e os trabalhadores obedecer às ordens.

2.     Uma única maneira certa (the one best way). O método estabelecido pelo gerente é a melhor maneira de executar uma tarefa. O trabalhador executa a tarefa sem questioná-la.

3.     Mão-de-obra, não recursos humanos. A força de trabalho é a mão de obra, ou seja, a mão contratada sem qualquer envolvimento da pessoa na organização. Como a oferta de trabalhadores era abundante, a empresa nada devia a eles, embora esperasse lealdade de sua parte.

        Segurança, não insegurança. Embora os operários não ganhassem reconhecimento ou responsabilidade, havia um acordo tácito baseado na segurança e permanência no emprego. As empresas davam uma sensação de estabilidade dominando seus mercados. O futuro parecia previsível e o destino de cada empresa no futuro ainda mais previsível.