segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vai começar O BBB11 e me lembrei do BBB10

No final do BBB10 me deu uma certa vontade de escrever...
É interessante ver como adjetivos máximos da nossa literatura são empregados de tal forma a nos apresentar todos os dias em nossa TV, durante sei lá quantos dias, pessoas denominadas de “heróis”, “guerreiros”, “lutadores”. Além de recordes de ligações, assinaturas em pay per view, inúmeros votos pela internet, contam com uma idolatria, que me perdoem... mas deve beirar a falta do que fazer de mais proveitoso com o tempo ou a fraqueza diante da influência, seja lá da rede globo, ou seja, do desejo de verem perversões e algumas outras coisas mais proibidas para menores de 14 anos.  
Porém fico sem entender endeusar o que não é comum a todos, o que está fora do povo real, que cada vez mais nos traz “bundudas e peitudas” e vários corpos sarados, um misto de opções e padrões de comportamentos surreais. Com isso me pergunto: Por que não selecionam o povo brasileiro para o programa? Talvez sintam vergonha ou achem que o povo não interessaria aos demais brasileiros.
E ver que o intelectual Pedro Bial, que estava na queda do muro de Berlim e em tantas outras reportagens e coberturas jornalísticas sensacionais, se rende a tal programa, seja por dinheiro, por talento (que possui nas suas crônicas) ou quem sabe por qualquer outra coisa, torna difícil passar pela minha cabeça tal papel.

E eu, e você...
Se tivéssemos tais câmeras ao nosso redor, na labuta do dia-a-dia, no derramar de nosso suor sagrado... Seríamos tratados assim também? Seríamos aplaudidos? Sairíamos na revista? (Nu ou com roupas).

Não sei...mas talvez o povo tem vergonha de sí e preferiria ver o que vêem, ver algo que não são, ver uma vida que não está nos romances nem de Machado de Assis e nem do vizinho ao lado. Talvez queiram fugir da realidade, mas não acho o preço adequado.

Mas repito se andasse eu com uma câmera a me espiar 24 horas por dia, seria tão aplaudido? Ovacionado? E se pedisse R$ 0,31 mais impostos, para ajudar nas mensalidades atrasadas da faculdade, naquele carrinho de controle remoto que seria um máximo dar ao filhão, trocar de carro, conseguir comprar a casa própria ou até mesmo para poder dar uma respirada nas contas e ter um mês que o salário durasse 30 dias?

É cruel porque nós é que somos cruéis com nós mesmos, que aceitamos e deixamos seguir naturalmente o curso de transformação dos nossos valores...
Pior do que os maus, é o silêncio dos bons!

Por Frank.