quinta-feira, 23 de junho de 2011

Globalização Brasileira - Parte 04


O Brasil

    A globalização pretende ser homogeneizadora, como presença obrigatória em todos os continentes e lugares. E a promessa de construção de um mundo só estaria incluída nesse movimento. Todavia, tal pretensão até agora apenas renova disparidades e cria novas desigualdades, o que é devido à violência dos seus processos fundadores, todos praticamente indiferentes às realidades locais. A aplicação brutal de princípios gerais a situações tão diversas é criadora de desordem. Por isso mesmo, a globalização beneficia apenas uma parcela limitada de atores, enquanto causa transtornos e danos à maioria das empresas e das pessoas.
    Segundo as condições preexistentes nos países ou como resultado da forma como estes se dispuseram a participar do novo período histórico, os territórios e as populações conhecem uma variedade de impactos, características de sua situação atual. Há desse modo, países mais ou menos sensíveis ou mais ou menos infensos aos resultados do processo globalitário.
    Este representa uma vontade arrebatadora de dominar o mundo, para afeiçoá-lo à sua imagem, mas as conseqüências variam segundo as condições locais de adaptação à nova ordem e o próprio interesse das nações hegemônicas.
    O caso do Brasil é típico. Trata-se de um país cujas elites são caracterizadas por um gosto ancestral pelas modernidades. Sua história é uma sucessão de aberturas, nem sempre confessadas, mas que redundam num processo de imitação, às vezes grotesco, mas considerado moderno. Para isso contribui de modo marcante a força das mencionadas elites na formulação do que se pode chamar de um retrato do Brasil; e até mesmo uma boa parte das elites intelectuais parece haver renunciado à constituição de uma ciência própria, contente de ir buscar lá fora aprovação e legitimação para suas práticas intelectuais. Com a emergência e expansão das classes médias ainda mais água foi levada a esse moinho, movimento para o qual o papel amolecedor do consumo foi determinante.
    Recentemente, esse país já aberto deu sinais de querer abrir-se toda a abertura sendo a principal palavra de ordem na economia, na cultura e na política. Os postulados essenciais da política econômica e até mesmo da política social são importados como um pacote fechado. É dessa forma que o Brasil se torna paralelamente um país desarmado; e, o que é pior, desarmado de dentro. E isso implica a falta de apetite para uma discussão mais aprofundada das opções que poderia seguir. Foi assim que a nação, tornada indefesa por suas próprias mãos, tornou-se uma presa fácil para tudo o que foi sugerido de fora, sem outra consideração que a obediência a esse credo. Entre os próprios bolsões de resistência, as demissões foram se dando cada vez mais numerosas, inclusive nas elites intelectuais cujo dever, entretanto, seria o de pensar criticamente as novas situações, de modo a oferecer visões diferentes e apontar as opções cabíveis. É significativo assinalar que entre as mencionadas elites intelectuais rareou a busca de interpretações globalizantes do país, ampliou-se o desinteresse pela questão nacional e, num plano mais alto, reduziu-se o debate sobre a própria questão civilizatória. Tudo isso, ajudado pelo papel da propaganda, da moda e da mídia, acaba por ter um papel claramente deformador na formação da consciência das gerações montantes, ao mesmo tempo em que as diferentes manifestações de cidadania se tornam ainda mais difusas e débeis.
    Esse conjunto de circunstâncias explica a relativa demora da opinião pública para se aperceber dos malfeitos da globalização perversa e, em conseqüência, elaborarem um conjunto coerente de idéias e interpretações da nova realidade nacional, de modo a influir eficazmente na vida política mediante a influência que possam ter sobre a doutrina e a prática dos partidos.
   
Agora, finalmente, parece que a nação acorda ainda aturdida pelo pesadelo em que vive. É auspicioso constatar que ela está dando mostras de estar chegando a um limite quanto à aceitação da situação que se criou com a aceitação sem peias do processo de globalização. Falta, sem dúvida, que as manifestações de violência ou revolta, de inconformidade ou de desconforto que atingem a maioria da população, parem de ser aceitas e tratadas como fatos isolados e que se reconheça a vida sistêmica de todos esses males e de todas essas reações aparentemente excepcionais. Dessa forma, ver-se-á que a sua existência é devida aos efeitos da globalização perversa, que a atual política econômica insiste em preservar. Será a partir desse marco que os movimentos sociais poderão ser reestruturados e que a vida partidária poderá obter um novo elã, de modo tal que a atividade política possa dar maior atenção aos interesses da nação e ao bem-estar das classes populares.

 
        O processo de globalização gera benefícios para os cidadãos de todo o mundo, mas também permite que organizações criminosas criem novas ameaças para a sociedade, exigindo uma resposta por parte dos governos. Para auxiliar a comunidade internacional nesse desafio, o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) conta com grupos de especialistas capazes de cooperar com os países dispostos a enfrentar esses novos desafios globais.
Essa assistência é oferecida por diferentes programas de cooperação técnica, que também possuem um forte elemento normativo e acumulam conhecimento prático e teórico adquirido com a implementação de projetos em diversos países. Dessa forma, estão aptos a disseminar boas práticas e atuar com conceitos e técnicas atualizadas para enfrentar, de forma eficiente, os problemas gerados pelo binômio "drogas & crime organizado".
          Os focos dos programas refletem a agenda política dos países comprometidos com as convenções, resoluções e protocolos das Nações Unidas. Sendo assim, procuram facilitar a implementação das convenções da ONU para o controle de drogas, contra o crime organizado transnacional e contra a corrupção _além de temas correlatos, como lavagem de dinheiro, tráfico de seres humanos e terrorismo.
A assistência técnica implementada busca fortalecer a capacidade dos países em manter o Estado de Direito por meio de diferentes intervenções, como assessoria jurídica, avaliação de tendências, treinamento e capacitação, sempre numa abordagem balanceada entre prevenção e repressão e numa perspectiva de sustentabilidade. Atenção especial é dada ao fortalecimento da cooperação internacional, que é um item importante de todas as convenções da ONU.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Globalização Brasileira - Parte 03

O Brasil e a globalização
A globalização já existia com outro nome, o que provocou o desemprego no Brasil foi primeiro a abertura das importações, junto com um conjunto de fatores, a saber: Globalização, tecnologia, produtividade, desregulamentação, e privatizações, maior competição entre empresas.
Hoje, um fantasma ronda a vida dos trabalhadores: o desemprego. Para muitos estudiosos, trata-se de um desemprego estrutural, isto é, causado pelas transformações que vêm ocorrendo no padrão ou modelo de desenvolvimento produtivo e tecnológico que predomina nos países capitalistas avançados. Essas transformações apresentam diferenças nos países onde ocorrem, mas, de qualquer forma, estão alterando a organização do processo produtivo e do trabalho em todos eles e no resto do mundo também. E tais mudanças afetam o conjunto do mundo do trabalho.
 À primeira vista, os robôs ou as novas tecnologias de produção parecem ser os únicos e mais cruéis causadores desse desemprego. No entanto, existem outras razões de ordem econômica, social, institucional e geopolítica que, associadas à tecnologia, formam um conjunto que explica melhor aquilo que, para alguns analistas, significaria até mesmo o fim de uma sociedade organizada com base no trabalho.
O sistema capitalista, como todo sistema econômico, sofreu transformações ao longo de sua história. As mudanças podem ser profundas, acumular tensões sociais e graves problemas econômicos, gerar crises, guerras e revoluções políticas, mas o sistema permanece basicamente o mesmo, isto é, trata-se de um sistema produtor de mercadorias cuja venda tem por objetivo o lucro. Por isso o chamamos, indistintamente, de economia de mercado ou economia capitalista.
No entanto, para que as empresas capitalistas produzam mais e mais mercadorias com maior eficiência e melhores níveis de produtividade, ganhando em competitividade em relação a outras empresas, e sempre que possível obtendo lucros crescentes - elas precisam criar e aplicar novas técnicas e novas formas de organização da produção e do trabalho, dividir funções com outras empresas, negociar salários, estipular taxas de lucros etc.
Mas o capitalismo não se restringe apenas às unidades empresariais e suas dinâmicas internas. Na sociedade como um todo, existem outros componentes extremamente importantes que precisam ser levados em consideração, pois interferem na vida das próprias empresas. Tais componentes podem ser as formas institucionalizadas, como as regras do mercado, a legislação social, a moeda, as redes financeiras, em grande parte estabelecida pelo Estado, ou ainda, as disputas pelo poder das nações, o comércio internacional, a renda e o consumo de cada família, a qualidade dos recursos humanos, as convenções coletivas, as idéias produzidas etc.
Quando esse conjunto de elementos, e muitos outros, é razoavelmente ajustado e aceito pela sociedade (não se trata de um consenso pleno, pois sempre haverá oposições e tensões), estamos diante de um modelo de desenvolvimento capitalista dominante, com uma organização territorial correspondente. E esse modelo permanece até que uma nova crise ocorra e novos rearranjos sejam feitos na sociedade e no espaço.

O Brasil a partir de 1991 começou a abrir a sua economia. Nossas empresas viveram protegidas durante muitos anos pela chamada proteção a indústria nacional para que ela pudesse se fortificar e desenvolver.

Durante décadas 1960 a 90 vivemos sob o regime da reserva de mercado, quando empresas nacionais e multinacionais instaladas aqui ficavam "protegidas", dos produtos importados que sofriam restrições de importação e até mesmo a proibição, e quando era importado o produto recebia uma taxação muito forte.
Os preços, neste período, eram aprovados pelo governo através de um departamento chamado "CIP". Funcionava assim. A empresa multinacional ou nacional fazia um pedido de aumento de preços ao governo. Remetia uma série de provas de que os seus custos tinham subido e que não dava mais para sustentar aquele preço. O CIP emitia um telex à empresa autorizando o aumento. Aí as novas tabelas entravam em vigor. Ninguém trabalhava com custos e competição.
Os empregos se mantinham porque não havia competição, perdas com entrada de concorrentes no mercado, redução de margens de ganho, etc. Mas era uma economia irreal. Outra situação impar em todo o mundo era que as multinacionais instaladas aqui gozavam de uma proteção devido à loucura da inflação brasileira, onde só trabalhava com lucro quem soubesse administrá-la. Raramente o pessoal da matriz entendia alguma coisa do que os relatórios diziam. As multinacionais sabiam muito bem como lidar com a inflação.  
As transformações e limites de uma economia globalizada implicam enormes desafios para aqueles países que pretendem ampliar as suas condições de desenvolvimento baseadas em uma inserção internacional ativa. Em muitos casos, isso significa caminhar na contramão do consenso. É preciso combinar as estratégias de proteção ao mercado interno e fazer da globalização algo a favor dos objetivos firmados.
Apesar de um discurso "globalizante" e liberal, a grande maioria dos países tem feito o uso intenso de políticas que visem a desenvolver o mercado local, a geração de tecnologia e a expansão das exportações. Essas medidas e ações levam em conta o papel do Estado e da iniciativa privada, em um esforço conjugado e concentrado para atingir os objetivos definidos.

A questão da estabilização, como base para o crescimento sustentado, tornou-se o grande desafio para os países latino-americanos, principalmente ao longo das décadas de 1980 e 1990. A análise comparativa das experiências do Chile (1978-1982), México (1988-1994), Argentina (1991-1996) e Brasil (1994-1998), na primeira fase do Plano Real, apresentam semelhanças, destacados os momentos históricos de cada país.
Ao contrário dos países do leste asiático, que promoveram uma inserção internacional ativa das suas economias, aproveitando as oportunidades e minimizando os riscos do processo, os países latino-americanos, em geral, tiveram uma postura passiva. Isso fez com que houvesse um aumento significativo da sua vulnerabilidade externa ao longo das duas últimas décadas.
Para a economia brasileira em especial, o período que seguiu a introdução do Plano Real, em 1994, a atração de um volume expressivo de investimentos diretos estrangeiros mostrou-se imprescindível para financiar os crescentes déficits nas contas correntes do Balanço de Pagamentos. No entanto, a exemplo do que ocorrera com o México e a Argentina, isso não foi suficiente para garantir as condições para a estabilização e o crescimento sustentado.

Os investimentos externos podem representar uma importante fonte alternativa de financiamento do desenvolvimento, principalmente se estiverem associados à criação de novas vantagens competitivas, a projetos de exportações e de substituição de importações e a aumento da capacidade de produção. Dentre os países em desenvolvimento, especialmente alguns asiáticos, destacam-se alguns que têm combinado com sucesso os elementos aqui apontados.
O Brasil, a despeito da boa posição no ranking dos principais países absorvedores de investimentos diretos estrangeiros, ainda não conseguiu estabelecer uma clara estratégia de associação entre o investimento externo e os demais objetivos de diminuição da vulnerabilidade externa, ampliação das exportações de desenvolvimento de novas competências, de forma a sustentar, em bases sólidas, as condições para o crescimento.
Para reverter o quadro de insustentabilidade da economia brasileira, é preciso avançar não só nas medidas de redução ou eliminação de desvantagens competitivas sistêmicas, como na estrutura tributária, a logística, etc., mas também na adoção de políticas de competitividade.
Basicamente, é preciso articular a combinação das modernas políticas industrial, comercial, tecnológica e agrícola, para citar as mais importantes, no sentido de induzir as decisões empresariais de geração de valor agregado local, através do aumento do coeficiente de produção nacional.
Essa estratégia deveria abranger tanto a produção voltada para o mercado interno, substituindo importações, quanto no sentido de expandir as exportações. Isso, necessariamente, também passa por um conjunto de medidas envolvendo as áreas de financiamento, promoção comercial e demais atividades. Do ponto de vista da demanda internacional, é fundamental direcionar nossa pauta exportadora àqueles produtos e nichos mais dinâmicos no comércio externo.
O desenvolvimento da produção local, especialmente nos setores de tecnologia mais avançada, e que coincidentemente são hoje grandes deficitários no comercio exterior, dependem de um projeto de capacitação tecnológica, algo que extrapola a ação isolada das empresas, mas precisa ser articulada com as iniciativas na área acadêmica de pesquisa aplicada.
Dentre estes setores, destacam-se, entre outros, os complexos eletroeletrônico, químico-farmacêutico e bens de capital. São áreas em que a inovação tecnológica ocorre muito rapidamente, o que demanda importações crescentes, principalmente se não houver um esforço de desenvolvimento local.
Não é possível para a economia brasileira, assim como para qualquer outra economia,  adquirir condições de competir em todas as áreas dinâmicas. Mas, há um enorme espaço para a geração de atividades locais, muitas vezes, em novos nichos ainda não suficientemente explorados. Há vários exemplos de empresas de origem nacional e estrangeira instaladas no Brasil e que definiram sua plataforma de exportações a partir da excelente base de produção, propiciada pela magnitude do mercado interno.
Nesse caso, destaca-se não somente o potencial da demanda doméstica, mas também a cadeia de fornecedores qualificados, o que potencializa um significativo coeficiente de valor agregado local, que também pode servir de base para uma atuação no mercado internacional.
Do ponto de vista das políticas de competitividade, uma análise da experiência internacional mostra que tanto os países da OCDE, quanto países em desenvolvimento, com destaque para os do leste asiático, têm adotado práticas indutoras das decisões empresariais.
A questão fundamental é solidificar e sustentar a redução da vulnerabilidade externa da economia brasileira para viabilizar o crescimento sustentado. Da mesma forma, é imprescindível que haja uma coordenação e articulação do Estado no que se refere ao todo da inserção externa, especialmente no tocante a uma política para os investimentos diretos estrangeiros. Isso vale tanto para os novos ingressos, quanto ao tratamento às empresas estrangeiras já instaladas no mercado brasileiro.
Embora existam restrições conhecidas no âmbito da OMC - Organização Mundial do Comércio - à vinculação entre investimentos e desempenho da balança comercial, é importante que se negocie, diretamente com as matrizes e filiais dessas empresas, contrapartidas de ambos os lados. O desafio é fixar acordos de metas, visando ao atendimento de requisitos mínimos de conteúdo local do valor agregado, de substituições de importação, de ampliação das exportações e de capacidade de produção.
Há entre países em desenvolvimento uma acirrada disputa por atração de investimentos diretos estrangeiros. O Brasil deve usar o potencial do mercado interno e o poder de compra governamental para estabelecer preferência para os fornecimentos com maior conteúdo de produção e desenvolvimento local. Não se trata de estabelecer restrições à participação de empresas estrangeiras, mas sim privilegiar o critério de valor agregado local, visando o desenvolvimento da produção e capacitação tecnológica.
Para atingir a todos esses objetivos é fundamental associar as políticas industrial e de ciência e tecnologia, com a política comercial, que devem ser utilizadas como instrumento de competitividade. É preciso viabilizar a produção e desenvolvimento local, facilitando a importação de máquinas, equipamentos e componentes necessários para viabilizar os objetivos estabelecidos.
Para o sucesso dessa estratégia é preciso estabelecer um diálogo entre o primeiro escalão do governo com a direção local e das matrizes das empresas transnacionais, tanto aquelas que já possuem operação no Brasil, quanto potenciais futuros interessados. É preciso não só compreender as estratégias de localização dos investimentos e projetos de desenvolvimento, mas também e principalmente influenciar as suas estratégias.
Dado o crescente vínculo entre investimentos diretos estrangeiros e exportações e o desenvolvimento de inovações, é preciso aproveitar o elevado grau de desnacionalização da economia brasileira, assim como o potencial do mercado regional para negociar com essas empresas maior engajamento com os objetivos do desenvolvimento.
No que se refere à área de serviços, certamente o turismo é um potencial gerador divisas ainda não aproveitado suficientemente pela economia brasileira. É preciso fazer do turismo internacional uma fonte mais robusta de receitas, a exemplo de vários países que usam essa estratégia para minimizar seu problema de contas externas.
Em suma, a estratégia de inserção aqui delineada aponta no sentido de uma mudança substancial na postura da economia brasileira vis-à-vis o cenário internacional. Para viabilizar o desenvolvimento em bases sustentadas é necessário que a estratégia de inserção internacional faça parte de um projeto mais amplo, no sentido de garantir as condições para o crescimento econômico e a diminuição do grau de vulnerabilidade externa do País.
Esse conjunto de políticas e de ações exige uma mudança significativa de postura. O papel do Estado e da política econômica torna-se fundamental para não só adotar estratégias e medidas necessárias para viabilizar as ações, mas também para articular a interação entre o setor privado e universidades e centros de pesquisa.
Nesse sentido, as negociações envolvendo acordos internacionais ganham uma dimensão extremamente significativa. Isso não só na questão do acesso aos mercados, mas também, e principalmente, nos demais aspectos presentes na pauta de negociações e que podem representar sérias restrições à adoção de políticas industriais e tecnológicas, e na utilização do poder de compra do Estado para estimular a agregação local de valor.

domingo, 19 de junho de 2011

Globalização Brasileira - PARTE 02

A Globalização no Brasil sob os aspectos econômicos, sociológicos culturais e políticos.

As ciências sociais estão sendo desafiadas a pensar a globalização do mundo. No fim do século XX, quando se anuncia o XXI, elas se defrontam com os dilemas que se abrem com a globalização das coisas, gentes e idéias. Há processos e estruturas sociais, econômicos, políticos, culturais e outros que apenas começam a ser estudados. Além do que é local nacional e regional, colocam-se problemas novos e fundamentais com a emergência da sociedade global. As fronteiras geográficas e históricas, culturais e civilizatórias parecem modificar-se em direções e formas surpreendentes. Indivíduo, grupo, classe, coletividade e povo são colocados diante de outros horizontes. O próprio pensamento científico é desafiado a elaborar conceitos e interpretações para dar conta de realidades pouco conhecidas. As teorias da globalização, que começam a ser esboçadas, revelam o empenho das ciências sociais em explicar o que há de novo no que vai pelo mundo.
O mercado tornou-se mais agressivo com a globalização da economia. O capital estrangeiro entrou no Brasil. O monopólio agoniza. O governo brasileiro lança uma política de privatização.
As empresas brasileiras, para se tornarem competitivas e sobreviver nesta economia globalizada, tiveram de introduzir modificações em suas estratégias de competição e crescimento. Muitas desapareceram, ou estão fechando suas portas. O desemprego aumenta a cada dia.
O novo paradigma tecnológico trouxe novas exigências quanto aos atributos dos trabalhadores e requer maior preparo e educação permanentes para o desempenho de funções que estão em constante mudança. Este novo paradigma, surgido a partir do emprego de novas técnicas organizacionais e da automação, é uma característica dos dias atuais. Sem dúvida, este novo modelo está associado à aceleração da evolução e mudança dos métodos de trabalho, pressionados pela necessidade de novos produtos e de se imprimir qualidade até mesmo como requisito de sobrevivência.
O Brasil saiu de duas décadas perdidas em termos de sua inserção no mercado global. O ano de 1990 foi o marco definitivo da política de substituição de importações, que deu lugar à política de competitividade industrial.
Em um modelo econômico globalizado, cresce a exigência para que as empresas cumpram requisitos técnicos e tecnológicos em relação à qualidade de seus serviços e produtos, à preservação do meio ambiente e à segurança no trabalho.
O atual processo requer o uso adequado da informação como insumo para a tomada de decisões e a utilização de modernas tecnologias de informação para permitir o acesso mais rápido, no sentido de possibilitar que os dados sejam empregados no momento oportuno.