Ergonomia
A
palavra “Ergonomia” vem de duas palavras Gregas: “ergon” que significa
trabalho, e “nomos” que significa leis. Hoje em dia, a palavra é usada para
descrever a ciência de “conceber uma tarefa que se adapte ao trabalhador, e não
forçar o trabalhador a adaptar-se à tarefa”. Também é chamada de Engenharia dos
Factores Humanos, e ultimamente, também se tem preocupado com a Interface
Homem-Computador. As preocupações com a ergonomia estão a tornar-se um factor
essencial à medida que o uso de computadores tem vindo a evoluir.
Classificação dos Riscos Ambientais
A maioria dos processos
pelos quais o homem modifica os materiais extraídos da natureza, para
transforma-los em produtos segundo as necessidades tecnológicas atuais, capazes
de dispensar no ambiente dos locais de trabalho substâncias que, ao entrarem em
contato com o organismo dos trabalhadores, podem acarretar moléstias ou danos a
sua saúde.
Assim, também estes
processos poderão originar condições físicas de intensidade inadequada para o
organismo humano, sendo que ambos os tipos de riscos (físicos e químicos) são
geralmente de caracter acumulativo e chegam, as vezes, a produzir graves danos
aos trabalhadores.
Para facilitar o estudo
dos riscos ambientais, podemos classificá-los em três grupos:
a) Riscos
químicos;
b) Riscos
físicos ;
c) Riscos
biológicos
Por sua vez, cada um
destes grupos subdivide-se de acordo com as conseqüências fisiológicas que
podem provocar, quer em função das características físico-químicas dos agentes,
quer segundo sua ação sobre o organismo, etc.
a) Riscos químicos
As substancias ou
produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classificam-se,
segundo as suas características físico-químicas, em:
1 - Aerodispersoides;
2 - gases e vapores.
Ambos comportam-se de
maneira diferente, tanto no que diz respeito ao período de permanência no ar,
quanto às possibilidades de ingresso no organismo. Por sua vez, ao
Aerodispersoides podem ser sólidos ou líquidos, atendendo ao seguinte esquema
geral de classificação: sólidos em pós e fumos e os líquidos em névoas e
neblinas.
Os Aerodispersoides
sólidos e líquidos são classificados em relação ao tamanho da partícula e a sua
forma de origem. São poeiras e névoas os Aerodispersoides originados por
ruptura mecânica de so1idos e líquidos, respectivamente; e são fumos e neblinas
aqueles formados por condensação ou oxidação de vapores, provenientes
respectivamente, de substancias solidas ou líquidos a temperatura e pressão
normais (25o C e 1 atmosfera de pressão).
b) Riscos físicos
Ordinariamente, os
riscos físicos representam um intercâmbio brusco de energia entre o organismo e
o ambiente, em quantidade superior àquela que o organismo é capaz de suportar, podendo
acarretar uma doença profissional. Entre os mais importantes podemos citar:
■
Temperaturas extremas; ■ Calor;
■ Frio; ■
Ruído;
■ Vibrações; ■
Pressões anormais;
■ Radiações ionizantes; ■ Radiações não ionizantes.
c) Riscos biológicos
Neste ultimo grupo
estão classificados os riscos que representam os organismos vivos, tais
como:
■ Vírus; ■
Bactérias;
■ Fungos; ■
Parasitas.
De tudo quanto se tem
exposto. podemos concluir que a presença de agentes agressivos nos locais de
trabalho representa um risco, mas isto não quer dizer que os trabalhadores
expostos venham a contrair alguma doença. Para que isto aconteça, devem concorrer
vários fatores, que são:
·
Tempo de exposição: Quanto maior o tempo
de exposição, maiores serão as possibilidades de se produzir uma doença do
trabalho.
·
Concentração ou intensidade dos agentes
ambientais: Quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes
agressivos presentes no ambiente de trabalho, tanto maior a possibilidade de
danos à saúde dos trabalhadores expostos.
·
Características dos agentes ambientais:
As características específicas de cada agente também contribuem para a
definição de seu potencial de agressividade.
O estudo do ambiente de
trabalho, visando estabelecer relação entre esse ambiente e possíveis danos à
saúde dos trabalhadores que devem efetuar seus serviços normais nesses locais,
constituí o que chamamos de um levantamento de condições ambientais de
trabalho. O levantamento pode dividir-se em duas partes.
O estudo qualitativo
das condições de trabalho visa coletar o maior numero possível de informações e
dados necessários, a fim de fixar as diretrizes a serem seguidas no
levantamento quantitativo.
O estudo quantitativo
completará o reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho, através de
medições adequadas que nos dirão no final quais são as possibilidades de os
trabalhadores serem afetados pelos diferentes agentes agressivos presentes nos
locais de trabalho,
1 - Levantamento
qualitativo
Normas gerais de
procedimento:
Deve-se iniciar o
reconhecimento qualitativo do ambiente de trabalho com um estudo minucioso de
uma planta atualizada do local, assim como de um fluxograma dos processos a fim
de estabelecer a forma correta de proceder o levantamento: saber o que fazer e
como fazer nos diferentes locais de trabalho. O estudo qualitativo deve dar
informação detalhada de aspectos como:
·
Numero de trabalhadores;
·
Horários de trabalho;
·
Matérias-primas usadas, incluindo nome comercial
e nome científico das substancias;
·
Maquinarias e processos;
·
Tipos de energia usada para transformação de
materiais;
·
Produtos semi-elaborados;
·
Produtos acabados;
·
Substancias complementares usadas nos processos;
·
Existência ou não de equipamentos de controle,
tais como: ventilação local, estado em que se encontram os equipamentos, etc.;
·
Tipo de iluminação e estado das luminárias;
·
Presença de poeiras, fumos, névoas e ponto de
origem da dispersão;
·
Uso de EPI por parte dos trabalhadores.
Essas informações devem
ser acrescidas de comentários escrito, que permitem esclarecer a situação real
do ambiente de trabalho.
A empresa deve
assessorar-se de um elemento técnico que esteja familiarizado com os processos
industriais, métodos de trabalho e demais atividades que são efetuadas
normalmente no local, a fim de obter dados fidedignos e esclarecer as duvidas
que possam surgir durante o levantamento.
Para maior facilidade
na coleta da informação podem ser utilizadas fichas padronizadas, que tenham
condições de reunir as informações mais importantes e necessárias. Não existe
um modelo único para fichas desse tipo, já que seu formato e tamanho, bem como
os itens constantes das mesmas podem variar em função do tipo de empresa e dos
objetivos e finalidades do levantamento. Portanto, o engenheiro de segurança
deve elaborar seu próprio material auxiliar cuidando para que tais formulários
sejam simples e completos, a fim de que representem um poderoso instrumento que
venha a facilitar o levantamento e nunca interferir negativamente em sua
qualidade.
2 - Levantamento
quantitativo
Uma vez realizado o
levantamento qualitativo, já reunimos as condições necessárias para traçar os
rumos a serem seguidos no levantamento quantitativo. Este por sua vez, deve ser
minucioso e completo, para que represente as condições reais em que se encontra
o ambiente de trabalho.
Deve-se, portanto
verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos
existentes no local analisado. Dessa forma, são colhidos subsídios para definir
as medidas de controle necessárias.
Uma vez adotadas as
medidas de controle que alteram as condições de exposição inicialmente
avaliadas, será necessário um novo levantamento quantitativo, para se verificar
a eficácia das medidas implantadas.
Periodicamente, deverão
ser realizadas novas quantificações, a fim de detectar possíveis alterações,
que exijam a adoção de novas medidas de controle ou a adequação das já
existentes.
Os critérios de
avaliação e controle de cada agente serão estudados dentro dos itens
específicos.
3 - Suscetibilidade
individual
A complexidade do
organismo humano implica em que a resposta do organismo a um determinado agente
pode variar de indivíduo para indivíduo, Portanto, a suscetibilidade individual
é um fator importante a ser considerado.
Todos estes fatores devem ser estudados quando se apresenta
um risco potencial de doença do trabalho e, na medida em que este seja
claramente estabelecido, podendo planejar a implementação de medidas de
controle, que levarão à eliminação ou à minimização do risco em estudo.
O tempo real de exposição
será determinado considerando-se a análise da tarefa desenvolvida pelo
trabalhador. Essa análise deve incluir estudos, tais como:
·
Tipo de serviço;
·
Movimento do trabalhador ao efetuar o seu
serviço;
·
Período de trabalho e descanso, considerando
todas as suas possíveis variações durante a jornada de trabalho.
A concentração dos
poluentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos devem ser avaliadas
mediante amostragem nos locais de trabalho, de maneira tal que essas
amostragens sejam as mais representativas possíveis da exposição real do
trabalhador a esses agentes agressivos. Este estudo deve considerar também as
características físico-químicas dos contaminantes e as características próprias
que distinguem o tipo de risco físico.
Junto a este estudo
ambiental terá de ser feito o estudo médico do trabalhador exposto, a fim de
determinar possíveis alterações no seu organismo, provocadas pelos agentes
agressivos, que permitirão a instalação de danos mais importantes, se a
exposição continuar.
Podemos concluir, então que a Higiene do Trabalho é uma
ciência multidisciplinar, que tem por objetivo fundamental a preservação da
saúde do trabalhador, o patrimônio mais importante.
Nos itens que se seguem
faremos um estudo mais aprofundado dos riscos ambientais, assim como das
técnicas empregadas pela Higiene do Trabalho, necessárias para atingir o seu
objetivo. Citaremos, também, as Normas Regulamentadoras relacionadas aos
quesitos legais, que garantem a todo trabalhador brasileiro o direito de
preservar a sua saúde no trabalho.
A Higiene do Trabalho está relacionada com as condições do
trabalho que asseguram a saúde física e mental e com as condições de bem-estar
das pessoas. Um ambiente saudável de trabalho deve envolver condições
ambientais físicas que atuem positivamente sobre todos os órgãos dos sentidos
humanos. Do ponto de vista de saúde mental, o ambiente deve envolver condições
psicológicos e sociológicas saudáveis e que atuem positivamente nas pessoas,
evitando impactos emocionais como o estresse.