Causas do acidente de trabalho
Em todo acidente no trabalho estão presentes os seguintes elementos:
1.
Agente: é o objeto ou
substância (máquina, o local) diretamente relacionado com a lesão – podem estar
adequadamente protegidos;
2.
À parte do agente: é a
parte do agente que esta diretamente associada ou relacionada com o acidente –
exemplo o piso molhado;
3.
O tipo de acidente: é
a forma ou modo de contato entre o agente do acidente e o acidentado, ou o
resultado desse contato;
4.
Ato inseguro: é o ato
praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra
as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem
cinto de segurança contra quedas, carregar materiais pesados de maneira
inadequada;
5.
Condição Insegura: é a
condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador.
São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados,
máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil
feitos com materiais inadequados. A programação de trabalho e a fadiga afetam
os índices de acidentes. Os acidentes acorrem menos durante as primeiras cinco
ou seis horas da jornada de trabalhado, sendo que, com a fadiga aumentam os
riscos com as mesmas horas trabalhadas.
Faz-se necessário minimizar as condições inseguras. As causas dos atos
inseguros podem ser atribuídas a certas características pessoais que predispõem
aos acidentes, como: ansiedade, agressividade,
falta de controle emocional, a personalidade, a motivação, a tendências de
assumir riscos e tomar atitudes inadequadas. Essas tendências de comportamento
levam a atos inseguros, como desatenção e falhas em seguir procedimentos, e
aumentam a probabilidade de acidentes.
Os acidentes no
trabalho são classificados em:
1.
Acidente sem afastamento: tipo de acidente que não provoca afastamento do trabalho nem é
considerado nos cálculos dos coeficientes de freqüência (CF) e de gravidade
(CG), embora deva ser investigado e anotado em relatório, além de exposto nas
estatísticas mensais;
2.
Acidente com afastamento: é o acidente que provoca o afastamento do empregado no trabalho. Pode
ser classificado em:
a.
Incapacidade temporária:
provoca a perda temporária da capacidade para o trabalho e suas seqüelas se
prolongam por um período menor que um ano. No retorno ao trabalho, o empregado
assume sua função sem qualquer redução de sua capacidade de trabalho;
b.
Incapacidade parcial permanente: provoca a redução parcial e permanente para o trabalho e
suas seqüelas se prolongam por período maior do que um ano. É geralmente
motivada por:
·
Perda de qualquer
membro ou parte deste;
·
Redução da função de
qualquer membro ou parte deste;
·
Perda da visão ou
redução funcional de um olho;
c.
Incapacidade permanente total: provoca a perda total, em caráter permanente, da
capacidade de trabalho. É geralmente motivado por:
·
Perda da visão em
ambos os olhos;
·
Perda da visão de um
olho com redução em mais da metade da visão do outro;
d.
Morte: O acidente
provoca a morte do empregado.
Como prevenir acidentes
Prevenir acidentes é dever de todos e
responsabilidade geral. Na prática, todo programa de prevenção de
acidentes focaliza duas atividades básicas: eliminar as condições inseguras e
reduzir os atos inseguros.
1.
Eliminação das
condições inseguras: é o papel dos funcionários da primeira linha de defesa.
Engenheiros de segurança desenham cargos para eliminar ou reduzir os riscos
físicos dos ocupantes. Os supervisores e gerentes de linha assumem importante
papel na redução das condições inseguras.
● Mapeamento das áreas de risco: trata-se da avaliação constante e
permanente das condições ambientais que podem provocar acidentes dentro de uma
empresa.
● Análise profunda dos acidentes: todo relatório de acidente, com ou sem
afastamento do trabalho deve ser submetido a uma profunda análise para que se
descubra as suas possíveis causas, como condições ou atos inseguros, para assim
sinalizar as providências no sentido de eliminar essas causas para prevenir
novos e futuros acidentes.
● Apoio irrestrito da alta administração: todo programa bem-sucedido de
prevenção de acidente repousa no compromisso da alta direção. Esse compromisso
é importante para ressaltar a importância que a alta direção coloca no programa
de profilaxia contra acidentes na empresa.
2.
Redução dos atos
inseguros: os acidentes são similares a outros tipos de desempenho pobre.
Estudos psicológicos sugerem que não se devem selecionar as pessoas que
apresentam tendências para acidentar-se em cargos específicos.
● Processo de seleção de pessoal: as técnicas de seleção procuram
identificar certos traços humanos (como habilidade visual ou coordenação
motora) relacionados com acidentes em certos cargos. Pesquisas sugerem testes
sobre traços relacionados com acidentes, como:
Ø
Estabilidade emocional
e testes de personalidade.
Ø
Medidas de coordenação
muscular.
Ø
Testes de habilidade
visual.
Ø
Testes de maturidade
emocional, desempenho seguro e cuidadoso.
Ø
Suscetibilidade à
exposição a produção tóxicos.
● Comunicação interna: propaganda e cartazes sobre segurança no trabalho
podem ajudar a reduzir atos inseguros.
● Treinamento: o treinamento de segurança reduz acidentes,
principalmente quando envolve novos empregados, no sentido de instruí-los em
práticas e procedimentos para evitar potenciais riscos e trabalhar
desenvolvendo sua percepção em relação à segurança no trabalho.
● Reforço positivo: os programas de segurança baseados no reforço
positivo podem melhorar a segurança no trabalho. Objetivos de redução de
acidentes devem ser formulados em conjunto com os funcionários e com ampla
divulgação e comunicação dos resultados. Muitas empresas adotam o lema zero
em acidentes e passam a ostentar
cartazes com o número de dias sem acidentes. É importante adotar as reuniões
periódicas com grupos de empregados (DDS) para discussão de casos e exemplos.
Medidas Preventivas
● Educação: criar uma consciência de segurança através de sinalização
com slogans em locais de passagem, artigos sobre segurança na correspondência
ou a comunicação de dias sem acidentes.
● Treinamento em habilidade: incorporar as medidas de prevenção em processo
de aprendizagem.
● Engenharia: prevenir acidentes através do desenho de equipamentos ou
tarefas, incluindo os fatores que promovem fadiga, sono ou monotonia.
● Mapeamento de riscos: localização de áreas de riscos, providências
para eliminação de riscos de acidentes, inspeções periódicas, relatórios
freqüentes e atenção da alta administração são imprescindíveis.
● Proteção: proporcionar equipamentos com proteção. Isto inclui todos os
equipamentos de proteção individual como sapatos ou botas de segurança, luvas,
capacetes, óculos, mascaras, aventais, protetores de ouvido etc... Também
inclui a proteção externa e a manutenção preventiva do equipamento.
● Regras de reforço: os melhores regulamentos e regras são ineficientes
na redução de acidentes se não forem continuamente reforçados e aplicados.
Devem proporcionar algum tipo de retroação.
Estatísticas de acidentes
1.
Coeficiente de Freqüência (CF): significa o número de acidentes com afastamento ocorrido
em cada milhão de homens/horas trabalhadas durante o período de tempo
considerado. Esse período pode ser mensal ou anual.
a.
Número médio de
empregados no período de tempo considerado. Envolve todo pessoal da
organização, isto é, de todas as áreas e níveis. As empresas também utilizam
para comparações internas.
b.
Homens/horas
trabalhadas é a multiplicação numero médio de empregados pelo total de horas de
trabalho do período considerado. São as horas que o empregado estão sujeitos a
acidentes. No numero de homens/horas trabalhadas devem ser incluídas as horas
extras e excluídas as horas remuneradas não trabalhadas, tais como: faltas
abonadas, licenças, férias, enfermidades e descanso remunerado. Consideram-se
oito horas por dia trabalhado.
2.
Coeficiente de Gravidade (CG): significa o numero de dias perdidos e computados em cada
um milhão de homens/horas trabalhadas durante o período de tempo
considerado (mensal ou anual).É um
índice que relaciona o tempo de afastamento em cada milhão de homens/horas
trabalhadas. O cálculo se baseia nas seguintes informações:
a.
Número de dias perdidos por afastamento: é total dos dias no quais os acidentados ficam
incapacitados para o trabalho em conseqüência de acidentes com incapacidade
temporária. Os dias perdidos são contatos a partir do dia imediatamente a seguir ao do acidente até o dia da alta
médica;
b.
Dias perdidos transportados: é o total dos dias perdidos por afastamento durante o mês
anterior ou meses anterior, quando o CG abrange o período anual;
c.
Dias computados e debitados: é o total dos dias computados por redução da capacidade ou
morte dos acidentados.
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