terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Causas e Prevenção de Acidentes no Trabalho


Causas do acidente de trabalho

Em todo acidente no trabalho estão presentes os seguintes elementos:
1.      Agente: é o objeto ou substância (máquina, o local) diretamente relacionado com a lesão – podem estar adequadamente protegidos;
2.      À parte do agente: é a parte do agente que esta diretamente associada ou relacionada com o acidente – exemplo o piso molhado;
3.      O tipo de acidente: é a forma ou modo de contato entre o agente do acidente e o acidentado, ou o resultado desse contato;
4.      Ato inseguro: é o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, carregar materiais pesados de maneira inadequada;
5.      Condição Insegura: é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador. São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados, máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com materiais inadequados. A programação de trabalho e a fadiga afetam os índices de acidentes. Os acidentes acorrem menos durante as primeiras cinco ou seis horas da jornada de trabalhado, sendo que, com a fadiga aumentam os riscos com as mesmas horas trabalhadas.
Faz-se necessário minimizar as condições inseguras. As causas dos atos inseguros podem ser atribuídas a certas características pessoais que predispõem aos acidentes, como: ansiedade, agressividade, falta de controle emocional, a personalidade, a motivação, a tendências de assumir riscos e tomar atitudes inadequadas. Essas tendências de comportamento levam a atos inseguros, como desatenção e falhas em seguir procedimentos, e aumentam a probabilidade de acidentes.
Os acidentes no trabalho são classificados em:
1.      Acidente sem afastamento: tipo de acidente que não provoca afastamento do trabalho nem é considerado nos cálculos dos coeficientes de freqüência (CF) e de gravidade (CG), embora deva ser investigado e anotado em relatório, além de exposto nas estatísticas mensais;
2.      Acidente com afastamento: é o acidente que provoca o afastamento do empregado no trabalho. Pode ser classificado em:
a.             Incapacidade temporária: provoca a perda temporária da capacidade para o trabalho e suas seqüelas se prolongam por um período menor que um ano. No retorno ao trabalho, o empregado assume sua função sem qualquer redução de sua capacidade de trabalho;
b.            Incapacidade parcial permanente: provoca a redução parcial e permanente para o trabalho e suas seqüelas se prolongam por período maior do que um ano. É geralmente motivada por:
·              Perda de qualquer membro ou parte deste;
·              Redução da função de qualquer membro ou parte deste;
·              Perda da visão ou redução funcional de um olho;
c.             Incapacidade permanente total: provoca a perda total, em caráter permanente, da capacidade de trabalho. É geralmente motivado por:
·              Perda da visão em ambos os olhos;
·              Perda da visão de um olho com redução em mais da metade da visão do outro;
d.            Morte: O acidente provoca a morte do empregado.
Como prevenir acidentes
Prevenir acidentes é dever de todos e  responsabilidade geral. Na prática, todo programa de prevenção de acidentes focaliza duas atividades básicas: eliminar as condições inseguras e reduzir os atos inseguros.
1.           Eliminação das condições inseguras: é o papel dos funcionários da primeira linha de defesa. Engenheiros de segurança desenham cargos para eliminar ou reduzir os riscos físicos dos ocupantes. Os supervisores e gerentes de linha assumem importante papel na redução das condições inseguras.
● Mapeamento das áreas de risco: trata-se da avaliação constante e permanente das condições ambientais que podem provocar acidentes dentro de uma empresa.
● Análise profunda dos acidentes: todo relatório de acidente, com ou sem afastamento do trabalho deve ser submetido a uma profunda análise para que se descubra as suas possíveis causas, como condições ou atos inseguros, para assim sinalizar as providências no sentido de eliminar essas causas para prevenir novos e futuros acidentes.
● Apoio irrestrito da alta administração: todo programa bem-sucedido de prevenção de acidente repousa no compromisso da alta direção. Esse compromisso é importante para ressaltar a importância que a alta direção coloca no programa de profilaxia contra acidentes na empresa.
2.           Redução dos atos inseguros: os acidentes são similares a outros tipos de desempenho pobre. Estudos psicológicos sugerem que não se devem selecionar as pessoas que apresentam tendências para acidentar-se em cargos específicos.
● Processo de seleção de pessoal: as técnicas de seleção procuram identificar certos traços humanos (como habilidade visual ou coordenação motora) relacionados com acidentes em certos cargos. Pesquisas sugerem testes sobre traços relacionados com acidentes, como:
Ø        Estabilidade emocional e testes de personalidade.
Ø        Medidas de coordenação muscular.
Ø        Testes de habilidade visual.
Ø        Testes de maturidade emocional, desempenho seguro e cuidadoso.
Ø        Suscetibilidade à exposição a produção tóxicos.
● Comunicação interna: propaganda e cartazes sobre segurança no trabalho podem ajudar a reduzir atos inseguros.
● Treinamento: o treinamento de segurança reduz acidentes, principalmente quando envolve novos empregados, no sentido de instruí-los em práticas e procedimentos para evitar potenciais riscos e trabalhar desenvolvendo sua percepção em relação à segurança no trabalho.
● Reforço positivo: os programas de segurança baseados no reforço positivo podem melhorar a segurança no trabalho. Objetivos de redução de acidentes devem ser formulados em conjunto com os funcionários e com ampla divulgação e comunicação dos resultados. Muitas empresas adotam o lema zero em acidentes  e passam a ostentar cartazes com o número de dias sem acidentes. É importante adotar as reuniões periódicas com grupos de empregados (DDS) para discussão de casos e exemplos.
 Medidas Preventivas
● Educação: criar uma consciência de segurança através de sinalização com slogans em locais de passagem, artigos sobre segurança na correspondência ou a comunicação de dias sem acidentes.
● Treinamento em habilidade: incorporar as medidas de prevenção em processo de aprendizagem.
● Engenharia: prevenir acidentes através do desenho de equipamentos ou tarefas, incluindo os fatores que promovem fadiga, sono ou monotonia.
● Mapeamento de riscos: localização de áreas de riscos, providências para eliminação de riscos de acidentes, inspeções periódicas, relatórios freqüentes e atenção da alta administração são imprescindíveis.
● Proteção: proporcionar equipamentos com proteção. Isto inclui todos os equipamentos de proteção individual como sapatos ou botas de segurança, luvas, capacetes, óculos, mascaras, aventais, protetores de ouvido etc... Também inclui a proteção externa e a manutenção preventiva do equipamento.
● Regras de reforço: os melhores regulamentos e regras são ineficientes na redução de acidentes se não forem continuamente reforçados e aplicados. Devem proporcionar algum tipo de retroação.
Estatísticas de acidentes
1.        Coeficiente de Freqüência (CF): significa o número de acidentes com afastamento ocorrido em cada milhão de homens/horas trabalhadas durante o período de tempo considerado. Esse período pode ser mensal ou anual.
a.             Número médio de empregados no período de tempo considerado. Envolve todo pessoal da organização, isto é, de todas as áreas e níveis. As empresas também utilizam para comparações internas.
b.            Homens/horas trabalhadas é a multiplicação numero médio de empregados pelo total de horas de trabalho do período considerado. São as horas que o empregado estão sujeitos a acidentes. No numero de homens/horas trabalhadas devem ser incluídas as horas extras e excluídas as horas remuneradas não trabalhadas, tais como: faltas abonadas, licenças, férias, enfermidades e descanso remunerado. Consideram-se oito horas por dia trabalhado.
2.        Coeficiente de Gravidade (CG): significa o numero de dias perdidos e computados em cada um milhão de homens/horas trabalhadas durante o período de tempo considerado  (mensal ou anual).É um índice que relaciona o tempo de afastamento em cada milhão de homens/horas trabalhadas. O cálculo se baseia nas seguintes informações:
a.       Número de dias perdidos por afastamento: é total dos dias no quais os acidentados ficam incapacitados para o trabalho em conseqüência de acidentes com incapacidade temporária. Os dias perdidos são contatos a partir do dia imediatamente  a seguir ao do acidente até o dia da alta médica;
b.      Dias perdidos transportados: é o total dos dias perdidos por afastamento durante o mês anterior ou meses anterior, quando o CG abrange o período anual; 
c.       Dias computados e debitados: é o total dos dias computados por redução da capacidade ou morte dos acidentados.

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