segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

ADEUS, AMIGO JÚLIO

Hoje, 05 de janeiro de 2015, aconteceu algo que me transbordou o peito de tal forma que é difícil conter os olhos. Meu grande Amigo, Júlio. 
Acabei de ver muitos comentários e homenagens nas redes sociais, palavras e mais palavras...cada um a sua forma e minha forma é essa, como foi ao decorrer de nossa amizade que posso pegar o título emprestado de "Anos Incríveis".
Conheci Júlio desde de que me entendo por gente, mas na forma de amizade foi por volta dos meus 10, 11 anos, quando na necessidade de um reforço escolar, ele foi meu professor. Onde nos primeiros contatos, fomos além do aluno e professor e nos tornamos amigos. Amigo que mostrou o futebol de botão, nas velhas partidas de 10 gols.
Com tempo, fomos além e esse cara me mostrou um outro lado do cinema e me incentivou a abrir os olhos de uma maneira diferente para entender a sétima arte. Algo que na minha primeira apresentação na faculdade me fez utilizar um velho filme: "Tempos Modernos" de Charles Chaplin para explicar algumas das Teorias da Administração e ter algo como um grande filme sendo exibido, uma grande criação, uma grande obra...que foi o brilho nos olhos dos que assistiam. O mesmo brilho que assistimos juntos a muitos filmes e assistimos também a companhia de novos amigos que vieram na bagagem da amizade desse grande amigo: Paulo e Márcio (e muitos outros).
Com isso a turma cresceu, e eu e Júlio continuamos na particularidade de ouvir nas rádios os inúmeros jogos do Flamengo, nosso querido Mengão. Vibramos juntos muitas vezes como também xingamos muito e comemoramos muitos títulos aos berros e gritos ensurdecedores, onde alguns anos depois, mantivemos o ritual acompanharmos os jogos do Flamengo juntos, só que agora na TV a cabo. Isso fez o ritual se adaptar,  mas sempre usarmos essa "desculpa" de podermos fazer algo em comum que pudesse expressas os momentos de amizade que as vezes a vida faz ser tão escassos.
Tivemos muitas alegrias e jogamos muitos jogos dos mais variados...banco imobiliário, jogo da vida, baralho (o preferido era o buraco e a copas foras que valia beber um copão dágua para quem perdesse e cachaça nas noite de muito frio).
Tenho o orgulho de onde você chegou aqui na terra, nos projetos cinematográficos, na honra e o prazer que me deu de participar de seu filme "Enchente" e de ler em primeira mão muitos de seus contos e livros.
Cada vez que folear um livro, uma revista em quadrinhos, ver um filme, anotar no meu caderno de filmes mais um filme assistido (mania que aprendi com ele) e lembrar da amizade da forma mais superior vou lembrar de você, meu grande amigo Júlio. O irmão de pais diferentes, o amigo sempre disponível e essas lembranças em cada ato em cada gesto lembrarei de você, porém a partir de hoje, infelizmente tenho que olhar a palavra saudade de uma outra forma, pois das tantas coisas que aprendi contigo, aprender esse novo significado da saudade, está sendo muito difícil, pois parece querer me rasgar o peito e transbordar sem parar os olhos.
Enfim, fica a honra de ter a maior amizade que meu peito pode carregar, que você meu grande Amigo Julio Henrique me escolheu, como escolheu a muitos outros.
Para concluir Muito Obrigado!!!

Seu Amigo, Frank Maurício de Almeida.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Se arrependimento matasse...

Astros e estrelas de Hollywood que recusaram papéis de sucesso

Descubra quais atores perderam grandes oportunidades de brilhar ainda mais no cinema e na televisão

Você consegue imaginar estes personagens sendo interpretados por outros atores? (Foto: Divulgação)
Existem oportunidades na vida que ou você agarra ou você perde para sempre. Em Hollywood é assim: se um ator ou atriz deixa um papel escapar, pode acabar abrindo mão de uma excelente chance de abrilhantar ainda mais o próprio currículo. Veja a seguir uma seleção de casos:
Jodie Foster (à dir.) deu mais uma prova de seu reconhecido talento quando interpretou a Clarice Starling de 'O Silêncio dos Inocentes' (1991). Porém a atriz só ficou com o papel porque a primeira cotada para interpretá-lo, Michelle Pfeiffer, se recusou a trabalhar no filme por considerá-lo violento demais. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Al Pacino (à esq.) recusou o papel de Han Solo nos primeiros filmes da saga 'Guerra nas Estrelas', nas décadas de 70 e 80. Sorte de Harrison Ford, que ganhou mais um grande personagem para seu rico histórico no mundo da ação. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Mais ou menos naquela mesma época, porém, Al Pacino (à dir.) conquistou para si um dos papéis mais importantes de sua carreira, o Michael Corleone da trilogia 'O Poderoso Chefão', graças à recusa de Jack Nicholson, que achava melhor que alguém com sangue italiano interpretasse o personagem. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Jack Nicholson (à dir.), por sua vez, é inesquecível como o Jack Torrance de 'O Iluminado' (1980). No entanto, um então jovem ator lutou muito por esse papel, mas acabou perdendo: ninguém menos que Robin Williams (1951-2014). (Foto: Getty Images e Divulgação)
Julia Roberts (à esq.) dispensou o papel de Leigh Anne Tuohy no filme 'Um Sonho Possível' (2009). Resultado? Sandra Bullock agarrou a chance e venceu o Oscar de Melhor Atriz. (Foto: Getty Images e Divulgação)
O veterano Sean Connery (à esq.) não gostou da ideia de fazer o Gandalf da trilogia de 'O Senhor dos Anéis', então acabou "sobrando" para outro grande ator, o querido Ian McKellen. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Kim Basinger (à esq.) não quis interpretar a Catherine Tramell de 'Instinto Selvagem' (1992). E, assim, Sharon Stone pôde deixar sua grande marca em Hollywood, com uma inesquecível cruzada de pernas... (Foto: Getty Images e Divulgação)
E se o venerado Ferris Bueller de 'Curtindo a Vida Adoidado' (1986) fosse interpretado por Johnny Depp (à esq.) em vez de Matthew Broderick? Amaríamos o filme mais? Menos? Do mesmo jeito? Jamais saberemos. Depp recusou o papel, que veio a ser o mais relevante da vida de Broderick. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Um dos filmes mais rentáveis da história, 'Avatar' (2009) é protagonizado por Sam Worthington (à dir.). Apenas porque Matt Damon dispensou o papel. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Sarah Jessica Parker (à dir.) é praticamente um sinônimo de Carrie Bradshaw, sua extravagante personagem na série e nos filmes de 'Sex and the City'. No entanto, a primeira cotada para o papel principal foi a atriz Dana Delany. (Foto: Getty Images)
Acredite se quiser: Bette Midler (à esq.) foi a primeira convidada para protagonizar 'Mudança de Hábito' (1992). Mas a diva achou que o papel ficaria melhor nas mãos de Whoopi Goldberg. De fato, Whoopi acabou ganhando mais um personagem ótimo para seu currículo. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Reese Witherspoon (à esq.) recusou o papel de Sidney da franquia 'Pânico'. Sorte de Neve Campbell, que acabou ficando com a personagem pela qual ainda hoje é mais lembrada. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Dá para imaginar John Travolta (à esq.) como 'Forrest Gump, o Contador de Histórias' (1994)? Não, né? Ainda bem que o ator recusou o papel e Tom Hanks ficou com o personagem, numa performance que lhe rendeu um dos seis Oscars que o filme levou. (Foto: Getty Images e Divulgação)
Oi? 'Buffy: A Caça-Vampiros' (1997–2003) como a líder d'As Patricinhas de Beverly Hills' (1995)? Pois é. Sarah Michelle Gellar (à esq.) quase ficou com o papel que trouxe Alicia Silverstone para o imaginário de crianças e adolescentes da década de 90. (Foto: Getty Images e Divulgação)
A priori, Mel Gibson (à esq.) é quem deveria interpretar Batman nas versões de Tim Burton para o herói. Porém o ator se recusou porque acreditava que a produção seria um fracasso. Michael Keaton ganhou o papel e foi alçado ao status de galã no início dos anos 90. (Foto: Getty Images e Divulgação)

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SÉRIES QUE VI E VEJO - CAPÍTULO 001: ANOS INCRÍVEIS

Hoje procuro inaugurar no Blog os comentários de todas as séries que vi e vejo, ou seja, o objetivo é estar comentando sobre a minha ótica o que achei da série e as curiosidades e situações da época que estava assistindo.

Para inaugurar como Capítulo 001: ANOS INCRÍVEIS.


A escolha de começar com esta série se deve principalmente ao fato de ter sido uma das primeiras que acompanhei do início ao fim e principalmente por ter sido de certa forma um "amigo" a partir da minha adolescência que podia sempre contar e "conversar" sobre situações semelhantes que também aconteciam comigo.


Ano de Exibição:
Exibido na TV americana de 1988 a 1983 dividida em 06 temporadas com 115 episódios. A série foi exibida no Brasil a partir de 1994.

Ano que assisti: 
Comecei a assisti no em 1995 com a série já com os episódios avançados, onde com o tempo revi todos na sequência e alcancei a exibição no Brasil até seu final.

Personagens: 
Tendo como principal personagem Kevin Arnold, um garoto iniciando sua entrada no colegial junto ao seu melhor amigo Paul e sua melhor amiga e paixão Winnie, além de um grande elenco para a montagem da família de Kevin e seus vizinhos e colegas de escola.

Comentário: 
A série se passa no final dos anos 60 e início dos anos 70, mostrando todos os conflitos apresentados na época, como a Guerra do Vietnã e o movimento Hippie além de questões políticas e sociais.
Seu principal foco é em Kevin, um garoto que passa a mostrar seus acontecimentos no colegial até o início da fase adulta.
A série é narrada por Kevin já adulto, porém o mais interessante é que ao mesmo tempo que a narração acontece as expressões faciais são interpretadas por Kevin criança.
As grandes passagens ao longo da série descreve situações clássicas da época de escola, como os grandes amigos, a paixão pela professora, o primeiro amor e a primeira namorada, mas principalmente a amizade, cantada na música de abertura "With a little help from my friend" que com a tradução já fica fácil entender o significado da amizade.
Há também os conflitos familiares entre a família, principalmente com seu pai Jack e os panos quentes da mãe, Norma, as intensas brigas com seu irmão do meio Wayne e a sua irmã mais velha se tornando uma desconhecida para a família.
Um dos grandes marcos é a forma de tratar o subúrbio e a forma de contar cada trama no episódio de 20 minutos e a grande trilha sonora escolhida para cada situação.

Curiosidades:
Na época que assisti, vinha correndo da escola que saía as 12:00h e o episódio começava a ser exibido as 12:45h na Bandeirantes. A pressa valia todo o esforço, como ir correndo para ponto de ônibus e ir pendurado na porta para chegar a tempo de gravar os episódios no vídeo cassete. Embora deixasse já programado a gravação não queria ter que editor depois com dois aparelhos de vídeos para retirar os comerciais.
Mais para frente consegui gravar a versão dublada e a versão legendada exibida no canal Multishow, mas sempre faltava um ou dois episódios para completar, onde tive que regravar tudo novamente quando numa enchente em 1996 perdi todas as fitas de vídeo cassete. Por isso não posso deixar de agradecer a era da informática, onde consegui baixar todos os episódios e grande parte da trilha sonora.

Avaliação: 
Uma das grandes séries da minha vida, que marcou tanto pelas situações em comum como a a forma de narrativa e o foco principal na amizade.

domingo, 14 de setembro de 2014

'SÓ UM IMBECIL GOSTARIA DE FAZER O QUE NÃO CURTE'

MARIO SERGIO CORTELLA DIZ QUE AS NOVAS GERAÇÕES PRECISAM ENTENDER QUE ENTRE A VONTADE E O SUCESSO EXISTE UM CAMINHO CHEIO DE COISAS POUCO PRAZEROSAS

Mario Sergio Cortella (Foto: Gigi Kassis)

O filósofo Mario Sergio Cortella é conhecido por sua experiência na área de educação, mas parece capaz de filosofar sobre tudo. Nesta entrevista de menos de uma hora, ele foi da sala de aula à Copa, passando por tecnologia, democracia e mundo corporativo. 
Cortella é professor há 40 anos e, na juventude, tentou por três a vida no Monastério. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo, trabalhou ao lado de Paulo Freire, uma das figuras mais importantes da educação brasileira, e escreveu mais de 15 livros. Uma de suas aulas colocadas no YouTube - "Você sabe com quem está falando?" - tem quase 800 mil visualizações.
Na conversa a seguir, ele chama a atenção para um "desvio de formação" dos jovens, que não foram ensinados a batalhar pelo que desejam. Ao mesmo tempo, afirma que essa geração tem várias características que precisam ser valorizadas. Cortella também dá um alerta sobre a nossa falta de tempo para pensar sobre nós mesmos: "algumas coisas na vida é melhor começar cedo antes que seja tarde". A dica, que ele repetiu algumas vezes durante a entrevista, é "parar, olhar e escutar". Já fez o seu minuto de silêncio hoje?
Debate-se muito no mercado de trabalho sobre essa geração que está encarando agora seus primeiros empregos, que suas expectativas não condizem com o que o mundo corporativo tem a oferecer hoje, e que eles não se encontram.
Há duas coisas aí. Primeiro: de qual jovem estamos falando? Porque aquele que não se encontra é aquele que tem escolha. Quem não tem escolha tem que se encontrar, senão não sobrevive. A mesma coisa vale para o dilema de mulheres que não sabem se trabalham ou cuidam dos filhos. Essa é uma opção que só parte da população tem. Boa parte das mulheres ou trabalha ou morre, só isso. De maneira geral, aquela que tem o dilema é aquela que contrata outra mulher para cuidar de seus filhos, para que possa trabalhar enquanto pensa se trabalha ou cuida dos filhos.

Mas para quem tem escolha, nas grandes organizações hoje há uma dificuldade de lidar com essa geração. Porque esse jovem com menos de 30 anos tem grandes belezas e capacidades, como senso de urgência, mobilidade, instantaneidade, simultaneidade, velocidade. Mas ele não tem algumas coisas que é necessário trabalhar: paciência, noção de hierarquia e compromisso com resultado e meta. Por uma razão: essa classe média jovem tem um desvio de formação que é confundir desejos com direitos. Isto é, eu quero, portanto você tem que me dar.
É um problema de criação?
Claro, é um problema de formação dentro da família. Desse ponto de vista, uma parcela deles acha que, dentro de uma empresa, se eu sou o chefe é como se eu fosse pai ou mãe, ou seja, eu tenho que prover as condições, e isso não acontece. Portanto, retirou-se da formação de uma parcela dessa geração a ideia de esforço. Ao fazê-lo, criou-se uma condição muito malévola, que é supor que as coisas tem que ser marcadas pela ideia de prazer. E por isso há um hedonismo hoje muito forte.

Um jovem diz: eu quero fazer o que eu gosto. Eu também. Só um imbecil gostaria de fazer o que não gosta. Todo mundo gosta de fazer o que gosta. No entanto, para fazer o que gosta é preciso que dê passos não tão agradáveis no cotidiano. Eu gosto demais de dar aula, faço isso há 40 anos, mas não gosto de corrigir prova, não conheço ninguém que goste. Mas eu não posso não corrigir, porque se eu não corrijo não tenho visão do como os alunos estão aprendendo e de como eu estou ensinando. Pois bem, qualquer um sabe que para obter prazer em algo é preciso algumas coisas que não são, no caminho, satisfatórias e prazerosas. Só que essa geração atual foi criada sem esse tipo de transição entre o desejo e o fato, entre a vontade e o sucesso, o anseio e a satisfação. Tem menino de 20 anos de idade que nunca arrumou cama, lavou louça.
O que a empresa pode fazer?
Elas precisam lidar com esse percurso de modo a formar as pessoas dessa geração com compromisso, metas e prazos, mas sem perder o que ela tem de mais inovador. Isto é, não só a familiaridade com o digital, mas o senso de urgência, mobilidade, inovação. Isso é uma força vital, altamente contributiva no mundo das empresas. Não posso em um negócio não ter gente que queira viver algo que é novo. Mas também não posso aceitar que ele ache que a vida só funcione com o novo. Você pode desprezar essa geração em nome daquilo que nela é um desvio, o que seria uma tolice imensa, ou pode aproveitar o que ela tem e procurar formá-la na direção daquilo que a fará crescer.

Há outra questão latente nas empresas: elas têm abusado da tecnologia e, muitas aproveitam as novas ferramentas, para exigir que seus funcionários fiquem disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana. Como lidar com isso?
A tecnologia não pode ser nossa senhora, tem que ser nossa serva. Sempre que algo que é do nosso uso nos possui, isto é, domina o nosso cotidiano, esgota nosso tempo, devora nossa condição de convivência, existe algum tipo de malefício. A recusa da tecnologia é tola, a adoração da tecnologia também é. Quando a empresa exagera nesse polo obtém vantagem por tempo limitado. Ela esgota de tal maneira seus empregados que depois de um tempo eles não conseguem mais lidar com isso. As pessoas começam a não render mais, se desinteressam, vão embora.

E na vida pessoal, as pessoas percebem o quanto a tecnologia as consome?
Elas começam a perceber aos poucos porque começam a argumentar que estão sem tempo. Esse estar sem tempo é muito sério. Significa “não consigo mais ficar comigo, tenho que viver em voz alta”. Uma das coisas que colaboram para isso é a ausência de energia. De vez em quando acaba a eletricidade e as pessoas tem que olhar-se. Ou quando a pessoa está fazendo uma viagem de avião, ela tem que ficar quieta. São coisas que vão induzindo um pouco do silêncio.

Até na área de educação escolar estamos tendo que reordenar o modo como a gente acolhe as crianças de manhã. Vêm com transporte até a escola ouvindo musica alta no fone, chegam em estado de tensão. É preciso acalmá-las, não basta colocar numa sala, mandar sentar e abrir o livro na página 36. É preciso antes diminuir a luminosidade da sala, colocar uma música mais relaxante e sossegar um pouco. Porque se não acalmar há um desespero contínuo.
Como a gente coloca um pouquinho mais desse silêncio, desse tempo, em nosso dia?
Se for em relação às empresas, algumas estão criando esse tempo. Colocam na jornada de trabalho momentos de reflexão, meditação ou espaço de repouso após almoço. O que leva o funcionário a ter um rendimento e um bem-estar maior.

Quanto ao indivíduo, ou ele cria esses tempos – pare, olhe e escute - ou vai viver de maneira automática, robótica, e conseguirá em breve um estresse. O que pode gerar a adesão ao consumo exagerado de medicamentos e drogas, legais ou ilegais. Uma obsessão por tentar ficar em estado de não sobriedade. Tem uma musica antiga que diz: “não posso parar, se eu paro eu penso, se eu penso eu choro”. Portanto, é necessário que as pessoas criem seus tempos de recolhimento. Não de meditação e sofrimento. Mas para pensar: por que faço o que faço? Por que deixo de fazer? Por que faço do jeito que faço? Por que não faço como deveria?  Isso é meditação. É reflexão. Senão uma hora a pressão é insuportável. Algumas coisas na vida é melhor começar cedo antes que seja tarde.
E essa questão da família, da criação? Estamos no caminho certo?
Não, de maneira alguma. Vou lembrar algo óbvio: trabalho de parto não termina na maternidade. Chama trabalho porque ter alguém exige responsabilidade. Algumas pessoas escapam hoje dessa responsabilidade e querem terceirizar isso. Assim como existe personal trainer, personal stylist, agora tem personal father, personal mother. Por exemplo, você vai com uma criança ao resort e, ao invés de ficar com seu filho, entrega para a recreação. Ou vai a um buffet infantil, que é um sinal nosso de demência, e lá tem um recreador. Desde quando criança precisa de adulto para fazê-la brincar? Estamos criando gerações que nem brincar mais por si conseguem. Precisa um adulto vestido de Bozo andando pra lá e pra cá animando as crianças. Como?! Criança se anima sem adulto. A família tem que repensar isso também.

Isso não quer dizer que não seja possível equilibrar família e trabalho...
Lógico que consegue. É uma questão de escolha. Tempo é uma questão de prioridade. Quando você diz que não tem tempo pra algo é porque aquilo não é prioridade pra você. Meu dia tem 24 horas eu vou preenchê-lo do modo que eu quiser. Em relação ao filho é tranquilo. Se você não tem tempo para os filhos, espere ele cair no mundo das drogas. Ai não é uma hora por dia. Um ano, dois anos, se der tempo. Portanto, pare, olhe e escute.

Como é que você vê, com a morte do Eduardo Campos, essa mudança radical nas eleições? Qual é o efeito disso na cabeça do eleitor?
Dependerá muito de como o grupo que sucede essa candidatura vai se organizar. Eles não são um grupo homogêneo, seja do ponto de vista de intenção, seja do ponto de vista de organização. Já tiveram mudança do comando de campanha. Me alegra que foi escolhida para a coordenação da campanha a Luiza Erundina, que é uma pessoa que eu admiro, fui secretário de educação no governo dela. Mas a morte de Eduardo Campos coloca um componente emocional na eleição, que é muito forte no Brasil. Temos três grandes fontes que nos impulsionam durante as eleições:  a credibilidade, o ridículo e a comoção. E há uma comoção em relação à perda do candidato. Isso pode impulsionar, mas no quadro geral dependerá de como esse partido, no caso o PSB, com suas alianças, consegue ganhar maior unidade. Inclusive porque nos próximos 15 dias muda tudo, assim como nos últimos 15 mudou. [A entrevista foi feita no dia 22 de agosto]

Estamos vindo de um ano que foi marcado por uma Copa em que o país não pareceu muito animado...
Veja, nós somos um país que viveu uma situação esquizofrênica muito interessante antropologicamente. Fomos para esta Copa com uma certeza dupla: nosso time vai muito bem a organização vai muito mal. Aconteceu exatamente o inverso: nós conseguimos uma estrutura de organização absolutamente funcional, no padrão do que foi feito em países muito mais estruturados que o nosso, e uma seleção pior do que boa parte das seleções que disputaram a Copa.

Em 40 dias nosso sentimento mudou. Ele era um sentimento que seria de protesto a um governo que não conseguiria organizar uma Copa, ao lado de uma animação imensa com uma seleção rumo ao hexa. Mas depois do 7x1, nós não falamos mais de futebol. Não é uma questão pra nós. A nossa questão agora é a nação. A eleição, o que se faz no país. Isso foi um grande ganho. Ter sido humilhado no Mineirão produziu em nós um efeito que esquecemos o futebol e fingimos que aquilo não existiu. Estamos preocupados agora com aquilo que era a motivação original dos movimentos em junho de 2013.
Portanto, 2014 é um ano que traz grandes expectativas em relação ao debate no campo da política, de gestão nacional, discussão que foi adensada pela morte de Eduardo Campos.
E essa onda de movimentos?
Infelizmente, eles foram assassinados por uma parte dos democracidas que esquecem que democracia não é ausência de ordem, democracia é ausência de opressão. Quando os democracidas entraram com a brutalidade, a estupidez, afastaram as pessoas e produziram um dano muito forte a nossa democracia.

Eles criaram em parte das pessoas rejeição ao movimento de rua. Ficou uma imagem que, depois de um tempo, muita gente estava achando que era melhor que o aparelho policial, que tem a tarefa em uma democracia de garantir a expressão, fosse repressor. Em vez de ser uma estrutura policial garantidora - não podemos esquecer que palavra polícia e política são a mesma em termos de estrutura, polis é a comunidade e polícia é o que faz com que a comunidade viva em paz – ela passou a ser demandada por uma boa parte da sociedade para ser um órgão repressor.
Acho que gerou pânico em relação à manifestação de rua, o que é muito ruim. O país viveu em 2013 dois momentos inesquecíveis, algo que historicamente era novo. As pessoas indo para as ruas com os filhos, caminhando nas avenidas, pedindo melhorias. Isso tem uma beleza cívica. A praça, a rua, de novo como uma coisa do povo.
E o segundo momento?
A outra coisa bela foi a visita do Papa Francisco. É inacreditável que um homem que representa uma das religiões seja capaz de durante uma semana pautar o país. Não se falou de outra coisa. Um homem de mais de 70 anos de idade, representante de uma religião, sendo que religião pra uma parte dos jovens representa aquilo que é anacrônico, colocou em Copacabana mais gente do que os Rolling Stones.  E ele trouxe algo incrível que é um debate sobre humildade, sobre simplicidade, isso afetou as pessoas. Levou a repensar nossa convivência com a política, nossa convivência com gestores, nossa atração palacial, de achar que o palácio é a representação do poder. Portanto essa foi uma contribuição muito mais forte até do que outro debate que nós tivemos.

O que esperar para o Brasil dos próximos quatro anos?
Bom, a primeira coisa é que a gente não deve esperar, a gente deve fazer. Tem que ter esperança ativa. Aquela que é do verbo esperançar, não do verbo esperar. O verbo esperar é aquele que aguarda enquanto o verbo esperançar é aquele que busca, que procura, que vai atrás. Bem, o que podemos esperançar? O que a gente puder construir dentro desse tempo agora. Nós precisamos fazer com que, até o momento da eleição, haja uma discussão sobre a necessidade de se pensar a educação, que é minha área, como um projeto de nação e não de governo. É preciso que haja um compromisso, continuidade de um projeto que é nacional. O governo passa, a nação persiste.

Por outro lado, dos três principais candidatos que estão dentro do cenário hoje, os três tem algum compromisso sério com a área de educação. O governo de Fernando Henrique junto com o governo Lula e Dilma conseguiram tirar nossa educação escolar da indigência. Claro que estamos só, como diria o Churchill, no fim do começo e não no começo do fim. Mas o partido do Aécio tem uma formação nesse campo, o próprio PT tem tradição nessa área e, claro, o próprio PSB. Temos boas expectativas nesse campo. Ademais, novo Plano Nacional de Educação prevê aporte maior de recursos do PIB nessa área. Portanto seja quem for eleito vai ter que fazê-lo. Por isso, minhas expectativas são positivas. É preciso que se construa essa estrutura, mas é animador face ao que nós tivemos nos nossos 514 anos mais recentes de história.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Deus Não Está Morto

-Deus é bom.
-Sempre.
-E sempre?
-Deus é bom.

Está uma das frases mais importantes do filme "DEUS NÃO ESTÁ MORTO" que mostra o dilema de um jovem em colocar em risco seu futuro acadêmico e se afastar das pessoas que ama para desafiar um professor de filosofia, que indo contra a própria essência da filosofia de questionar e sempre se perguntar o por quê das coisas, quer que todos seus alunos sejam unânimes em afirmar: DEUS ESTÁ MORTO. 

De pano de fundo ainda surgem estórias paralelas que mostram os conflitos e provações da fé passado por outras personagens em suas formas de lidar com a fé e os problemas que surgem em suas vidas.   



Como a mensagem final do filme de enviar um SMS para sua lista de contatos, envio a mensagem por aqui.

Não deixe os outros dizerem o que você deve pensar, pense por si só, e aproveitando uma das passagens do filme:

"Como disse Sócrates há 2000 anos: Gnouthi seauton".

Ou seja: "Conhece-te a ti mesmo"

domingo, 20 de julho de 2014

Da miséria ao estrelato!

14 celebridades internacionais 

que foram sem-teto

Quem te viu e quem te vê... (Foto: Getty Images)
Quem te viu e quem te vê... (Foto: Getty Images)
Esqueça o glamour: nem todas as celebridades estão super acostumadas a ele. Conheça a seguir as histórias de 14 pessoas famosas internacionalmente que já viveram no olho da rua até alcançarem algum êxito profissional.
Após o pai morrer e a mãe ter um colapso nervoso, o mito Charlie Chaplin (1889-1977) foi viver pelas ruas de Londres. (Foto: Domínio Público)
Jennifer Lopez não tinha onde morar na época em que começou a ficar famosa, no seriado cômico 'In Living Color' (1990–1994). Ela passava as noites dormindo no estúdio do programa. (Foto: Getty Images)
Quando começou a carreira, na cidade norte-americana de Chicago, a atriz Halle Berry estava sem teto. Ela dormia num abrigo para moradores de rua. (Foto: Getty Images)
Ella Fitzgerald (1917-1996) vivia nas ruas de Nova York, até que venceu um concurso de canto. (Foto: Domínio Público)
O apresentador David Letterman começou a trabalhar no show business no início dos anos 70. Por volta de 1973, ele ainda morava em sua caminhonete. (Foto: Getty Images)
Shania Twain passou a infância num abrigo para moradores de rua, com a mãe e os irmãos. Aos 16 anos, a cantora se virou morando numa casa abandonada e dormindo em ônibus. (Foto: Getty Images)
Enquanto lutava para emplacar como poeta e músico, Jim Morrison (1943-1971) dormiu em todo tipo de lugar em Los Angeles, em cima de telhados e debaixo de píeres. (Foto: Domínio Público)
Quando o pai de Jim Carrey perdeu o emprego de músico, a família foi toda morar numa van. O ator abandonou a escola quando tinha 15 anos para trabalhar como zelador e ajudar a melhorar a situação financeira. (Foto: Getty Images)
Sylvester Stallone estava dormindo já havia três semanas em um terminal de ônibus quando viu um anúncio para interessados em atuar em filmes pornográficos. Com cachês diários de 100 dólares, o ator conseguiu se reestruturar financeiramente após dois dias de serviço. (Foto: Getty Images)
Após os pais de Kurt Cobain (1967-1994) se separarem, o jovem passou por várias casas de familiares até terminar na rua. O então futuro líder do Nirvana dormiu debaixo de pontes, em corredores, salas de espera, carros abandonados... (Foto: Getty Images)
Quando a texana Kelly Clarkson se mudou para Los Angeles, seu apartamento foi destruído num incêndio. Com pouco dinheiro e sem nenhum contrato à vista, a cantora dormia em seu carro ou em abrigos para moradores de rua. (Foto: Getty Images)
No início da carreira de ator, Daniel Craig chegou a dormir em banquinho de parque. (Foto: Getty Images)
Um namorado de Carmen Electra roubou todo o dinheiro dela, e a atriz teve de viver sem teto em Los Angeles até conseguir um papel no seriado 'SOS Malibu' (1989–2001). (Foto: Getty Images)
Quando começou, a cantora, compositora e poeta punk Patti Smith dormia pelas ruas, parques e metrôs de Nova York. (Foto: Getty Images)