quinta-feira, 6 de junho de 2013

A VISÃO DE LIDERANÇA

Veja como olhar os vários ponto de visão podem ajudar no processo decisório!

Todo gestor de um negócio é um solucionador de problemas, é um profissional que fica o tempo inteiro tornando os processos mais produtivos, os setores mais ágeis, a empresa mais lucrativa. Para que isso aconteça, o gestor precisa resolver problemas o tempo inteiro, é necessário vencer obstáculos diariamente. E a forma como enfrenta os problemas faz toda a diferença nos resultados.

É comum perceber que um determinado profissional tem melhores resultados do que outros. Ao pensarmos no porquê, podemos concluir prematuramente que uma pessoa é mais inteligente do que a outra. Isso nem sempre é verdade, pois a essência do profissional eficaz está em enxergar o obstáculo sobre várias óticas diferentes, tornando mais fácil atingir os objetivos independente do caminho que percorrerá para tal.

Isso pode ser bem ilustrado com o seguinte exemplo:
Em a situação encontrada em um vôo no qual havia uma criança infernizando os passageiros. Ela corria de um lado para outro dentro do avião, esbarrava em todos, derrubava notebooks e os copos de água dos passageiros. Alguns queriam dormir, mas as brincadeiras do menino eram altas demais, o que irritava a todos. Os passageiros começaram a reclamar, brigavam entre si e com o pai do garoto, que o deixava à vontade no avião. Desta forma, o pai, então, meio constrangido, pegou a criança e colocou-a sentada com o sinto de segurança apertado. Porém, isso tornou a situação ainda pior, pois o menino gritava e chorava, não se conformando que estava naquela situação.

O inferno estava instaurado, até que uma passageira chamou a aeromoça e sussurrou algo, fazendo-a ir à cabine do piloto. Instantes mais tarde o co-piloto saiu da cabine e foi até o menino e pergunta se ele gostaria de pilotar o avião. O garoto, incrédulo, olhou para o pai, que o autorizou a ir com o co-piloto dirigir aquela incrível máquina de voar. O menino ficou as próximas duas horas na cabine do piloto imaginando que pilotava o avião e o vôo seguiu em paz.

Nesta situação, todos os passageiros olharam o problema sob a sua ótica pessoal e se manifestaram em função da irritação que sentiram. Enquanto a passageira que falou com a aeromoça percebeu o problema sob a ótica do menino. Ao ser sugerida uma solução para o menino, ela acabou resolvendo o problema de muitas pessoas.

Muitas das vezes, problemas não são resolvidos por falta de percepção das alternativas possíveis sob a ótica dos outros. É mais cômodo olharmos sob a nossa ótica, uma vez que esta é sempre mais fácil e clara para nós mesmos. Casamentos terminam pela mesma razão. Cada um olha o problema sob a sua ótica, enquanto seria mais compreensível entender por que o outro sente algo que não compreendemos no primeiro olhar.
Um bom líder jamais toma uma decisão sob pressão, sem olhar muitas óticas envolvidas.

Uma boa orientação nesse sentido é, a seguinte:
Ao se deparar com um problema, pense nas “pessoas impactadas” frente a situação. Quando conseguir identificar estes personagens, tente entender como cada um destes pode estar vendo o problema. Se não conseguir interpretar, pergunte diretamente às pessoas. Uma vez que tenha entendido o problema sob várias óticas diferentes, tente imaginar o que poderia mudar no ambiente para contribuir para a solução.

Muitas vezes os caminhos alternativos são mais eficazes do que as estradas que confrontam diretamente a questão. O mais complexo é conseguir enxergar as alternativas sem se deixar influenciar pela nossa forma pessoal de ver a situação. No caso do menino do vôo, a mulher que falou com a aeromoça conseguiu dar uma solução independente da irritação pessoal que sentia e, independente da sua vontade própria, ela conseguiu olhar a ótica do menino.

Na Alterdata Software, empresa na qual tenho muitas responsabilidades, sou questionado para tomar decisões o tempo inteiro. Estas decisões nem sempre são fáceis, em função de trazerem grande impacto numa quantidade expressiva de pessoas. Porém, na minha forma de agir, sempre tento na grande maioria das vezes, pensar como no caso do vôo, me esforçando ao máximo para ver a situação em várias óticas.

Um bom exemplo concreto foi a situação que uma líder nova do departamento comercial, que vinha muito à minha sala pedir autorização para fazer certas concessões nas propostas comerciais para fechar negócios. Ela entrava na minha sala me interrompendo muitas vezes ao dia. O problema visível era a interrupção, que me incomodava. Eu poderia ter me irritado, reclamado, xingado, gritado, mas isso não resolveria o problema. Eu poderia ter contratado outra pessoa, mas isso também não solucionaria. Comecei a pensar no problema sob a ótica desta líder, que na verdade estava insegura para tomada de certas decisões. A questão era mais psicológica do que técnica. Desta forma, fui gradativamente pedindo a sua opinião, questionando o que recomendaria que eu fizesse na situação que estava me perguntando, e quando a líder dava uma resposta com a qual eu não concordava, era orientada. Aos poucos ela foi aumentou sua assertividade, até que um dia eu a questionei: “Você já percebeu que eu sempre concordo com as suas sugestões?”. Ela disse que não havia percebido isso. Na verdade, estava pronta para assumir riscos sozinha. Passei então a lhe autorizar que não recorresse mais a mim na grande maioria dos casos, me liberando para outras coisas mais significativas para a estratégia da empresa. Neste caso concreto eu não poderia ver o problema sob a minha ótica, pois não conseguiria resolver a situação. Tive que olhar sob a ótica dela e entender a sua insegurança para conseguir oferecer o que ela precisava – que era autoconfiança.

Não seja vaidoso ao ponto de achar que a sua forma de pensar e solucionar é sempre o centro do universo. O seu objetivo não é ter razão sempre, mas sim ter resultados concretos frequentemente, é atingir objetivos, e desta forma tem grandes chances da solução estar no visão outro.

Agora, pare e pense antes de tomar uma decisão frente a um problema. Lembre-se de analisar o entorno, pois a solução pode estar onde você não vê no primeiro momento. A sua ansiedade pode prejudica-lo a ser um bom líder, um excelente planejador, um fantástico gerente, um eficaz diretor de empresas ou, até mesmo, um bom cônjuge no casamento.

Ladmir Carvalho – Diretor Executivo – Alterdata Software


Esta postagem foi enviada pela amiga Sheilla, a quem dedico este post.

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