PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU - GESTÃO
EMPRESARIAL
EQUIPES: TIPOS, CARACTERÍSTICAS, DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
Frank Maurício de Almeida
RIO DE JANEIRO
2012
Frank Maurício de Almeida
EQUIPES: TIPOS, CARACTERÍSTICAS, DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
Monografia
apresentada a Faculdade Souza Marques – Fundação Técnico-Educacional Souza
Marques como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial.
Prof.
Orientador: José Cláudio Rodrigues Guerra
RIO DE JANEIRO
2012
Dedico este
trabalho,
A Elaine, minha amada esposa, que soube ser compreensível
ao abrir mão de minha presença durante muitos sábados durante mais esta
caminhada. Ao meu filho Kevin, que mesmo sem a consciência de sua importância
nessa conquista, foi também fundamental, por hoje, mais do que nunca, querer
ser mais capaz de construir um futuro melhor para ele, oferecendo-lhe todo meu
conhecimento ao legado de nossas gerações. A minha Mãe, que mesmo sem muito
estudo me ensinou muitas coisas valiosas. A todos aqueles que me fizeram
evoluir para tornar tal trabalho tão prazeroso e de sumo valor a minha
trajetória nestes 17 meses de dedicação e muita luta, com a plena certeza de
ter buscado sempre o melhor e me envolvido com todo o coração até o final dessa
estrada.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que de forma muito particular agiu sobre minha vida
para tornar possível mais e mais realizações. A todos os companheiros de curso
da pós-graduação, que tornaram tal grupo tão especial, principalmente ao Amigo
Rodrigo, que juntos, estamos numa caminhada que dura mais de seis anos na busca
por conhecimento e preparação, e por isso e muito mais, espero carrega-lo
através da amizade por toda a vida. Aos mestres, que nos conduziram com
sabedoria nesta jornada. A empatia e sintonia de vários Professores e o saudoso
prazer de reencontrá-los dos tempos de graduação. Enfim, as lições que
aprendemos, as transformações que sofremos, sejam como pessoas, sejam como
profissionais. Agradeço por tudo e pelo imenso prazer e a satisfação de ter
convivido, na Souza Marques, com cada um de vocês em mais esta jornada.
EPÍGRAFE
“A humanidade
não se divide em heróis e tiranos. Suas paixões, boas ou más, foram-lhes dadas
pela sociedade, não pela natureza.”
Charles Chaplin, in: “O Pensamento Vivo de
Chaplin”
“Somos todos anjos com uma asa só; e só
podemos voar quando abraçados uns aos outros.”
Luciano de
Crescenzo, presidente da IBM na Itália.
RESUMO
A pesquisa foi desenvolvido com o objetivo
explorar as principais definições que circundam as Equipes, onde para isso
precisou-se antes, apresentar o dilema principal da liderança, que é a busca
pela resposta se ela é um dom ou pode-se adquiri-la e se é para todos possíveis
de se tornarem grandes líderes, sendo para isso, necessário mergulhar no campo
filosófico, trazendo esclarecimentos sobre a ética, os principais valores e
armadilhas que um líder deve enfrentar.
Dentre os rumos da liderança, destacou-se o
fator humano e os principais dilemas enfrentados pelo Homem na sua trajetória
de Líder, partindo então para a diferença entre Gerência e Liderança, muito
confundidas nas organizações e os principais mitos e inquietações de liderança.
No tema central de equipes, mostrou-se as
características dos grupos aos tipos de equipes, seus integrantes e as relações
entre membros e líder, onde se adotou a ferramenta de análise de swot para auxiliar a compreensão dos
pontos fortes e fracos, bem como as oportunidades e ameaças que se insere cada
tipo de equipe e os resultados a serem alcançados ma busca pela excelência,
incluindo as influências que sofrem com a cultura e o clima organizacional em
que inserem.
A conclusão apresentada por meio das
referências utilizadas, destacou-se a virtude da liderança como o fator chave
para que no contexto atual, de constantes mudanças, obtenha-se sucesso
em formar e desenvolver adequadamente grandes equipes. Embora o tempo seja um
grande adversário durante a trajetória da criação das equipes de alto
desempenho, cabe ao líder absorver os conceitos e ferramentas adequadas para
conciliar esse fator aos resultados adquiridos e exigidos pela organização.
Nesse longo caminho não há melhor sabor, quando se alcança o maior valor da
Equipe: a interação, dedicação e transformação impregnada em todos os seus
membros, principalmente quando aprimoram-se constantemente e interpretam por um
simples olhar o que o líder deseja.
InTRODUÇÃO
Os assuntos relacionados à liderança e as
equipes tem se tornado cada vez mais recorrentes, seja dentro das organizações
ou nos diversos papéis que os indivíduos representam perante a sociedade. Um
dos dilemas principais sobre o tema liderança se relaciona a seguinte questão: se
os grandes líderes já nascem com o dom ou quaisquer pessoas podem ser grandes
líderes se buscarem a preparação adequada a sua formação.
Das discussões que surgem deste ponto,
caminham-se de mãos dadas as questões que envolvem as equipes, já que não
existem grandes líderes se não puderem formar e desenvolver equipes adequadas
ao motivo de sua existência.
Daí
surge a necessidade de esclarecer as diversas interpretações que muitas vezes
de forma equivocada acabam por confundir mais do que esclarecer a verdadeira
essência da liderança, e como é importante entender as principais
características dos grupos até a formação e o desenvolvimento adequado das
equipes.
Para situar e direcionar o trabalho buscou-se num
primeiro capítulo, apresentar as características humanas envolvidas, onde recorrendo-se
ao campo filosófico tornou-se possível esclarecer o dom e as virtudes
enfrentadas pelo Homem, bem como as inquietações e mitos da liderança, para se
chegar ao nível adequado de gerenciamento e a relação de poder entre o líder e
sua equipe.
Num segundo momento aprofunda-se nas principais
questões que envolvem o tema central das Equipes, passando pela natureza dos
grupos a formação e o desenvolvimento das equipes, e o relacionamento entre
seus membros e a liderança, alem das relações de poder, conflitos e comunicação
que se somam a ferramenta de análise swot
para a compreensão dos pontos fortes e fracos, bem como as oportunidades e
ameaças em que se inserem e suas mútuas influências na cultura e no clima organizacional.
2. Liderança: Dom ou Preparação?
Sempre que falamos sobre líderes e os temas relacionados à
liderança, chegamos ao grande dilema sobre a Liderança. Podemos acreditar que
os inúmeros cursos de formação de líderes criam verdadeiros líderes ou não?
Líderes já nascem bons líderes? O Líder nasce ou se faz? Para isso vamos
entender o que envolve estas questões, já que essas perguntas
surgem sempre que se aborda o tema da liderança.
De uma forma geral,
existem líderes que nascem com capacidades inatas e outros que se vão formando durante
seu desenvolvimento profissional. Quando já possuem as habilidades inatas,
favorecem seu desenvolvimento, mas as vezes o fator mais determinante é a
formação que vamos adquirindo e a experiência que vamos acumulando.
Existem técnicas de
liderança, de tomada de decisões, de condução de equipes, de motivação, de
comunicação, etc. que o líder deve conhecer e dominar, onde na busca constante de
conhecimento sobre o assunto sempre servirá de auxilio e complemento ao Líder.
Quando vamos assumindo
responsabilidades, tomando decisões, solucionando problemas, fazendo frente a
situações difíceis, permitirá ir criando um autêntico líder. Por este motivo, não
podemos viver a vida para as pessoas e sim, devemos deixar que se desenvolva o
lado humano e profissional. Desde o início devemos conhecer o valor do esforço
para conseguir os objetivos que queremos alcançar na vida.
2.1 Dom e Virtude
Ao recorrermos ao Minidicionário da Língua
Portuguesa, temos o seguinte conceito sobre o significado da palavra Dom: Donativo; dádiva; dotes naturais; título
honorífico, que precede os nomes próprios em certas categorias sociais
(Bueno, 1996. p.221).
Com
essa definição, vimos que dom não se adquire, pois já o tem de forma natural. O
líder é ou desenvolve esta habilidade? O
que dificulta esta conclusão são as confusões sobre o tema, assim como a falta
de esclarecimentos que acabamos por não adquirir.
Mussak e
Cortella (2009, p.8) nos apresentam os seguintes questionamentos através de um
diálogo bem interessante sobre o assunto:
Mussak - A que área pertence o estudo sobre a liderança? No meu
entender, há várias: desde a antropologia, a sociologia, a psicologia – enfim,
o humanismo de modo geral -, mesmo porque liderança não é cargo. Nas
organizações existem cargos de gerente, diretor, supervisor, superintendente,
mas não de líder, embora algumas empresas adotem esta denominação. Em
princípio, liderança não é cargo, mas uma condição, um comportamento humano. E,
logicamente, é desejável que as pessoas que ocupam esses cargos comportem-se
como líderes, o que nem sempre acontece.
Cortella – Também costumo enfatizar a idéia de que liderança, tal
como você disse, não é um cargo em que o indivíduo desempenhe uma atividade
específica. Trata-se, isso sim, de uma atitude, uma função a ser exercida.
Logo, não é determinada pela hierarquia em qualquer dimensão.
Passando a vista pela história, deparamos com muitos
líderes que não tinham cargos de chefia. Alguns eram até “antichefes”. Basta
que nos lembremos de figuras como Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Jesus de
Nazaré, Martin Luther King, Sócrates, Madre Teresa de Calcutá – pessoas que não
ocupavam nenhum cargo de chefia. Aliás, penso que valeria a pena examinar a
distinção entre as noções de chefia e de liderança. Enquanto a chefia é
caracterizada pelo poder de mando sustentado pela posição que a pessoa ocupa em
determinada hierarquia (na família, na empresa, na escola etc.), a liderança é
uma autoridade que se constrói pelo exemplo, pela admiração, pelo respeito.
Com isso,
exercer liderança e ser liderado são condições que caracterizam as relações
humanas, e nesta questão de mão dupla, por nenhum de nós sermos liderados e
exercermos a liderança o tempo todo, dá a liderança um tom circunstancial, que
acontece em ocasiões específicas. Contudo, sempre haverá líderes ou pessoas
que, de alguma forma, desencadeiam os processos de mudanças e não importa a
hierarquia ou o poder que essas pessoas têm, são líderes.
Assim,
Cortella defende que a liderança não é um dom, mas virtude. Justamente por não
ser um dom é que se pode ser discutida. Se fosse um dom, seria algo natural,
que se nasce com esse traço. Portanto, a filosofia defende a virtude como força
intrínseca, capacidade a ser desenvolvida, e de forma particular deve ser
direcionada essa força para o bem, pois a força intrínseca que dirige para o
mal é o vício. Diante disso, as pessoas podem nascer com a virtude da
liderança, mas ainda sim, terá que desenvolvê-la, praticar e aperfeiçoar seu
potencial de liderança.
Adotando
esse conceito de Cortella, Hitler e Napoleão não seriam considerados líderes,
um pelo vínculo com a brutalidade, violência e desumanidade e o outro pelo
vício do poder despótico.
Já Mussak,
adota uma perspectiva biológica, justificada pelas diferenças em nossa formação.
Aponta que a capacidade de liderar pessoas, de conduzi-las em direção a um
determinado objetivo, de modificar o comportamento do grupo para o bem ou para
o mal, como uma espécie de força interior que cada um possui, com isso, neste
ponto se separa o vício da virtude, diferente da visão anterior. Considera-se
ainda que todos, sem exceção, possuem a liderança, porém, em alguns indivíduos
essa força é maior do que outros. Independentemente de sua intensidade, essa
força e capacidade de influenciar as pessoas precisam ser aprimoradas,
trabalhada. Assim, é uma virtude em potencial que precisa ser burilada sob pena
de essa força não se transformar em virtude, e sim em vício.
Em comum,
nada adianta ter uma virtude que não se pratica, pois ela permanecerá apenas
como potencial e de certa forma o meio ambiente influência estas condições e
sua concretização. Os fatores que determinam e traçam o caráter, mais tarde,
através da interação com o meio ambiente vai construir a personalidade de cada
um.
2.1.1 A Virtude e a Ética
Para nos aprofundarmos nos conceitos de
virtude, CAMARGO (2008, p.35) nos apresenta as virtudes éticas, que são na
verdade, disposições estáveis para agir bem. Como são essencialmente pessoais,
não se aprende, porém determinam e fixam as inclinações e os atrativos que
asseguram a constância de conduta, produzindo presteza em fazer o bem e em
fugir do mal. A virtude é imprescindível para a ética. Não existe o ético sem o
virtuoso como princípio.
2.1.1.2 As Virtudes Básicas
As
virtudes básicas são:
·
Prudência – É a reta
noção daquilo que se deve fazer ou evitar, exigindo o conhecimento dos
princípios gerais da moralidade e das contingências particulares da ação.
·
Justiça – É a vontade
firme e constante de respeitar todos os direitos e todos os deveres; é a
disposição de dar a cada um o que é seu de acordo com a natureza, a igualdade
ou a necessidade. É a base da visa em sociedade e da participação na existência
comum.
·
Fortaleça – É uma
firmeza interior contra todas as forças contra você neste mundo, fazendo-se
vencer as dificuldades e os perigos que excedem a medida comum e sofrer as
penas mais pesadas.
·
Temperança – É a
regra, a medida e a condição de toda virtude; é o meio justo entre o excesso e
a falta, se alcança pelo exímio cumprimento de sua função.
2.1.1.3 Os Vícios
Os
vícios são atitudes contrárias ao bem ou disposições estáveis para agir mal,
não são propriamente a negação das virtudes, em termos éticos são adquiridos
pelas pessoas, criando quase uma segunda natureza. A seguir destacam-se os
principais vícios:
·
Orgulho – É a procura
desordenada de excelência, é a valorização máxima de si.
·
Avareza – É a procura
desordenada por bens materiais, centraliza-se no esforço de acumular riquezas,
que às vezes tende a utilizar-se de meios ilícitos para essas conquistas.
·
Gula – É a procura
desordenada dos prazeres de comer e beber, colocando em xeque sua própria
saúde.
·
Luxúria – É a procura
desordenada pelos prazeres sexuais, com isso perde os limites do respeito para
consigo e com os outros.
·
Inveja – É a tristeza
pelo bem alheio como um obstáculo para o próprio bem.
·
Preguiça – É o recuo
diante do trabalho e do esforço, adiando sempre seus compromissos.
·
Ira – É a violência
contra aquilo que resiste a tua vontade, procurando vingança. Com a ira o
raciocínio deixa de agir, não medindo a conseqüência de seus atos.
A virtude e os vícios
demonstram que a ética é uma construção da pessoa a partir do que ela pretende
ter como obra para a sua vida, não só isoladamente, mas em conjunto com os
outros nestas realidades materiais. A palavra virtude origina-se da palavra latina
“vis”, que significa força, energia, dinamismo. Assim, o ser humano não pode
esperar que as coisas aconteçam, mas deverá esforçar-se para imprimir um
propósito à sua vida.
Ao bom líder é
imprescindível aprimorar e enaltecer suas virtudes, sem se tornar prepotente.
2.2 O Homem
A
capacidade de pensar difere o homem dos demais animais, porém, nem todos os
indivíduos pensam da mesma e possuem a mesma qualidade de pensamento. Isso se
dá, segundo TONET (2009, p.36), devido as
influências do ambiente, das experiências vivenciadas, dos estímulos recebidos
e tem sido objeto de estudo de várias ciências, entre elas destacamos a
biologia, a filosofia, a psicologia, a sociologia.
O
mesmo autor ainda reafirma o potencial genético humano em que nasce cada
indivíduo, mesmo apontando o cérebro humano como um “mistério” não totalmente
compreendido, no que diz respeito à mensuração do percentual que o homem
utiliza desse potencial, e o que nos fazem através de nossas aptidões e características
inatas diferentes uns dos outros.
Assim,
TONET e REIS (2009, p.37), nos apresentam os
quatro domínios que o ser humano possui e afirma que: O desenvolvimento próprio de cada indivíduo nesses quatro domínios,
cada domínio responsável por áreas conforme descrito a seguir, que irá torná-lo
um ser único entre os demais.
Esses domínios devem ser trabalhados
com o objetivo de buscar sua formação integral e é tão forte a interdependência
entre eles, que a educação será sempre decisiva no desenvolvimento do potencial
humano.
Tudo que cerca o indivíduo pode interferir na maneira dele
ser, o ambiente, a família, a trajetória, enfim, tudo é responsável pelo
desenvolvimento de habilidades próprias, valores e crenças que passam a
determinar a sua forma de observar e interpretar o mundo.
Assim Chanlat, TONET (2009, p.38), nos afirma que as organizações não
compreenderam ainda o homem em sua totalidade, muito por causa de fragmentar
seus conhecimentos e não procurar compreendê-lo como um todo.
2.3 Inquietações sobre Liderança
Uma
das questões que os líderes não podem deixar de lado são as questões de mostrar
as pessoas o propósito de suas ações. Mostrando-nos que na construção de uma
obra, devemos saber seu resultado assim como, identificá-la como magnífica. Por
menor que seja a participação de cada um na construção dessa obra, essa
participação é vital para o todo, e só assim se forma o conjunto e a soma das
ações para a realização final.
A virtude
da liderança deve ser praticada, deve-se fazer o virtual tornar-se real. O que
difere o líder e o liderado é a circunstância, ou seja, a situação ou a
ocasião. Nenhum líder, o é, para todas as situações. A liderança se limita a
liderar alguns processos, algumas pessoas e algumas situações, não sendo possível
liderar qualquer coisa, ou todas as coisas e situações. Bons líderes podem ser
em determinadas situações e não em todas, pode ser bom ao liderar um grupo de
jovens numa igreja e não ter o mesmo resultado ao liderar uma equipe de
futebol.
O líder é
aquele capaz de levar adiante pessoas, projetos, idéias e metas em determinada
circunstância. Para se conseguir realizar isso, deve transformar sua força
intrínseca numa força atual. Seguindo esses princípios não existe líder nato, o
líder não nasce líder, você se torna líder no processo de vida com os outros.
Cortella (2009, p.71) afirma que: o líder
é aquele que tem uma força intrínseca e qualquer um de nós pode sê-lo. Depende
da circunstância e da disposição,
aquilo que Maquiavel chamava de juntar a “virtu” com a “fortuna”, ou seja, a
capacidade com a ocasião, a virtude e a sorte.
A
escolha de assumir a postura de liderança exige uma estupenda capacidade de ter
humildade, uma pessoa humilde sabe que o dela não é o único modo de ser, com um
único modo de pensar, pois usa o outro como fonte de renovação. Para isso deve
ter a consciência de que não é auto-suficiente, ou seja, não sabe tudo. Se
perder este alerta a arrogância o impregna e se torna incapaz de crescer. Um
líder não deve se achar indestrutível, blindado: Nem sempre chefe é líder. Muitas vezes líder é chefe, mas ao contrário
não é automático... Há alguns chefes que são líderes, lembrando que liderança
tem a ver com a capacidade de inspirar, enquanto que chefia é uma estrutura hierárquica.
(Cortella, 2009, p.74).
O líder é
aquele que obtém satisfação procurando satisfazer a obra dos outros, porém
deve-se ter cuidado com quem concorda com você o tempo todo, em tudo o que você
faz, pois ou não gosta de você ou começou a preparar para derrubá-lo. Num grupo
deve haver questionamentos, a liderança se constrói em conjunto para a formação
de uma equipe a um propósito. Quem realmente te respeita discorda de você quando
necessário, pois ninguém está imune ao erro ou é dono da verdade. Uma equipe
precisa de sinergia. Não devemos nos contentar com o possível e sim com o
melhor em cada realização.
O líder
deve animar o grupo, dar alma a equipe, fazê-los reconhecer a obra. A tarefa
fundamental do líder é inspirar as pessoas, mesmo nos momentos que são
necessários a repreensão a alguém ele os inspira. O líder não nasce pronto, se
forma e não tem a ver com a idade e sim a experiência. Vale ressaltar que
experiência tem a ver com intensidade e não com idade, pois se tiver a ver com
idade, na verdade é extensividade.
Há a
necessidade de o líder ser companheiro e também ter o outro como companheiro, é
uma relação mútua, ao mesmo tempo em que ajuda a companhia em sua transição
para o futuro. CORTELLA (2009, p.94) afirma que cabe ao líder cultivar cinco
competências essenciais nessa grande arte de interação:
·
Abrir a mente – O
líder deve estar atento àquilo que muda e estar sempre disposto a aprender,
principalmente na velocidade das mudanças atualmente.
·
Elevar a equipe – O
liderado percebe claramente quando você é capaz de, ao crescer, levá-lo junto.
Não há nada mais gratificante do que crescer junto às pessoas. Um poder que se
serve, em vez de servir, não serve.
·
Recrear o espírito –
As pessoas devem se sentir bem e ter alegria onde estão. Seriedade não é
sinônimo de tristeza. Tristeza é sinônimo de problema. Um ambiente de trabalho
precisa estar alegre, não quer dizer que é uma bagunça, pois há o compromisso
com as obrigações.
·
Inovar a obra –
Liderar pressupõe a capacidade de se reinventar, de buscar novos métodos e
soluções. Ser capaz de fazer de outro modo, de ir adiante. Ter visão.
·
Empreender o futuro – Não
nascemos prontos, também não somos inéditos, mas tampouco somos ilhas. Devemos
ser capazes de construir o futuro ao pensar nas estratégias, nas condições e
nas possibilidades. Ninguém nasce pronto e vai se gastando. Se nasce não pronto
e vai se fazendo.
Temos que favorecer que
os empregados assumam competências e que se acostumem a enfrentar os problemas.
Trata-se de prepará-los para que no futuro sejam capazes de tomar as rédeas da
organização. A preparação e a experiência são aspectos que temos que cuidar na
formação de toda pessoa e é conveniente começar a fazê-lo desde sua juventude,
para ir desenvolvendo suas capacidades de liderança.
A
liderança se baseia num reconhecimento espontâneo por parte do resto da equipe,
o que exigirá ser apto para isso, estar à altura das circunstâncias. Se o grupo
detecta nessa pessoa carências significativas terminará por rejeitá-lo. Os
subordinados entendem que o líder não tem por que conhecer até o último detalhe
de cada assunto, mas esperam dele um conhecimento suficientemente sólido.
Luciano de Crescenzo,
presidente da IBM na Itália, dizia que: Somos
todos anjos com uma asa só; e só podemos voar quando abraçados uns aos outros.
Com esse pensamente devemos refletir que um líder é um instrutor é um parceiro
de asas. Essa é a finalidade de líderes bem preparados e liderados bem
conduzidos: somar-se de tal forma, digna e eticamente a fim de trocar idéias um
com o outro e ambos saírem com duas idéias.
2.4 Gerência X Liderança
Freqüentemente e indevidamente,
liderança e administração possuem seus conceitos confundidos. Enquanto a
administração é feita pelo gerenciamento organizacional, a liderança se
relaciona com as mudanças relacionadas com o desenvolvimento de visão e
engajamento das pessoas através da comunicação e inspiração para se alcançar os
objetivos.
A seguir, destacam-se alguns
conceitos sobre liderança apresentados por CHIAVENATO
(2005, p.353), que demonstram como alguns termos utilizados nesses
conceitos estão ligados também aos conceitos de administração, o que torna até
justificável se confundir entre os conceitos de administração e liderança. Contudo, todo administrador ou gerente
precisa ser um líder, embora nem todo líder seja um administrador ou gerente.
Os fundamentos do administrador foca a sua posição hierárquica organizacional e
o líder em suas próprias qualidades pessoais.
Algumas
conceituações de liderança
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Liderança é o processo de
dirigir o comportamento das pessoas em direção ao alcance de alguns
objetivos. Dirigir, nesse caso, significa levar as pessoas a agir de uma
certa maneira ou seguir um curso particular de ação.
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Ÿ
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Liderança é uma tentativa, no
âmbito da esfera interpessoal, dirigida por um processo de comunicação, para
a consecução de alguma meta ou de algumas metas.
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Ÿ
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Liderança é uma influência
interpessoal exercida numa dada situação e dirigida por meio do processo de
comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os
elementos que caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência, a
situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar.
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Ÿ
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Liderança é a habilidade de
influenciar pessoas para o alcance de objetivos. Essa definição enfatiza que
o líder está envolvido com outras pessoas
para alcançar objetivos. A liderança é recíproca e ocorre entre
pessoas. Liderança é uma atividade focada em pessoas e não em atividades de
folhear papéis ou resolver problemas. Liderança envolve o uso do poder.
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Ÿ
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Liderança é uma função das
necessidades existentes numa determinada situação e consiste numa relação
entre um indivíduo e um grupo. Nesses termos, o conceito de liderança repousa
em uma relação funcional que existe quando um líder é percebido por um grupo
como possuidor ou controlador dos meios para a satisfação de suas
necessidades.
|
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO (2005, p.
353)
|
Combinar e compreender as diferenças
entre gerência e liderança é essencial para o sucesso organizacional, já que
possuí-las de forma independente torna-se insuficiente para o sucesso. Para
isso, o executivo moderno precisa demonstrar um balanço e foco sobre os
processos organizacionais (gerência) e uma genuína preocupação com as pessoas
(liderança). No quadro a seguir, apresentado por CHIAVENATO (2005, p.350), destacamos as principais características do
gerente e do líder.
Características
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Gerente
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Líder
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Administra
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Ÿ
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Inova
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Ÿ
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É uma cópia
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Ÿ
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É um original
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Ÿ
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Mantém
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Ÿ
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Desenvolve
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Ÿ
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Focaliza o sistema e a estrutura
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Ÿ
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Focaliza as pessoas
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Ÿ
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Baseia-se no controle
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Ÿ
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Inspira confiança
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Ÿ
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Visão de curto prazo
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Ÿ
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Perspectiva de longo prazo
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Ÿ
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Pergunta como e quando
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Ÿ
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Pergunta o quê e porquê
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Ÿ
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Olhos na base da organização
|
Ÿ
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Olhos no horizonte
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Ÿ
|
Imita
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Ÿ
|
É original
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Ÿ
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Aceita o status quo
|
Ÿ
|
Desafia o status quo
|
Ÿ
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É o clássico bom soldado
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Ÿ
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É sua própria pessoa
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Ÿ
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Faz as coisas de maneira certa
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Ÿ
|
Faz as coisas certas
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Gerência
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Liderança
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Ÿ
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Sistemas: processos e tecnologia
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Ÿ
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Pessoas: contexto e cultura
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Ÿ
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Objetivos: padrões e medidas
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Ÿ
|
Visão do futuro, princípios e propósitos
|
Ÿ
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Controle
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Ÿ
|
Compromisso
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Ÿ
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Planejamento estratégico
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Ÿ
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Oportunismo estratégico
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Ÿ
|
Uma maneira de fazer
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Ÿ
|
Uma maneira de ser
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Ÿ
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Dirigir pessoas
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Ÿ
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Servir pessoas
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Ÿ
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Responder e reagir
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Ÿ
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Iniciar e originar
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Ÿ
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Melhoria contínua do que existe
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Ÿ
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Penetração inovadora no que poderia ser
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O gerenciamento tradicional tem suas
limitações devido à base estar na relação de comando e obediência, onde
diferentemente de rotina, horários, processos, equipamento e outros, nem tudo
pode ser administrado. As exceções como atitude, dedicação, confiabilidade,
coragem, criatividade, perseverança, valores, colaboração e paixão, precisam
ser lideradas e não simplesmente administradas.
2.4.1 Poder em ação
A política é traduzida pelo poder em
ação, ou seja, é o uso da autoridade e poder para alcançar os resultados
desejados, onde quando as pessoas convertem este poder em ação dentro das
organizações, estão na verdade fazendo política. A política organizacional
utiliza-se do poder para influenciar o processo decisório ou o comportamento
das pessoas. Da corrente filosófica adotada, Cortella afirma que: um poder que ao invés de servir, se serve, é
um poder que não serve. Portanto as pessoas que possuem habilidades
políticas sabem utilizar com eficácias suas bases de poder e muitas vezes as
utilizam em benefícios próprios e se impregnam se arrogância e falta de
humildade, o que é o maior equívoco a ser cometido por qualquer indivíduo que
possua certo poder.
Em sua maioria, as pessoas se
agregam em grupos seja para exercer influência, receber recompensas ou progredir
em sua vida profissional, porém uma ação política ilegítima traz riscos,
sanções e até demissão. Adquirir habilidades para se saber lidar com o poder
ainda é um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade.
2.5 Mitos sobre liderança
Por final relacionamos alguns mitos sobre
liderança, mitos esses que desvalorizam a formação em administração e, ao mesmo
tempo, tender a desencorajar os líderes potenciais de assumirem a
responsabilidade por suas organizações. Segundo BENNIS e NANUS (1988, p.186)
incluem nos mitos de liderança os seguintes:
·
Liderança é uma habilidade rara – Isso não está longe da verdade, não só nas questões de
grandes líderes, como em diversas outras situações sejam nos grandes pintores,
grandes artistas, grandes atletas e muitos outros. Todos têm um potencial de
liderança, assim como ao que dedicam suas vidas. Parecem-nos, hoje em dia,
carecermos de líderes, principalmente os políticos, porém existem milhões de
papéis de lideranças espalhados por todo o mundo, e muito desses preenchidos
adequadamente. As oportunidades de liderança são abundantes e estão ao alcance
da maioria das pessoas nos diversos papéis de indivíduos que exercem em suas
vidas.
·
Os líderes são natos, não feitos – As biografias dos grandes líderes algumas vezes são lidas
como se esses líderes viessem ao mundo com esse propósito, com uma
extraordinária dotação genética que os predestinassem ao papel de liderança.
Isso deve ser desacreditado, pois as maiores competências dos líderes podem ser
aprendidas, e podemos ser educáveis se assim o desejarmos e buscarmos aprender
e driblarmos os problemas de aprendizagem. Contudo, da virtude natural de
liderança, podem ser melhoradas se praticadas e desenvolvidas e se torna mais
importante do que qualquer dom que possa determinar um líder de sucesso.
Isso não significa que é
fácil aprender a ser um grande líder e muito menos que existam fórmulas simples
ou manuais de instruções que leve inexoravelmente à liderança de sucesso.
Trata-se, porém, de um processo profundamente humano, repleto de tentativas e
erros, vitórias e derrotas, ocasiões certas e casuais, intuição e
discernimento. Aprender a ser um líder, se assemelha em aprender a ser um pai
ou um amante, direcionado por valores adquiridos ao longo de sua vida. Os
livros podem servir de auxílio na compreensão, mas para aqueles que estão prontos
à aprendizagem ocorre durante a própria jornada de liderança, através da
experiência própria e por tudo está longe de ser algo fácil.
·
Os líderes são carismáticos – Alguns são carismáticos, mas isso não é uma regra e em sua
maioria não o são. Nessa conjectura a liderança opera em outra direção, isto é,
carisma é o resultado de liderança efetiva, e não o contrário. Aos que se saem
bem recebem certo respeito e até temor por parte de seus seguidores, o que
aumenta o vínculo e a atração entre eles.
·
A liderança existe somente na cúpula da organização – Embora se foque muito na liderança da cúpula da
organização, isso não quer dizer que não existam papéis de liderança nos demais
níveis organizacionais. Quanto maior for à organização, mais papéis de
liderança é provável que tenham. Hoje principalmente, muitas grandes empresas
estão se modificando, pois procuram criar dentro da organização mais papéis de
liderança em pequenas unidades industriais com liberdade e flexibilização para
operar virtualmente como pequenas empresas independentes.
·
O líder controla, dirige, impulsiona, manipula – É o mito mais nocivo, pois a liderança não é um exercício
de poder em si, mas a concessão de poder aos outros. Os líderes conseguem
traduzir intenções em realidade, alinhando as energias da organização por trás
de uma meta atrativa. Eles capacitam e motivam as pessoas a usarem sua própria
iniciativa e experiência. Em suma, abrem espaço para que as pessoas se
desenvolvam de dentro para fora, e não pela aplicação de força externa.
Grandes líderes lideram
atraindo a não expelindo; inspirando e não ordenando; criando expectativas
realizáveis, embora desafiadoras; e recompensando o progresso em sua direção, e
não manipulando; capacitando as pessoas ao uso de sua própria iniciativa e experiências
e ações.
Com a eliminação desses
mitos não nos faz como ser um líder, mas de certo modo torna-se possível
melhorar a efetividade de uma pessoa em liderança e como assumir a liderança em
uma organização. É importante defender um estilo de liderança transformadora
que encoraje a todos.
Aos líderes deve ser
essencial ter a capacidade de traduzir intenção em realidade e acima de tudo sustentá-la.
Fazer uma distinção nítida entre liderança e administração, interessando-se pelos
propósitos básicos da organização, as razões de sua existência, sua direção
geral e o sistema de valores, explorando a capacidade de induzir clareza quanto
à visão de sua organização e se entusiasmar com os benefícios e contribuições a
sociedade.
Hoje essas
características se tornam essenciais devido aos processos constantes de
mudanças cada vez mais velozes, e estar a organização atenta ao futuro e mais
preocupada com os líderes que possui.
Embora possamos elucidar
os princípios que devem os líderes aprender, interiorizar esses princípios é um
processo desafiador que nos consome por toda vida. Sem liderança é difícil
imaginar um mundo ou uma nação com um futuro mais desejável.
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